Autoridade Portuária de Santos informou que quatro balões
foram avistados neste dia e um deles caiu no canal e afundou no estuário
Um balão caiu diante
de um navio no canal de navegação do Porto de Santos, no litoral de São Paulo,
na manhã do domingo (3). Conforme apurado pelo g1, o material afundou e não foi
retirado do mar.
A Autoridade
Portuária de Santos (APS) informou, em nota, que pelo menos quatro balões foram
avistados sobrevoando a área portuária, mas nenhum atingiu áreas críticas do
porto. Apenas um deles caiu dentro da Poligonal (área do porto organizado), no
estuário, sem causar danos.
Uma testemunha
relatou ao g1 que o incidente aconteceu por volta das 8h. Ela trabalhava no
momento em que viu o balão perder altitude e, com a força do vento, se deslocar
em direção ao canal do porto. “Parecia que ia cair em cima do navio, mas acabou
caindo antes”, contou.
A APS destacou que
seguiu monitorando a área portuária e permaneceu em prontidão para qualquer
necessidade.
Entenda os riscos
A pedido do g1,
Carlos Alberto de Souza Filho, prático e diretor da Praticagem de São Paulo,
comentou os riscos de queda de balão no canal de navegação do Porto de Santos —
área onde profissionais realizam manobras de embarcações.
Para ele, não houve
danos porque o balão caiu na água. “Se tivesse alguma bucha acesa, apagaria no
contato com o mar.” Sobre o balão afundar, afirmou que pedaços ou armações não
causam grandes transtornos: “É algo bem insignificante em termos de um eventual
dano ao leme, eixo, hélice ou algo do tipo.”
Souza Filho também
pontuou que há problemas maiores no canal. “O lixo que existe sistematicamente
no nosso canal é muito mais perigoso que isso. A gente já viu geladeira, colchão,
móvel boiando por aí.”
O diretor da
Praticagem alertou que o risco de queda de balão no porto é semelhante ao de
qualquer lugar, mas pode ser crítico dependendo do local atingido. “Se cair em
cima de um navio, também pode gerar um incêndio a bordo. E o incêndio a bordo é
um acidente da navegação muito grave, muito crítico”.
Segundo Souza Filho,
combater fogo no convés não é simples, sobretudo em pilhas de contêineres. “Normalmente,
a gente precisa da ajuda de rebocadores com capacidade de combate a incêndio,
para enviar jatos d’água bem altos.”
Ele explicou que a
gravidade varia conforme o tipo de embarcação. "Em um navio-tanque, um
navio químico, que transporta produtos altamente inflamáveis [...] o perigo é
ainda maior.” E destacou a imprevisibilidade das cargas: “Às vezes sabemos que
existe carga perigosa, mas em qual contêiner? Se cair um balão quente, o
aquecimento pode se propagar [...] e as consequências podem ser catastróficas.”
Soltar balão é crime
Segundo a Secretaria
de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), a soltura de balões é
considerada crime ambiental, conforme previsto na Lei 9.605/98, que prevê pena
de detenção de um a três anos, multa de até R$ 10 mil, ou ambas as penalidades
cumulativamente.
Autor/Fonte: Por Matheus Müller, g1 Santos e região
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