O navio Alpha Bravery, de bandeira grega, quando foi
interceptado fazia uma viagem comercial entre o Brasil e Singapura
Autoridades das Ilhas Maurício, um país insular no Oceano Índico, anunciaram no domingo, 9 de novembro,
a apreensão de 433 quilos de cocaína, a bordo do navio Alpha
Bravery.
O navio Alpha
Bravery, de bandeira grega, quando foi interceptado fazia uma viagem comercial
entre o Brasil e Singapura.
Tripulação localizou a droga
A polícia foi notificada
da situação na sexta-feira, 7 de novembro, após o capitão, Emmanuil Drossos, quando
a embarcação navegava em águas territoriais das Ilhas Maurício, alertar uma
agência marítima sediada em Port Louis.
A origem do alerta é
atribuída ao engenheiro-chefe do navio, Razil Oliveros, um cidadão grego.
Durante uma inspeção de rotina ele percebeu que o acesso à casa de máquinas
havia sido claramente adulterado. Após informar o capitão Drossos, este ordenou
uma busca minuciosa na área. Foi durante essa busca que a descoberta foi feita
no dique de contenção do navio – o espaço que separa as duas metades do casco.
Início da Operação
Assim que o alerta
foi dado, uma intervenção coordenada foi posta em prática. No sábado, 8 de
novembro, seis comandos navais (MARCOS), uma unidade de comando marítimo, foi
enviada para a área apoiados pelo Esquadrão de Helicópteros,
Por volta das 9h da
manhã, integrantes da Unidade Antidrogas e Contrabando (ADSU), da Seção
Antinarcóticos da Alfândega, da Célula de Inteligência Marítima, da Unidade de
Inteligência Criminal da Divisão, da polícia regular, da Guarda Costeira
Nacional (NCG) e do Escritório de Perícia Criminal (SOCO) embarcaram na
embarcação para um local a 24 milhas náuticas de distância para assumir o
controle do navio.
Abordagem
No domingo, 9 de
novembro, equipes da Seção Antinarcóticos da Alfândega (CANS), da Célula de
Inteligência Marítima (MIC) e da Unidade Antidrogas e Contrabando (ADSU)
embarcaram na embarcação. Aproximadamente a duas milhas náuticas do porto, por
volta das 9h, a polícia mauriciana tomou posse oficialmente das drogas.
O capitão facilitou
o acesso, recepcionando os agentes e conduzindo-os ao local exato da carga
ilícita, situada na casa de máquinas, uma área remota com dois pontos de
acesso. O acesso a essa sala havia sido lacrado por ordem do capitão desde o
momento da descoberta até a chegada das autoridades mauricianas.
Apreensão
Diversos fardos foram
descobertos, cada um contendo cerca de quinze tabletes, com cada fardo pesando
em média 30 quilos. Testes preliminares em campo confirmaram rapidamente que o
pó era cocaína.
Além do entorpecente,
foram apreendidas cerca de cinquenta luzes de rede de pesca e suas baterias de
ativação. Detetives da unidade antidrogas (ADSU) suspeitam que essas luzes
seriam fixadas aos pacotes antes de serem jogados ao mar, para facilitar sua
recuperação por cúmplices.
Escolta do navio ao Porto de Louis
Após ser assegurada
e inspecionada pelas autoridades policiais, a embarcação Alpha Bravery, cujo
destino final era Singapura, foi escoltada até a área portuária de Port Louis.
Diversos oficiais de
várias unidades de segurança e de combate ao narcotráfico estavam presentes,
incluindo o delegado Rassen, chefe da Unidade de Serviços Antidrogas (ADSU), o
comandante da Guarda Costeira Nacional (NCG), Capitão Binoop, bem como vários
policiais de alta patente e membros da Unidade de Investigação Criminal (DCIU)
do porto.
Retirada da droga
Na tarde de domingo
as drogas foram descarregados do navio, sob escolta armada por comandos e
membros da ADSU (Unidade Antidrogas e de Combate ao Contrabando) e transferidas
para a embarcação da Guarda Costeira da Nigéria (NCG), antes de serem levadas
para o cais em um veículo blindado da Força Móvel Especial (SMF).
Os pacotes foram carregados
em dois veículos blindados pertencentes à Força Móvel Especial (SMF) para
transporte imediato ao quartel-general da ADSU no Quartel Central.
Amostras de DNA,
coletadas tanto das embalagens quanto dos pontos de acesso manipulados no
navio, foram enviadas ao Laboratório de Ciências Forenses para rastrear a cocaína
até seus proprietários.
Pesagem
Segundo a pesagem
oficial realizada ao final dos procedimentos conduzidos pela Divisão Portuária
da ADSU (Unidade de Segurança Antidifamação), foram apreendidos 433,10 quilos
de cocaína, avaliados em mais de 6 bilhões de rúpias.
De acordo com fontes
policiais, o engenheiro-chefe e o segundo engenheiro do navio grego estiveram
presentes em todas as etapas da pesagem e verificação dos lacres, sob a
supervisão da ADSU e da SOCO (Unidade de Operações Especiais). O navio foi
colocado sob guarda armada, com um destacamento de segurança ao redor do cais,
aguardando instruções do Ministério Público e os procedimentos legais
subsequentes.
Porta-voz da polícia
Em uma declaração
inicial feita no porto no domingo, o porta-voz da polícia, o Superintendente
Adjunto da Polícia (DASP) Lidialam, confirmou a estratégia de intervenção:
“Tomamos a decisão de permitir que a embarcação entrasse em nosso território e
apreendemos as drogas”. Ele observou que a operação foi conduzida em conjunto
por unidades policiais especializadas. Ele também especificou que, quando as
autoridades mauricianas embarcaram na embarcação, a casa de máquinas onde as
drogas estavam localizadas já estava lacrada por ordem do capitão.
O Subinspetor
Adjunto Lidialam afirmou que a pesagem realizada em terra e o lacre das drogas
estabeleceram um peso total de 433,10. Ele acrescentou que a polícia mauriciana
manteve vigilância e controle constantes da embarcação durante sua viagem até
Port Louis. Na tarde de domingo, as drogas foram lacradas na Delegacia Central
de Polícia, marcando um passo crucial na investigação, e a busca na embarcação
continuou.
Os 23 tripulantes foram
interrogados pela Unidade Antidrogas e de Contrabando (ADSU) do Porto como
parte da investigação.
Porto de Origem
Segundo informações
preliminares, apuradas pelo Portal Segurança Portuária em Foco, o navio Alpha
Bravery deixou o Porto de Ponta da Madeira, no Brasil, no dia 7 de outubro, com
destino à Singapura.
O Terminal Marítimo
de Ponta da Madeira é um porto pertencente à Vale S.A.. O porto é adjacente ao
Porto do Itaqui, próximo à cidade de São Luís e defronte à Baía de São Marcos,
no Maranhão, nordeste do Brasil.
Corredor do Narcotráfico
Esta apreensão representou
um duro golpe para as redes de narcotráfico que utilizam o Oceano Índico como
corredor estratégico.
Por mais de seis
meses, as autoridades mauricianas monitoraram de perto atividades suspeitas na
região, em particular a presença recorrente de dhows iranianos, barcos
tradicionais de vela, com um ou dois mastros, utilizados no Golfo Pérsico, Mar
da Arábia e Oceano Índico, vindas do Irã, suspeitas de transportar heroína e
fazer entregas no mar.
Essas embarcações
tradicionais são frequentemente citadas em relatórios regionais como vetores
preferenciais para o tráfico de heroína proveniente do Crescente Dourado (Irã,
Paquistão, Afeganistão).
A polícia mauriciana
suspeita que uma lancha local foi contratada para recolher o carregamento de
narcóticos em alto-mar, antes que chegasse ao mercado mauriciano.
A Comunicação as Autoridades das ilhas Maurício.
O capitão tomou uma
decisão com consequências de longo alcance, mas considerada "sábia"
pelas autoridades: notificar imediatamente aa autoridades das Ilhas Maurício
após a descoberta de sacos suspeitos escondidos no porão do navio.
Segundo consta, o
motivo é que a lei antidrogas de Singapura é extremamente rigorosa: qualquer
carregamento de narcóticos descoberto em suas águas ía expor a tripulação —
composta por três gregos e 21 brasileiros, segundo relatos iniciais — à pena de
morte. Para o capitão, informar as autoridades das Ilhas Maurício era a única
atitude responsável para proteger a vida de sua tripulação.
Investigação
Diversas unidades
especializadas trabalham para determinar quem carregou as drogas, as
circunstâncias exatas do ocultamento, as rotas do navio, o possível
envolvimento da tripulação ou de outros atores internacionais e quem foi o
responsável pela recuperação dos pacotes no mar.
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