A PF ainda investiga quais portos eram usados pela
quadrilha e a rota feita da Bolívia até Santa Catarina, de onde seguia para a
Europa
A Polícia Federal (PF)
em ação realizada na última terça-feira (02) e quarta-feira (03), com o apoio
da Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC), voltada a repressão ao tráfico
internacional de drogas, apreendeu 613 KG de cocaína na cidade de Blumenau, no
litoral catarinense.
A operação teve como
alvo um galpão localizado no bairro Itoupava Norte, pertencente a uma empresa
de exportação de ligas metálicas. O homem que estava no local foi preso em
flagrante.
Os agentes
investigavam o grupo há seis meses e conseguiram um mandado de busca e
apreensão para entrar no galpão, depois de identificar movimentações suspeitas.
Bunker
Um cachorro
farejador da Polícia Militar foi essencial para a descoberta do bunker no
subsolo do imóvel, onde a droga foi localizada.
Durante a busca, os
agentes abriram vários buracos no interior do galpão e até na área externa,
acreditando que a droga estava enterrada. Quando parecia não haver mais pistas,
o cão da PM entrou em ação. Ele farejou e sentou ao lado de um tubo de PVC que
saía do piso e levava até o jardim.
Os policiais cavaram,
mas encontraram concreto. Então decidiram verificar alguns blocos que estavam
sobre galões de combustível e após algumas marretadas, encontraram o bunker
escondido, após quase 12 horas de escavações no terreno da empresa. Dentro,
estavam pacotes com tabletes de cocaína.
Para chegar até os entorpecentes, foi preciso usar uma máquina para remover um bloqueio de concreto, acessar o subsolo e fazer o flagrante.
O tubo indicado pelo
cachorro era, na verdade, parte do sistema de ventilação do esconderijo. A
estrutura era pequena, mas comportava até quatro pessoas em pé, com paredes
rebocadas e início de pintura.
Prisão
Após as informações
colhidas durante a apreensão da droga, a Polícia Federal solicitou a prisão, do
dono da empresa, e a autorização de busca e apreensão em um endereço
residencial ligado a ele, uma mansão no bairro Lagoa da Conceição, em
Florianópolis.
Apreensão de Bens
Na residência onde
ele foi preso, que contava com piscina e academia privativa, foram apreendidos
vários veículos de luxo — incluindo três motocicletas, com valores estimados
entre R$ 80 mil e R$ 200 mil, dois jetskis e um SUV.
Uma das motos era
uma BMW R 1250 GS Adventure com rodas raiadas douradas e pintura tricolor típica
das versões Rallye/Exclusive); preço estimado entre R$ 130 mil a R$ 150 mil.
Outra moto era uma Ducati
Panigale V4 S, que pode custar até R$ 209 mil no Brasil.
Também foram apreendidos bolsas, relógios, joias celulares e documentos.
Investigação
Segundo a Polícia
Federal, a investigação teve início em junho, quando uma identificação
identificou uma ligação entre britânicos e a empresa de Blumenau, suspeitando
do tráfico de drogas.
A presença de outros
cidadãos britânicos chamou a atenção da polícia. Com o avanço da investigação,
descobriu-se que o dono da empresa de ligas metálicas tinha ligação com esses
britânicos, procurados internacionalmente, com histórico criminal relacionado
ao tráfico internacional de drogas na Inglaterra.
A PF constatou que a
empresa, onde foi localizada a droga, estaria sendo usada como fachada para
viabilizar um esquema permanente de remessa de cocaína à Europa, sendo o imóvel
utilizado para preparo e armazenamento da droga antes do transporte
internacional.
As investigações
apontam, ainda, para a existência de uma organização criminosa (ORCRIM), com
base operacional em Santa Catarina, que combinava elementos empresariais, apoio
logístico de brasileiros e liderança de estrangeiros.
Modus operandi
De acordo com a PF, o
esquema ocorria há aproximadamente dois anos. A droga chegava da Bolívia para
Santa Catarina, era embalada e colocada em blocos de liga metálica - uma forma
de metal com cimento. Tudo isso para dificultar a fiscalização - no galpão da empresa,
e depois enviada em cargas de navio para a Europa.
Apesar da base da
quadrilha estar em Santa Catarina, a organização contava com apoio logístico de
brasileiros residentes no exterior e era liderada por estrangeiros. A PF afirma
que novas diligências estão em andamento para identificar outros envolvidos no
esquema e mapear a extensão da rede no Brasil e no exterior.
A Polícia Federal
ainda investiga quais portos eram usados pela quadrilha e a rota feita da
Bolívia até Santa Catarina, de onde seguia para a Europa. O nome da empresa e
do proprietário permanece em sigilo.
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