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Navio Scot Bremen em 2024 - Foto: Marine Traffic.com/Ingo Seidlitz |
O capitão da embarcação descobriu que cinco tripulantes
estavam escondendo pacotes suspeitos. O navio havia deixado o Porto de Pecém
Os oficiais da
alfândega belga abordaram o petroleiro turco Scot Bremen logo após sua chegada,
na segunda-feira, 23 de junho, em Zeebrugge, na costa de Ostende, Bélgica.
O navio havia
deixado o Porto de Pecém, no Brasil e chegado sexta-feira, 20 de junho.
Permaneceu ancorado ao largo de Ostende por três dias antes de finalmente
partir para Zeebrugge, onde ficou retido após a descoberta dos entorpecentes a
bordo. O petroleiro de bandeira maltesa Scot Bremen, é operado pela Scot Tankers.
A descoberta da droga
No domingo, 22 de
junho, enquanto estava ancorado e aguardava o prático, o capitão da embarcação
descobriu que cinco tripulantes estavam escondendo pacotes suspeitos.
Ele cancelou imediatamente
o embarque do prático, isolou os indivíduos em suas cabines, confiscou seus
celulares e notificou a polícia e as autoridades alfandegárias belgas.
Devido às más
condições climáticas, as autoridades não conseguiram abordar o navio. Ele permaneceu
fundeado até a noite de segunda-feira, 23 de junho, quando partiu para
Zeebrugge.
No porto, os agentes
da alfândega realizaram uma inspeção detalhada e encontraram o que descreveram
como "quantidades significativas" de cocaína a bordo. Embora a
quantidade exata e a localização da droga não tenham sido reveladas, relatos da
mídia belga e internacional descreveram a descoberta de centenas de quilos. Alguns citaram cerca de 600 quilos.
Capitão foi elogiado
Segundo o
representante do armador do navio, após serem ouvidos como testemunhas, tanto o
Capitão quanto o armador foram inocentados de qualquer envolvimento. As
autoridades belgas, incluindo o Ministério Público, teriam elogiado o Capitão por
sua conduta ao relatar o caso, preservar provas e auxiliar na investigação. Os
cinco tripulantes foram detidos pela polícia belga. A Scot Tankers providenciou
uma tripulação substituta.
A Scot Gemi
Isletmeciligi AS, empresa controladora que opera com o Scot Tankers, está em
atividade desde 2015 e atualmente opera uma frota de 12 navios-tanque químicos,
especializada no transporte de cargas químicas, petrolíferas e comestíveis.
A empresa enfatizou
sua "rigorosa política de tolerância zero em relação a crimes relacionados
a drogas" e expressou orgulho do Comandante e dos oficiais superiores que demonstraram
os mais altos padrões de profissionalismo sob pressão.
O Scot Bremen é um
petroleiro de produtos químicos e petrolíferos de 8.200 dwt, construído em
2003. Anteriormente conhecido como Wappen von Bremen, foi adquirido em 2015 por
um gestor de navios turco como parte de uma série de embarcações especialmente
construídas.
O navio normalmente
opera entre a América do Norte, o norte da Europa e o Mediterrâneo, mas
registros mostram que ele fez duas visitas ao Porto de Pecém, no Brasil, este
ano, uma em abril e outra no início de junho.
Outras prisões
No domingo, 22 de
junho, quando o capitão descobriu os tripulantes escondendo a droga no navio, oito
indivíduos foram presos na cidade de Blankenberge.
Eles foram presos em
uma marina na noite de domingo. As autoridades os viram tentando lançar um
barco inflável de casco rígido da marina, que fica a aproximadamente 15 milhas
náuticas de onde o petroleiro havia ancorado antes de seguir para Zeebrugge,
supostamente para recuperar os entorpecentes.
Ministério Público
O Ministério Público
de Flandres Ocidental confirmou as prisões em Blankenberge e a cocaína
encontrada a bordo do navio, mas afirmou que era cedo demais para afirmar se os
dois incidentes estavam diretamente relacionados. Os oito suspeitos são
investigados por suspeita de formação de quadrilha criminosa.
Novas Rotas
Pecém, um porto
brasileiro menor, está se tornando alvo de traficantes de drogas, especialmente
com a repressão do tráfico em grandes portos como Santos, Rio de Janeiro e Paranaguá.
A Receita Federal do
Brasil (RFB) alertou que as organizações criminosas (ORCRIM) estão cada vez
mais utilizando portos regionais menores para evitar serem flagradas.
Embora a utilização de
navios para o tráfico internacional de drogas seja comum, a maioria dos casos
envolve porta-contêineres ou graneleiros, encontrar drogas em navios-tanque
ainda é incomum.
O último caso
relacionado a navios-tanque data de 2020, quando a polícia guatemalteca
encontrou cocaína escondida dentro de um dispositivo cilíndrico de metal
"parasita" preso ao casco do MTM Potomac, um navio que chegava da
Colômbia.
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