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AUDITORIA DO TCU APONTA CONTROLE FRÁGIL CONTRA TRÁFICO DE COCAÍNA EM PORTOS BRASILEIROS

As fragilidades institucionais apontadas destacam a relação entre Receita e PF, a qual, segundo o TCU, se dá sem protocolos claros BRASÍLI...

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quarta-feira, 31 de julho de 2024

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RECEITA LISTA 10 PAÍSES COMO POSSÍVEIS NOVAS ROTAS DA COCAÍNA DO PCC


Rússia, Líbano, Hong Kong, e mais sete nações passaram a ter cargas escaneadas pela Receita em contêiners despachados pelo Porto de Santos

A Receita Federal do Brasil (RFB) incluiu dez novos países no escaneamento de contêineres, como já é feito com cargas despachadas por via marítima, do Porto de Santos, no litoral paulista, destinadas à Europa e África – regiões estratégicas para o tráfico internacional de drogas do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Como já mostrado pelo Site Metrópoles, as apreensões de cocaína feitas no porto santista, o maior abaixo da linha do Equador, representaram metade da droga localizada pela RFB em território nacional, em um período de cinco anos. Um detalhe que chama a atenção é a queda considerável no volume de droga flagrada oculta em cargas, durante o período. Foram 20 toneladas, em 2020 e, no ano passado, 7 toneladas.

A queda abrupta nos quilos apreendidos indicam que a facção se adaptou, usando outros portos para despachar a droga e, também, eventualmente mudando alguns destinos, antes não monitorados por meio de scanners pela Receita Federal.

Dez novas prováveis rotas

Em 27 de junho, a Receita publicou uma portaria, no Diário Oficial da União (DOU), acrescentando novos países cujas cargas, remetidas por meio do Porto de Santos, precisam ser submetidas ao escaneamento. A medida passou a valer no último dia 1º de julho e vigora até 31 de dezembro, podendo ser renovada.

Os novos países indicados são: Austrália, Indonésia, Hong Kong, Turquia, Rússia, Geórgia, Síria, Líbano, Israel e Arábia Saudita.

A eventual droga que chega até esses países não necessariamente abastece o tráfico local. Ela pode ser escoada, por via terrestre, para a Europa, principal mercado consumidor da cocaína do PCC. Como revelado pelo Site Metrópoles, o PCC mantinha, até o fim do ano passado, 1.545 membros, divididos em 23 países.

O tráfico de cocaína para a Europa, também como relevado pelo Site Metrópoles, rende à facção um faturamento anual superior a R$ 10 bilhões ao PCC apenas no Porto de Santos, segundo estimativa do Ministério Público de São Paulo (MPSP).

Mais portos usados pela facção

O aumento da fiscalização contra o tráfico internacional de drogas no Porto de Santos, nos últimos anos, também levou o PCC a montar uma ampla rede criminosa para migrar parte do bilionário esquema de envio de cocaína à Europa, por via marítima, para o Porto do Rio de Janeiro, onde impera o Comando Vermelho (CV), rival da facção paulista.

Além do porto fluminense, o Site Metrópoles também mostrou que a maior facção do Brasil passou a usar o Porto do Mucuripe, em Fortaleza (CE). O local é utilizado como uma rota alternativa, um plano B, para o PCC despachar droga ao exterior quando encontra dificuldades em operar o tráfico internacional pelo porto paulista.

Fonte/Autor: Site Metrópolis- Alfredo Henrique



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segunda-feira, 17 de junho de 2024

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PCC MIRA ÁFRICA PARA AUMENTAR LUCRO COM COCAÍNA

Polícia Federal em patrulha no âmbito da operação GLO Foto: Tiago Queiroz/Estadão - 27.02.24

Facção apostou na exportação de droga por meios ilegais no Porto de Santos, no litoral paulista

O Primeiro Comando da Capital (PCC), maior organização criminosa brasileira, tem expandido o envio de cocaína para a África Ocidental para tentar, a partir de lá, diversificar as rotas para diferentes regiões da Europa, onde o grama da droga pode chegar a US$ 85 (R$ 455, na cotação atual).

Em países vizinhos ao Brasil, como Colômbia, Peru e Bolívia, a mesma quantidade é comprada de fornecedores da facção paulista por apenas US$ 1 (R$ 5,35).

Por que o PCC vende mais cocaína para a África e quanto lucra em cada região?

Relatório identifica atuação da facção no tráfico internacional de drogas para países africanos. Senegal, Nigéria, Gana e Serra Leoa são alguns dos destinos

Em 2022, foram apreendidas 24 toneladas de cocaína na África Ocidental, patamar sem precedentes. Para se ter ideia da influência do PCC, entre os países dessa região, apenas Senegal estava entre os 10 principais destinos do pó apreendido em portos brasileiros em 2018. A partir do ano seguinte, Nigéria, Gana e Serra Leoa também figuraram na lista, em fenômeno que tende a crescer ainda mais.

Esses são algumas das informações reunidas pelos pesquisadores Gabriel Feltran, Isabela Vianna Pinho e Lucia Bird Ruiz-Benitez de Lugo no relatório Ligações Atlânticas: o PCC e o tráfico de cocaína entre o Brasil e a África Ocidental, publicado pela Iniciativa Global Contra o Crime Organizado Transnacional (Gitoc, na sigla em inglês) e traduzido recentemente para o português.

Conforme o material, o grama de cloridrato de cocaína importado pelo PCC de países produtores sob o valor de US$ 1 chega a custar US$ 35 (R$ 187) no mercado interno brasileiro – o Brasil é o 2º maior consumidor de pó do mundo, atrás dos Estados Unidos.

Na África Ocidental, o valor da mesma quantidade de cocaína salta para US$ 45 (R$ 240), enquanto em certas regiões da Europa atinge US$ 85. Quanto mais droga chega até lá fora, portanto, maior o lucro da facção com o tráfico internacional.

Os pesquisadores apontam que o PCC entendeu isso rápido, e intensificou o envio de cocaína a partir da metade da década passada, com avanço significativo sobre o Porto de Santos, o maior do hemisfério sul, e maior consolidação nas fronteiras do Brasil com Bolívia e Paraguai após a morte do narcotraficante Jorge Rafaat (2016), considerado até então o “Rei da Fronteira”. Facção apostou na exportação de droga por meios ilegais no Porto de Santos, no litoral paulista. 

A partir daí, o tráfico internacional de drogas praticado pela facção deslanchou, com o PCC se aproximando inclusive de máfias de outros países, como a italiana ‘Ndrangheta, e consolidando a “atuação de ponta a ponta”, algo característico de grupos de espectro mafioso.

“O Brasil desempenha agora papel proeminente e crescente na logística do tráfico de cocaína latino-americana através da África Ocidental, com o PCC como coordenador”, afirmam os pesquisadores no documento. A atuação da facção, complementam, remonta à dos cartéis mexicanos, tidos como espécies de “guardiões da cocaína” que entra nos Estados Unidos.

O material reforça informações citadas no Relatório Mundial sobre Drogas 2023 pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC, na sigla em inglês), que deu destaque para o “crescente tráfico de cocaína” no continente africano.

Caminhos da Cocaína

PCC lucra US$ 1 bilhão ao ano segundo o MP/SP; tráfico internacional é considerado carro chefe
Infográfico - Estadão

“A maior parte da cocaína na África é apreendida perto da costa. A região, em particular o Oeste da África, é usada como ‘área de transbordo’ para cocaína proveniente da América do Sul destinada à Europa”, diz o documento da ONU, que também destacou como as facções impulsionam outros tipos de crime, como o desmatamento na Amazônia.

Para tentar frear o tráfico, o Porto de Santos, por exemplo, determinou nos últimos anos que contêineres com destino à Europa e África passassem obrigatoriamente por scanners. Mais recentemente, como mostrou o Estadão, países de Ásia e Oceania também começaram a contar com essa medida no porto, em esforço para evitar possíveis rotas em ascensão.

Autoridades brasileiras afirmam que foi ampliada a interlocução com mais portos internacionais, principalmente da Europa, para melhorar o entendimento de onde as drogas estavam escondidas e tentar dificultar o envio de remessas para fora.

O que faz o PCC ampliar rotas para a África? Carro roubado é trocado por cocaína na fronteira O que faz o PCC ampliar rotas para a África?

Ainda é difícil saber ao certo o que levou o Primeiro Comando a investir mais nas rotas pela África para chegar até a Europa, uma vez que esse movimento é multifatorial. Mas os pesquisadores apontam que a facção costuma se reorganizar para driblar medidas das autoridades.

“Há interceptações telefônicas em operações policiais indicando que traficantes consideram o scanner (para a tomada de decisão)”, diz a pesquisadora Isabela Vianna Pinho, doutoranda pela Universidade Federal de São Carlos (Ufscar). “Mas pode haver vários fatores, como o PCC se expandindo e criando alianças com outras máfias para crescer para outros países.”

Apontado como um dos principais responsáveis por aumentar a expressão internacional do PCC na última década, Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, foi preso em 2020 em Moçambique.Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, foi preso em 2020 em Moçambique. A hipótese é de que ele estava na África com o objetivo de construir uma rede de distribuição na Europa e, assim, se livrar do pedágio cobrado pela ‘Ndrangheta e pela máfia sérvia.

Como estratégia local, pesquisadores afirmam que tem havido maior diversificação dos portos brasileiros usados para enviar para o exterior, com destaque para o de Paranaguá (PR), o de Barcarena (na região metropolitana de Belém) e o de Salvador. Em 2020 e 2021, menos da metade das apreensões em portos brasileiros ocorreu em Santos, o que destoa de anos anteriores, diz Isabela.

Em fase final de pesquisa de doutorado sobre o tráfico no Porto de Santos, a pesquisadora afirma que o foco crescente do PCC no mercado internacional tem reverberado não só na África Ocidental, como em outras regiões do continente.

De 2016 a 2023, entre os dez principais países de conexão da cocaína apreendida no Porto de Santos, Marrocos aparece em 4º lugar, enquanto Senegal e Nigéria também figuram na lista. Já entre os principais destinos (o que não determina que a droga necessariamente será consumida por lá) estão Nigéria e Gana.

Ainda com o destaque para os países africanos, ambas as listas são lideradas por países da Europa, como principalmente Bélgica, Holanda e Espanha. A principal razão é que, além de os dois estarem em pontos estratégicos, são locais que contam com portos bastante relevantes no contexto europeu, com para o de Antuérpia.

Carro roubado é trocado por cocaína na fronteira

Em outro trecho do relatório, pesquisadores apontam que “provas obtidas a partir do trabalho de campo realizado em países da rede Brasil-África Ocidental têm destacado como a cadeia de valor frequentemente começa não com cocaína, mas com veículos roubados ou de segunda mão, trocados por drogas nas fronteiras sul-americanas”.

Na fronteira com a Bolívia, uma Toyota Hilux roubada, por exemplo, é cotada em 5 quilos de cloridrato de cocaína, aponta o relatório. Um carro convencional, a 3 quilos.

“Os veículos brasileiros roubados são o pagamento para os distribuidores de cocaína na Bolívia, na Colômbia e no Paraguai, uma vez que os carros estrangeiros de luxo são vendidos localmente por preço muito superior ao da cocaína. Para os ladrões de carros brasileiros, passa-se exatamente o contrário: a cocaína rende muito mais do que a revenda de carros roubados no seu país”, descrevem os pesquisadores.

O tráfico internacional se dá, portanto, em meio à coordenação do crime organizado com outras práticas ilícitas. “O PCC não procura estabelecer controle exclusivo nos territórios sob a sua influência.

Mesmo nas áreas periféricas de São Paulo, onde o grupo é mais forte, os indivíduos participam no tráfico de drogas independentemente do PCC e não são obrigados a dividir seus lucros com o grupo”, diz o relatório.

Ao mesmo tempo, o relatório aponta que todos esses grupos devem cumprir o regime regulamentar imposto pelo PCC nos territórios. É uma dinâmica observada em algumas regiões da Amazônia, por exemplo, em que autoridades apontam que a facção paulista chegou a atuar como “síndico do garimpo ilegal”, a exemplo do que ocorreu no Território Indígena Yanomami.

Como mostrou o Estadão no último ano, a região tem sido marcada por sobreposição entre o narcotráfico e crimes ambientais, em prática conhecida como “narcogarimpo”. Muitas vezes, diferentes grupos criminosos, ainda que com atuações distintas, se valem de uma mesma rota e uma cadeia de proteção similar para praticar seus crimes em conjunto.

A região tem sido marcada por uma sobreposição entre o narcotráfico e crimes ambientais, em prática conhecida como “narcogarimpo”.

“O PCC busca expansão para pontos importantes da cadeia, sejam logísticos, de infraestrutura, fronteiras e portos. Isso não implica necessariamente um controle armado, mas em certo poder nesses locais, em que eles contam com redes de pessoas que possam pagar para fazer determinadas atividades”, diz Isabela. Essa atuação difere, por exemplo, à do Comando Vermelho (CV), facção carioca considerada mais focada no domínio territorial armado.

Com três décadas de história, o PCC foi fundado em um presídio do interior de São Paulo por um grupo de oito presos e agora é descrito pelos pesquisadores como o “ator mais poderoso do mercado interno de cocaína no Brasil, com cerca de 40 mil membros e centenas de milhares de aliados, bem como o mais importante fornecedor da cocaína que circula através da África Ocidental”.

O relatório aponta que a “análise do PCC tem ficado aquém do seu desenvolvimento, não conseguindo frequentemente compreender o seu alcance global”. Em 2021, a inclusão do PCC no regime global de sanções contra drogas do Tesouro dos EUA – a primeira designação de uma rede criminosa brasileira feita pelos Estados Unidos – sinalizou maior reconhecimento da sua influência internacional. O desafio, agora, é combater de forma mais efetiva o avanço da organização criminosa.

Fonte: Estadão


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terça-feira, 19 de dezembro de 2023

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PORTOS FRANCESES SE TRANSFORMAM EM PONTOS DE ENTRADA DE COCAÍNA NA EUROPA

                                                                 Foto: LP/Olivier Corsan

O governo francês anunciou medidas para lutar contra o tráfico. Entre elas, o Porto de Dunquerque, contará com uma brigada de 24 funcionários aduaneiros

Os principais portos franceses se transformaram em pontos de entrada de droga na Europa, principalmente de cocaína. O governo francês anunciou no dia 8 de dezembro, medidas para lutar contra o tráfico que, segundo o especialista Michel Gandilhon, não serão suficientes.

O governo francês anunciou que quer fortalecer a luta contra o tráfico nos portos franceses. O ministro delegado do Tesouro francês e encarregado das alfândegas, Thomas Cazenave, esteve no porto de Dunquerque, o terceiro do país, no norte da França (a aproximadamente 300 km de Paris), e anunciou um reforço com a contratação de 25 agentes alfandegários suplementares, aquisição de 10 scanners móveis e uma formação para lutar contra a corrupção entre os funcionários dos portos.

Para Michel Gandilhon, especialista associado ao departamento de Segurança e Defesa do Cnanm (Consertorio Nacional das Artes e Profissões), membro do conselho de orientação cientifica do ObsCl (Observatorio da Criminalidade Internacional) e autor do livro "Drugstore, drogue illicite et trafic en France" (Drugstore, droga ilícita e tráfico na França), as medidas anunciadas não estão à altura do problema.

O especialista explicou à RFI que a maior parte da cocaína que entra atualmente na Europa passa pelos portos e o canal preferido dos traficantes passou a ser "o contêiner".

Na França, a atividade em geral nos portos aumentou, devido a uma saturação de outras entradas europeias como Antuérpia, na Bélgica, e Roterdã, na Holanda. O porto de Dunquerque triplicou o número de contêineres descarregados em seus cais entre 2010 e 2022, passando de 250.000 a 754.000 de acordo com dados publicados no jornal Le Parisien.

O aumento da atividade faz com que o interesse do crime organizado por esses pontos de entrada aumente e que estejam sujeitos ao tráfico.

    Rota do Tráfico de cocaína por navio porta-contêineres. (©Publihebdos)

Ainda é difícil afirmar que os portos franceses são mais utilizados que antes pelos traficantes de droga, mas as estatísticas mostram que as apreensões aumentaram. "Sobretudo no porto da cidade do Havre. Há 10 anos, em 2021, era apreendida uma centena de quilos de cocaína. Em 2021, foram apreendidas 10 toneladas", salienta Gandilhon.

Além do porto do Havre, a aproximadamente 200 km a noroeste de Paris, e de Dunquerque, outro porto usado para entrada de droga é o de Marselha, no sul da França. 

"O tráfico está aumentando porque a produção de cocaína quintuplicou na Colômbia, principal produtor da droga. Alcançamos atualmente níveis recordes, então tem mais cocaína que passa (pelos portos)", diz. Além disso, o trabalho da polícia se intensificou. "E como os serviços de polícia e as alfândegas são cada vez mais orientados para a questão dos portos, descobrimos cada vez mais cocaína", diz.

Corrupção

De acordo com uma nota da alfândega francesa obtida pelo jornal Le Parisien, "diversas redes criminosas do Havre têm como patrocinadores regulares membros da Mocro Maffia", uma quadrilha holandesa poderosa e violenta, mandante de uma dezena de assassinatos nos Países Baixos, entre eles a de um jornalista, e de uma tentativa de sequestro do ministro da Justiça belga.

O mesmo documento afirma que a corrupção nos portos seria "subestimada" e revela diversas atividades ilegais, como fugas de informação sobre controles planejados, inspeções de carregamentos canceladas ou voluntariamente negligenciadas, permissão de acesso a zonas específicas, deslocamento de carregamento, impedimento de investigações e de procedimentos judiciais.

O ministro Thomas Cazenave anunciou planos de formação de agentes públicos para lutar contra a corrupção. Mas de acordo com Michel Gandilhon, "não são somente os agentes das alfândegas que são corruptos, são sobretudo os trabalhadores dos portos, porque a cocaína é desembarcada sobretudo pelos trabalhares portuários, a profissão alvo dos traficantes", explica.

"Hoje sabemos que um trabalhador do porto que sai com um saco de um quilo de cocaína pode ser remunerado em até € 1.000 (R$ 5.300), um operador de guindaste que vai mover um contêiner pode receber várias dezenas de milhares de euros, assim como uma pessoa que realiza um trabalho técnico e que pode recrutar um traficante ou um cúmplice de traficantes para trabalhar no porto", afirma.

Além do pagamento de propina, existe também pressão feita por grupos criminosos sobre os trabalhadores. "Ainda que o dinheiro seja o principal motivador, existem também pressões, chantagens, ameaças sobre familiares. Então, eventualmente, e tivemos exemplos, recentemente, de casos de trabalhadores que não queriam colaborar e foram ameaçados de sequestros ou torturados. Então as pressões exercidas pelas quadrilhas são intensas sobre estas pessoas", diz.

Fonte: UOL


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sexta-feira, 14 de abril de 2023

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ONU APONTA EXPANSÃO DE NOVA MODALIDADE DE TRÁFICO EM PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA

 

Apreensões da droga aumentaram em Cabo verde e Guiné-Bissau; Moçambique e Angola fazem parte da rota que sai do Brasil e usa contêineres

Uma grande operação envolvendo policiais, autoridades de alfândega e agências de 58 países resultou na apreensão de 98 toneladas de cocaína. Portugal e Brasil integram a lista de nações envolvidas. Ao todo, foram 158 apreensões de substâncias ilícitas e 43 prisões entre novembro e dezembro de 2022.

De acordo com o Escritório da ONU sobre Drogas e Crime, Unodc, que participou da operação, os grupos criminosos estão ocultando a cocaína e outras substâncias dentro de contêineres que transportam substâncias lícitas.

Cadeia de transporte

Para montar o esquema, traficantes ameaçam e exploram funcionários da cadeia de transporte de suprimentos para se valer de uma carga legítima e usá-la de ponta a ponta.

Esse modus operandi foi observado em 107 dos casos envolvendo contêineres durante a operação. Ao desvelar este método de ocultamento, os agentes da lei apreenderam 62 toneladas de cocaína.

Segundo o Unodc, o sucesso da operação pode ser atribuído à colaboração com a indústria naval e ao uso de novas ferramentas de visualização de dados e tecnologias de inspeção.

Antes da divulgação do resultado da operação, a chefe da Seção de Pesquisa sobre Drogas do Unodc, Chloe Carpentier, conversou com a ONU News, de Viena, sobre o contexto de forte aumento da oferta de cocaína no mundo.

No relatório global sobre a droga, lançado pelo órgão em março, foi registrado um aumento de 35% na produção, o maior desde 2016.

Tendências em Cabo Verde e Guiné-Bissau

De acordo com a especialista, o cultivo é concentrado em apenas três países sul-americanos: Colômbia, Bolívia e Peru. Todos eles têm fronteira com o Brasil, fazendo com que o país tenha um papel chave no transporte da droga.

Os produtores visam especialmente o mercado europeu, o segundo maior do mundo. Carpentier afirma que os grupos que traficam a cocaína usam rotas na África para chegar à Europa.

Ela avalia que, desde 2019, o fluxo da droga que passa pelo continente africano tem aumentado bastante em comparação com anos anteriores. A pesquisadora destacou como os países lusófonos na costa ocidental da África integram esta rota.

“Houve um aumento, saindo do Brasil, da zona de Recife e Natal, deste tipo de embarcação, que tem cocaína a bordo e trafica para a Europa através da África do oeste, em particular de Cabo Verde. Na Guiné-Bissau também. O país tinha um papel enorme nos anos 2005, 2007, depois baixou, mas agora temos também apreensões muito largas.”

A pesquisadora do Unodc indicou que as quantidades de cocaína apreendidas nos dois países nos últimos anos ultrapassam 10 toneladas.

Moçambique e Angola na rota que sai do Brasil

Segundo ela, Moçambique e Angola também integram a rota da droga que parte do Brasil. O uso das vias marítimas está em expansão.  Para Carpentier, o transporte via contêineres é parte da estratégia dos grupos criminosos que atuam nos países de língua portuguesa.

“Em Moçambique o tráfico de cocaína e a ligação com o Brasil não é recente. Desde o início dos anos 2000 já se registrava, principalmente pelo ar, mas vimos que agora está se expandindo pela via marítima com uso muito grande de cargas. Em Angola, o tráfico está aumentando pela via marítima, em embarcações que tem contêiner, pois neles se podem traficar grandes quantidades. É um tráfico de trânsito rumo a mercados lucrativos e em expansão da Europa do oeste, mas uma parte fica no país de trânsito.”

O Unodc possui um Programa de Controle de Contêineres, CCP, que atua na luta contra o comércio de substância ilícitas contidas em cargas transportadas via contêineres.

Com base na operação bem-sucedida, as agências alfandegárias envolvidas estão atualizando seus critérios de seleção de cargas e se preparando para lidar com as novas tendências de tráfico identificadas. 

Fonte: ONU News


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quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

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CARGUEIRO COM 4,5 TONELADAS DE COCAÍNA PROCEDENTE DO BRASIL É INTERCEPTADO NA ESPANHA

 

O navio saiu do Porto de Santos. Apura-se se a droga faria escala na África ou seria transferida para aviões ao passar pela Galícia

Uma operação conjunta do Serviço de Vigilância Aduaneira, da Unidade de Drogas e Crime Organizado (Udyco) da Polícia Nacional e da Equipa de Crime Organizado (ECO) da Guarda Civil interceptou, a 80 milhas náuticas (pouco mais de 120 quilômetros) a leste das Ilhas Canárias, um navio com 4.500 kg de cocaína, escondido na área reservada ao combate a incêndios nos porões do navio.

Navio

O navio, batizado de Blume, de bandeira togolesa, pertence a uma empresa de Hong Kong, a mesma, curiosamente, da que chegou esta semana ao Porto de Savona, na Itália, com uma tonelada de cocaína e que também saiu do Porto de Santos.

Navio Blume - Foto: Reprodução

Segundo as autoridades espanholas, o navio deixou o Porto de Santos, no Brasil, no dia 20 de dezembro. E, supostamente, seu destino era Riga, na Letônia.

                     O navio Blume, anteriormente chamado de East Sun – Foto: VesselFinder

Colaboração internacional

A investigação partiu de uma colaboração internacional, a partir da troca de informações produzidas entre o Centro de Análise e Operações do Atlântico para o narcotráfico (MAOC-N) e o Centro de Inteligência contra o Terrorismo e o Crime Organizado (Citco), que determinou o possível envolvimento de uma embarcação suspeita de tráfico ilícito de drogas entre a América do Sul e a Europa.

Diante das informações coletadas pela inteligência policial espanhola e pelas unidades centrais de investigação, a Subdiretoria de Vigilância Aduaneira montou um dispositivo aeronaval para localizar o cargueiro. E, paralelamente, mobilizou seu navio de operações especiais Fulmar, baseado no Porto de La Luz, especializado em intervenções relacionadas ao narcotráfico e ao contrabando.

Abordagem

A abordagem, realizada pelo Navio de Operações Especiais 'Fulmar' do Serviço de Fiscalização Aduaneira da Agência Tributária, foi de grande complexidade, dado o estado do mar e as grandes dimensões do cargueiro, que mede 100 metros de comprimento.

Navio Flumar - Foto: El País

No momento da abordagem, os agentes observaram que o cargueiro transportava cerca de 200 toneladas de café como mercadoria declarada, bem abaixo da capacidade real de carga do navio, o que chamou a atenção dos funcionários encarregados da operação.

Posteriormente, em inspeção nas áreas comuns do cargueiro, foi detectada a presença de um número indeterminado de fardos habitualmente utilizados para o tráfico de cocaína, na área reservada ao combate a incêndios nos porões do navio

Local onde a droga foi localizada – Foto: Narcodiario

Numa primeira estimativa considerou-se que o navio poderia transportar cerca de três toneladas de cocaína. No entanto, após a pesagem de todos os fardos o total foi elevado para mais de 4.500 toneladas.

                          Navio Blume no Porto de Santa Cruz de Tenerife - Foto: Guardia Civil

Os responsáveis ​​pela operação decidiram transferir o Blume para o Porto de Santa Cruz de Tenerife com a escolta do Fulmar, onde atracou na doca de Los Llanos na quinta-feira (19). A partir desse momento, foi realizada uma importante operação de segurança no referido enclave da zona portuária, na qual participaram várias unidades da Polícia Nacional e da Guarda Civil ao longo de várias horas.

Tripulantes presos

Imediatamente, toda a tripulação a bordo da embarcação foi presa. No total, eram 15 pessoas, dois cidadãos de nacionalidade albanesa e 13 de nacionalidade paquistanesa.

Os detidos vão responder pelo crime de tráfico de drogas e estão à disposição judicial. A investigação cabe ao Tribunal Central de Instrução na qualidade de Guarda do Tribunal Nacional.

Rota da Cocaína

Estas apreensões fazem parte da operação denominada "Rota Atlântica da Cocaína", conhecida por ser utilizada por barcos pesqueiros, mercantes e cargueiros que, procedentes da América do Sul, fazem o transbordo de entorpecentes no meio do Atlântico para sua posterior introdução na Europa continente.

Em relação à possível rota da cocaína apreendida, há duas alternativas em investigação. A primeira, que o objetivo era uma descarga na zona de Dakhla, na África Ocidental, um sistema que tem sido cada vez mais utilizado ultimamente por redes de droga que operam a partir da América do Sul, para posterior transporte para a Europa através de diferentes rotas.

A segunda, que a droga continuasse seu caminho com o mercador rumo ao Norte. O destino pretendido era Riga, na Letônia, e sua viagem incluía uma passagem por uma área muito próxima à costa da Galícia, a menos de 100 milhas de distância, o que facilitaria muito a chegada dos famosos planadores para coletar mercadorias ilícitas em alto mar.

Ligação com o PCC

Segundo Josmar Jozino, colunista do site UOL, agentes da Polícia Federal (PF) e da Receita Federal do Brasil (RFB) investigam se os 4.500 kg de cocaína encontrados no Blume foram exportados à Europa por narcotraficantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) ou ligados à facção criminosa, como integrantes da máfia italiana Ndrangheta ou dos balcãs.

As autoridades brasileiras consideram o PCC o maior fornecedor de cocaína para os países da Europa Ocidental. A facção costuma usar os portos de Santos, Paranaguá, Itajaí (SC), Salvador (BA) e outros do Nordeste para fazer as remessas da droga introduzidas em contêineres.

Os técnicos da RFB, porém, acreditam que as 4,5 toneladas de cocaína não saíram do Porto de Santos e suspeitam que o transbordo da droga foi feito no meio do Atlântico por tripulantes de outra embarcação. Os agentes analisaram as filmagens na área portuária santista e não notaram nada de estranho.

Outros fatos que levam a crer que a droga não foi inserida no Porto de Santos são a quantidade, o modo como foi embalada e o local onde estava armazenada, diferentes de todas as apreensões efetuadas naquele porto.

Para a Procuradoria Antidrogas do Tribunal Nacional da Espanha, o transbordo é uma prática comum na chamada "Rota Atlântica" da cocaína é muito utilizada por barcos pesqueiros, mercadores e cargueiros procedentes da América do Sul.


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quarta-feira, 6 de julho de 2022

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TRAFICANTES RECORREM A PORTOS DO NORDESTE PARA DISTRIBUIÇÃO DE COCAÍNA

 

Ponto de partida virou alternativa à fiscalização do Porto de Santos

O Porto de Santos é considerado um dos principais pontos de distribuição de cocaína, por via marítima, no mundo. Localizado no litoral paulista, o porto aparece em uma lista de quatro locais que se destacam no comércio marítimo global da droga, junto com Buenaventura e Cartagena, na Colômbia, e com Guayaquil, no Equador.

A informação está no relatório global do Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime (UNODC), divulgado nesta semana.

O mesmo documento revela, no entanto, que portos menores, localizados na parte norte do território brasileiro estão assumindo papel cada vez mais importante como entrepostos para o comércio transatlântico de cocaína, principalmente para os carregamentos destinados à Europa.

Alternativa

O relatório não indica quais são esses portos e nem esclarece em que estados do Norte/Nordeste estão localizados, mas informa que os traficantes estão recorrendo a essas alternativas devido ao aumento da fiscalização no porto de Santos.

Para o pesquisador Thiago Moreira de Souza Rodrigues, do Programa de Pós-Graduação em Estudos Estratégicos de Defesa e Segurança da Universidade Federal Fluminense (PPGEST/UFF), alguns portos do Nordeste têm se destacado como entrepostos.

“O Brasil tem uma projeção atlântica em direção à África e à Europa. Os portos do Norte e principalmente do Nordeste – Recife, Maceió, Fortaleza – têm uma projeção em relação à Europa. O Nordeste é a parte da América do Sul mais próxima da Europa e da África”, afirma o pesquisador.

Em abril deste ano, a Polícia Federal (PF) fez operação contra uma organização criminosa que usava o Porto de Salvador para enviar a droga para a Europa. De 2019 a 2021, mais de 3,5 toneladas de cocaína traficadas pelo grupo foram apreendidas.

Em dezembro de 2021, quase meia tonelada de cocaína foi apreendida no Porto de Mucuripe, em Fortaleza, pela Receita Federal. A carga, estimada em R$ 250 milhões, tinha como destino o Porto de Roterdã, na Holanda.

Em novembro daquele ano, foi encontrada, no Porto de Natal (RN), 1,6 tonelada da droga, camuflada em uma carga de gengibre. No mês anterior, no Porto de Vila de Conde, em Barcarena (PA), foi apreendida uma tonelada de cocaína, misturada com um carregamento de manganês. Em ambos os casos, o destino era a mesma cidade portuária holandesa.

“O tráfico de drogas é uma economia muito dinâmica. O fato de ela operar na ilegalidade faz com que os canais de distribuição sejam muito flexíveis. Existe algo chamado ‘efeito balão’, ou seja, quando se aperta uma ponta, infla a outra. Se Santos é o principal canal e a repressão opera ali, isso desloca o tráfico de drogas para outras regiões. Se estrangula de um lado, ele vai encontrar vias alternativas”, explica Rodrigues.

O Porto de Santos, entretanto, como o próprio relatório destaca, não perdeu sua importância estratégica para o negócio ilícito. Na quinta-feira (30/06), por exemplo, a Polícia e a Receita federais apreenderam 500 kg de cocaína, escondidos em um contêiner, em meio a uma carga lícita de açúcar.

Duas semanas antes, uma tonelada da droga havia sido apreendida no porto paulista, em duas operações.

Mas não são apenas São Paulo e Nordeste. Apreensões semelhantes foram realizadas neste ano em portos como Paranaguá (PR), Rio Grande (RS), em um terminal privado em Vitória (ES) e em Aracruz (ES).

Exportador

O mesmo relatório mostra que o Brasil é citado como o principal exportador de cocaína para fora do continente americano, ficando à frente até mesmo da Colômbia, um dos três grandes produtores de cocaína do mundo, junto com Bolívia e Peru.

Sem considerar os três países produtores, o Brasil é citado como um dos três países mais importantes no mercado de cocaína mundial, junto com Equador e México.

Brasil, Colômbia e Equador são apontados como os principais pontos de saída da cocaína que chega à Europa.

De 2015 a 2021, 70% da cocaína apreendida na África e 46% dos carregamentos apreendidos na Ásia saíram do continente americano por meio do Brasil. Em 2020 e 2021, o país chegou a responder por 72% da cocaína encontrada pelas autoridades asiáticas.

“O Brasil já se consolidou nessa posição. Já faz mais de dez anos que o relatório tem indicado o Brasil como um ponto fundamental para o tráfico internacional em direção à Europa”, explica Thiago Rodrigues.

Segundo o pesquisador, há várias explicações para o fenômeno. A mais óbvia é a posição geográfica do Brasil. Além de ser o único país que faz fronteira com os três produtores, o país tem uma posição vantajosa no Atlântico Sul, o que permite fácil conexão marítima com a África e a Europa.

Outros pontos apontados por Rodrigues são a presença de organizações criminosas internacionais no Brasil, como a máfia italiana, há vários anos, e a atuação das facções criminosas brasileiras, como aquelas do Rio e de São Paulo, no tráfico intercontinental.

O pesquisador lembra ainda que o Brasil é um importante mercado consumidor de cocaína, algo que também é apontado no relatório das Nações Unidas. Entre 2016 e 2021, foram apreendidas 416 toneladas de cocaína em todo o país, segundo dados da PF.

Fiscalização

Por meio de nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que mantém cerca de mil profissionais de segurança em permanente vigilância nos 16,9 mil quilômetros de fronteira terrestre do país, através da Operação Hórus.

O Ministério informou ainda que está investindo na capacitação e na aquisição de vários tipos de embarcações para evitar a entrada de drogas através dos rios.

“Com a atuação integrada de forças de segurança estaduais e federais, de maio de 2019 a maio de 2022, foi possível evitar um rombo de R$ 801,2 milhões aos cofres públicos e desfalcar as organizações criminosas em R$ 6 bilhões com a apreensão de drogas (1.515 toneladas), armas (4,4 mil), veículos (8,7 mil), embarcações (659), produtos contrabandeados e prisão de 15,3 mil pessoas”, informa a nota.

Fonte: Edição: Aline Leal Por Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro


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