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segunda-feira, 9 de junho de 2025

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PF, FAB E MARINHA APREENDEM EMBARCAÇÃO SEMISSUBMERSÍVEL USADA PARA O NARCOTRÁFICO


A localização da embarcação contou com ajuda de Inteligência Artificial, imagens de satélites e aeronaves com sensores

A Polícia Federal (PF), em ação conjunta com a Força Aérea Brasileira (FAB) e a Marinha do Brasil (MB), realizou no sábado (31/05), no município de Chaves, localizado no Arquipélago do Marajó, no estado do Pará, a apreensão de uma embarcação semissubmersível.

O semissubmersível chegou sexta-feira (6) à Base Naval de Val de Cães, em Belém (PA), rebocado pelo Navio-Patrulha “Guarujá”, onde será periciada para permitir o avanço das investigações.

Foto: Marinheiro Erick Gomes - Marinha do Brasil

"Pelas características da embarcação, tudo indica que ela seria usada no transporte de cocaína, do Brasil para a Europa ou para a costa norte da África", avalia Fernando Casarin, Delegado Regional de Polícia Judiciária da Polícia Federal no Pará.

Durante a operação, um homem, morador da propriedade onde a embarcação foi encontrada, foi preso por porte ilegal de arma de fogo. Não foram encontradas drogas no interior da embarcação.


De acordo com o Comandante do Grupamento de Patrulha Naval do Norte, Capitão de Mar e Guerra Guilherme Barros Moreira, embarcações semissubmersíveis são objetos de difícil detecção no mar por radares de aviões ou navios.

“A embarcação tem cerca de 18 metros de comprimento e pesa aproximadamente 25 toneladas. O que a caracteriza como uma embarcação semissubmersível é o fato de ter um motor, com descarga para a superfície. É uma embarcação rudimentar, com poucos equipamentos em seu interior, basicamente, somente um equipamento de propulsão”, afirma o Capitão de Mar e Guerra Barros. 

Investigações

A operação foi fruto do trabalho integrado entre as forças brasileiras e ocorreu como resposta direta às investigações relacionadas à apreensão, em março de 2025, de uma embarcação similar nas águas de Portugal.

Na ocasião, cinco homens foram presos, três deles brasileiros. O caso despertou atenção das forças de segurança da Europa e da América Latina para a possibilidade de uma rota de narcotráfico baseada em tecnologia “submarina” artesanal.

De acordo com as investigações, tanto a embarcação apreendida em Portugal quanto a localizada neste sábado foram fabricadas na mesma região do arquipélago do Marajó.

Cooperação Internacional

A identificação e localização da embarcação foram possíveis graças ao intercâmbio de informações de inteligência, no âmbito da cooperação internacional, com destaque para a colaboração da Polícia Nacional da Espanha, da Polícia Judiciária de Portugal e da Drug Enforcement Administration (DEA) dos Estados Unidos, que vêm atuando de forma coordenada com a PF no enfrentamento às organizações criminosas transnacionais envolvidas no tráfico internacional de drogas.

Atuação de avião da FAB com IA e satélites

A ação da localização da embarcação semissubmersível contou com ajuda de Inteligência Artificial, imagens de satélites e aeronaves com sensores.

De acordo com a FAB, a aeronave R-99 fazia uma missão de reconhecimento aeroespacial quando identificou movimentações fluviais atípicas na Amazônia.

Os satélites possibilitaram o encontro de estruturas navais camufladas entre galpões ribeirinhos, além de movimentações suspeitas ao longo de rotas estratégicas nos rios da região.

Uma embarcação semelhante a essa foi encontrada em Portugal em março deste ano, o que ajudou no trabalho de inteligência das autoridades brasileiras, pois,

Depois que uma embarcação semelhante foi encontrada em Portugal em março deste ano, os dados orbitais e eletrônicos captados por aeronaves passaram a ser analisados pelas equipes da FAB e da Polícia Federal.

O cruzamento desses dados por meio dos satélites permitiu o rastreio dessas rotas clandestinas e a mobilização da PF na operação. Além disso, foi possível identificar a fabricação regional, o destino das embarcações artesanais e o uso de rotas fluviais clandestinas para o narcotráfico

Ainda segundo a FAB, o isolamento geográfico da Ilha de Marajó facilita esse tipo de ação criminosa, o que exige uma sofisticação logística por parte das organizações criminosas e também respostas rápidas das Forças Armadas.

R-99, avião da FABtráfic

Os R-99 realizam monitoramento e reconhecimento avançado, oferecendo dados em tempo real para coordenação e segurança das operações. Equipados com sensores, câmeras e radares avançados, esses aviões são capazes de mapear o solo detalhadamente, identificando desde acampamentos ilegais de garimpeiros até focos de desmatamento e queimadas.

A aeronave também pode encontrar outros aviões voando em baixa altitude a uma distância de até 450 km e conta ainda com um equipamento OIS FLIR AN/AAQ-22 Safire (sensor ótico e infravermelho), que permite detectar fontes de calor como queimadas e equipamentos camuflados em terra.

O uso combinado de imagens ópticas, multiespectrais e infravermelhas permite detectar até mesmo estruturas ocultas pela vegetação, como tendas camufladas em meio à mata. O R-99 também possui um sistema de transmissão e recepção de dados, permitindo o intercâmbio de informações com outros aviões e a base em terra, em tempo real de forma segura.

Cada missão pode durar até cerca de oito horas ininterruptas de voo. A bordo, além dos dois pilotos, seguem normalmente quatro operadores dos sistemas embarcados e outros quatro militares para revezamento das atividades, garantindo a continuidade das operações de monitoramento.

Diferença entre submarino e submersível

Apesar das semelhanças, um submarino é autônomo. Ele tem a capacidade de ficar mais tempo submerso e pode fazer viagens de meses apenas com alguns breves retornos à superfície para captar ar. Ele também é maior e se move mais rapidamente, cobrindo grandes distâncias, com algum tipo de gerador de energia a bordo — os mais potentes são nucleares.

Submersível não é autônomo. Ele depende de um navio, com sistemas de navegação para orientar sua viagem remotamente e de uma plataforma de apoio, submersa a cerca de dez metros, para conseguir descer até o local e retornar à superfície.

 

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