Evento discutiu o papel dos stakeholders no enfrentamento
às organizações criminosas da Amazônia
O Tribunal de Justiça
do Amapá (TJAP), por meio do Gabinete Militar, realizou nos dias 21 e 22 de
agosto, o 1º Seminário Amazônico de Justiça e Segurança Pública, realizado no
auditório do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP), em Macapá.
Com o tema central
“O Papel dos Stakeholders no Enfrentamento às Organizações Criminosas da
Amazônia”, o segundo dia de debates foi direcionado a representantes da
segurança pública estadual, servidoras e servidores e sociedade civil
organizada.
A Guarda Portuária
(GPort) foi representada por José Neto, Chefe da Divisão de Segurança Portuária
e atual Comandante da Guarda Portuária, na Companhia Docas de Santana (CDS). “O
Seminário foi um momento de troca, diálogo e união no combate ao crime
organizado na região amazônica” falou Neto.
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José Neto - Comandante da Guarda Portuária no Porto de Santana |
O encontro contou com
palestras dos coronéis César Maurício de Abreu Mello e Fabrício Silva Bassalo,
especialistas renomados em segurança e pesquisadores com ampla experiência
acadêmica e operacional. Foram discutidos tópicos como a expansão territorial
de facções criminosas, redes ilícitas, disputas de poder e desafios
jurisdicionais na região amazônica. O seminário promoveu integração, troca de
experiências e construção de propostas estratégicas para o enfrentamento às
organizações criminosas na Amazônia.
O presidente do TJAP,
desembargador Jayme Ferreira, destacou que o seminário cumpriu seu papel ao
aproximar instituições e estimular o debate coletivo sobre segurança:
"O Tribunal é
parte essencial da segurança pública ao assegurar a segurança jurídica e
fortalecer o combate ao crime organizado. Este seminário abriu espaço para
integrar os agentes da área, destacando o papel de instituições como o Poder
Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública e Ordem dos Advogados do
Brasil. A união desses atores amplia o atendimento à sociedade, aprimora
técnicas e possibilita a troca de experiências, inclusive com representantes de
outros países, como Itália e Estados Unidos, cujas práticas enriquecem nosso
sistema. O encontro permitiu identificar necessidades, discutir soluções e
avançar de forma integrada na missão de garantir segurança para todos",
comentou o presidente do TJAP.
"O Tribunal de
Justiça do Amapá reafirma seus compromissos de liderar, cooperar e decidir
sempre com firmeza, legalidade e respeito às garantias fundamentais. E deixo
uma palavra de esperança: apesar da força das organizações criminosas, o Estado
Democrático de Direito é mais forte. A experiência histórica demonstra que,
quando as instituições atuam em conjunto, o crime cede, a sociedade confia e a
democracia se fortalece. Assim como os rios amazônicos, que seguem seu curso
sinuoso, contornando obstáculos e encontrando saídas, também nosso compromisso
com a justiça deve ser persistente e inquebrantável. A Amazônia é patrimônio do
Brasil e do mundo. Proteger suas riquezas e sua gente contra o crime organizado
é proteger o presente e o futuro", concluiu o desembargador Jayme
Ferreira.
O chefe do Gabinete
Militar do TJAP, coronel Aldinei Almeida, avaliou positivamente a programação e
reforçou a importância do planejamento institucional.
"O seminário
trouxe uma temática essencial: o combate às organizações criminosas, dentro de
um exercício multidisciplinar que envolveu diferentes áreas do conhecimento.
Foram destacados os stakeholders, os atores diretamente ligados a essa missão,
além de oficiais que atuam na região Norte, nos estados do Pará e do Amazonas,
em um esforço de interoperabilidade e ações conjuntas da segurança pública. Foi
uma manhã de muito aprendizado e troca de informações, que certamente resultarão
em novas ações, operações, cursos e treinamentos, todos voltados para enfrentar
a criminalidade organizada que avança sobre a Amazônia”, pontuou o coronel
Aldinei Almeida.
Voz dos especialistas
O professor e
coronel da reserva, César Mello chamou atenção para o impacto regional e
internacional da criminalidade organizada na Amazônia.
“Falar de segurança
pública no Brasil é um grande desafio, especialmente na Amazônia. Sinto
satisfação em participar deste evento, pois os problemas da área são complexos
demais para serem resolvidos somente pela polícia. É necessário um debate
multidisciplinar, que envolva consciência, academia e pesquisa. Esse diálogo
amplia os olhares e possibilita uma visão holística, fundamental para buscar
soluções efetivas aos problemas da segurança pública”, destacou o professor e coronel
da reserva, César Mello.
Já o também
palestrante, professor e coronel da reserva, Fabrício Bassalo ressaltou a
necessidade de cooperação entre instituições. O especialista explicou que, em
razão da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30),
que ocorrerá em novembro de 2025, em Belém (PA), o Seminário foi ainda mais
necessário.
"Quando se fala
em Custo Brasil, geralmente pensamos em logística e infraestrutura, mas pouco
se aborda o Custo Amazônia. Este seminário reúne profissionais da segurança
pública que conhecem a região e entendem os desafios de atuar nela. O encontro
ocorre em um momento crucial, com os olhos do mundo voltados para a Amazônia e
a proximidade da COP 30, o que exige reflexão sobre como a segurança pública da
região enfrentará os problemas em debate. Este é um espaço de construção de
soluções, no qual discutimos a ligação entre rotas logísticas e atividades
criminosas e pensamos em estratégias que de fato funcionem para a Amazônia”,
detalhou Fabrício Bassalo.
O Seminário contou
com cerca de 140 profissionais de todas as forças de segurança do Amapá, no
âmbito estadual, municipal e federal.
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