Mandados foram cumpridos em nove cidades de São Paulo e do
Paraná. As ordens judiciais foram expedidas pela 23ª Vara Federal de
Curitiba/PR
Na manhã da última quinta-feira
(16/10), a Polícia Federal (PF) realizou uma operação para o cumprimento de
três mandados de prisão preventiva e doze mandados de busca e apreensão nas
cidades de Curitiba/PR, Maringá/PR, São Paulo/SP, Santana de Parnaíba/SP, São
Bernardo do Campo/SP, São Caetano do Sul/SP, Ribeirão Pires/SP, Peruíbe/SP e
Jardinópolis/SP. As ordens judiciais foram expedidas pela 23ª Vara Federal de
Curitiba/PR.
Também foram
decretadas medidas patrimoniais de sequestro de imóveis e bloqueio de bens e
valores mantidos em contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados,
que totalizam até o presente momento um valor estimado de aproximadamente R$
13.890.000,00.
Objetivo
A operação, uma nova
fase da Operação Mafiusi, teve como objetivo desarticular o núcleo financeiro
da organização criminosa responsável por operacionalizar a movimentação,
contabilidade e lavagem do dinheiro proveniente do tráfico internacional de
drogas, utilizando-se de uma complexa rede de pessoas físicas e jurídicas, que
incluía a movimentação de grandes quantias em espécie, transações de câmbio
paralelo, e o uso de fintechs e empresas de fachada para ocultar a origem
ilícita dos recursos.
Alvo da Operação
Um dos alvos desta nova
fase da operação foi Carlos Augusto Ferreira, de 64 anos, secretário da Fazenda
de Maringá, no norte do Paraná.
Durante a ação, os
agentes apreenderam três carros de luxo — uma Ferrari, um Porsche e uma
Mercedes-Benz, joias e dinheiro em espécie, na residência do secretário.
Esquema sob investigação
Segundo a PF,
Ferreira teria feito operações financeiras de até R$ 1 milhão com um operador
ligado a uma organização criminosa internacional. As conversas, obtidas a
partir do celular de um dos investigados, indicam que o secretário teria
oferecido a estrutura de uma fintech, a Pinbank, para movimentar valores de
origem suspeita entre os anos de 2022 e 2024.
Os investigadores
apontam que o grupo utilizava contas de laranjas e empresas de fachada para
dissimular a origem do dinheiro vindo do tráfico de drogas. “Nós encontramos
evidências diretas de ações de remessa de droga, e toda remessa precisa ter
movimentação financeira. Eles usavam o mercado formal para lavar o dinheiro do
crime”, afirmou o delegado Eduardo Verza, da PF.
Em uma das mensagens
interceptadas, o operador financeiro pede a Ferreira que transfira R$ 40 mil para
duas contas diferentes, sem que o valor saísse diretamente de sua conta. Em
outro diálogo, de abril de 2023, há pedido para autorizar o crédito de R$ 1
milhão, supostamente referente à venda de um imóvel. A PF suspeita que a transação
foi simulada para ocultar bens.
Defesa e posicionamento
Em entrevista à RPC,
afiliada da TV Globo no Paraná, Carlos Augusto Ferreira negou qualquer
envolvimento com o esquema e afirmou que houve confusão com o número de
telefone usado nas conversas interceptadas.
“Eu fiquei por um
breve período fazendo um trabalho interino de 18 dias na Pinbank. Não cheguei a
presidir a empresa. O número usado nas conversas é de um dos sócios, com
telefone registrado em Miami”, explicou o secretário.
A Pinbank confirmou,
em nota, que Ferreira foi apenas designado interinamente como consultor, sem
poderes de representação, e que a nomeação “não chegou a ser efetivada”. A
fintech disse ainda estar colaborando com as autoridades e que não mantém
vínculos com o secretário.
Em nota oficial, a
Prefeitura de Maringá informou que o caso não tem relação com a gestão
municipal. O secretário pediu licença temporária do cargo, entre os dias 17 de
outubro e 15 de novembro de 2025, para esclarecer os fatos.
Primeira fase da Operação Mafiusi
A análise do
material apreendido na primeira fase da operação, deflagrada em 10/12/2024,
revelou evidências de um esquema estruturado de movimentação de dinheiro em
espécie, transações de câmbio paralelo (dólar-cabo), uso sistemático de
fintechs e empresas de fachada, além da criação de documentos fictícios
utilizados para dissimular a origem dos valores ilícitos sob o pretexto de
serviços de locação de veículos e máquinas.
As investigações
apontam ainda que a liderança do grupo criminoso teria aplicado parte dos
recursos provenientes do tráfico internacional de drogas para comprar cotas do
São Caetano Futebol Clube, em São Paulo, no valor de R$ 9,2 milhões, utilizando
um intermediário com histórico criminal, além de manter conexões com a alta
cúpula de uma facção criminosa originária do Estado de São Paulo.
O clube afirmou que
o vínculo com os envolvidos “cessou há vários anos” e que sua atual gestão
“atua com transparência e responsabilidade”.
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