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quarta-feira, 22 de outubro de 2025

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PF DEFLAGRA NOVA FASE DA OPERAÇÃO MAFIUSI CONTRA LAVAGEM DE DINHEIRO LIGADA AO TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS


Mandados foram cumpridos em nove cidades de São Paulo e do Paraná. As ordens judiciais foram expedidas pela 23ª Vara Federal de Curitiba/PR

Na manhã da última quinta-feira (16/10), a Polícia Federal (PF) realizou uma operação para o cumprimento de três mandados de prisão preventiva e doze mandados de busca e apreensão nas cidades de Curitiba/PR, Maringá/PR, São Paulo/SP, Santana de Parnaíba/SP, São Bernardo do Campo/SP, São Caetano do Sul/SP, Ribeirão Pires/SP, Peruíbe/SP e Jardinópolis/SP. As ordens judiciais foram expedidas pela 23ª Vara Federal de Curitiba/PR.

Também foram decretadas medidas patrimoniais de sequestro de imóveis e bloqueio de bens e valores mantidos em contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados, que totalizam até o presente momento um valor estimado de aproximadamente R$ 13.890.000,00.

Objetivo

A operação, uma nova fase da Operação Mafiusi, teve como objetivo desarticular o núcleo financeiro da organização criminosa responsável por operacionalizar a movimentação, contabilidade e lavagem do dinheiro proveniente do tráfico internacional de drogas, utilizando-se de uma complexa rede de pessoas físicas e jurídicas, que incluía a movimentação de grandes quantias em espécie, transações de câmbio paralelo, e o uso de fintechs e empresas de fachada para ocultar a origem ilícita dos recursos.

Alvo da Operação

Um dos alvos desta nova fase da operação foi Carlos Augusto Ferreira, de 64 anos, secretário da Fazenda de Maringá, no norte do Paraná.

Durante a ação, os agentes apreenderam três carros de luxo — uma Ferrari, um Porsche e uma Mercedes-Benz, joias e dinheiro em espécie, na residência do secretário.


Esquema sob investigação

Segundo a PF, Ferreira teria feito operações financeiras de até R$ 1 milhão com um operador ligado a uma organização criminosa internacional. As conversas, obtidas a partir do celular de um dos investigados, indicam que o secretário teria oferecido a estrutura de uma fintech, a Pinbank, para movimentar valores de origem suspeita entre os anos de 2022 e 2024.

Os investigadores apontam que o grupo utilizava contas de laranjas e empresas de fachada para dissimular a origem do dinheiro vindo do tráfico de drogas. “Nós encontramos evidências diretas de ações de remessa de droga, e toda remessa precisa ter movimentação financeira. Eles usavam o mercado formal para lavar o dinheiro do crime”, afirmou o delegado Eduardo Verza, da PF.

Em uma das mensagens interceptadas, o operador financeiro pede a Ferreira que transfira R$ 40 mil para duas contas diferentes, sem que o valor saísse diretamente de sua conta. Em outro diálogo, de abril de 2023, há pedido para autorizar o crédito de R$ 1 milhão, supostamente referente à venda de um imóvel. A PF suspeita que a transação foi simulada para ocultar bens.

Defesa e posicionamento

Em entrevista à RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, Carlos Augusto Ferreira negou qualquer envolvimento com o esquema e afirmou que houve confusão com o número de telefone usado nas conversas interceptadas.

“Eu fiquei por um breve período fazendo um trabalho interino de 18 dias na Pinbank. Não cheguei a presidir a empresa. O número usado nas conversas é de um dos sócios, com telefone registrado em Miami”, explicou o secretário.

A Pinbank confirmou, em nota, que Ferreira foi apenas designado interinamente como consultor, sem poderes de representação, e que a nomeação “não chegou a ser efetivada”. A fintech disse ainda estar colaborando com as autoridades e que não mantém vínculos com o secretário.

Em nota oficial, a Prefeitura de Maringá informou que o caso não tem relação com a gestão municipal. O secretário pediu licença temporária do cargo, entre os dias 17 de outubro e 15 de novembro de 2025, para esclarecer os fatos.

Primeira fase da Operação Mafiusi

A análise do material apreendido na primeira fase da operação, deflagrada em 10/12/2024, revelou evidências de um esquema estruturado de movimentação de dinheiro em espécie, transações de câmbio paralelo (dólar-cabo), uso sistemático de fintechs e empresas de fachada, além da criação de documentos fictícios utilizados para dissimular a origem dos valores ilícitos sob o pretexto de serviços de locação de veículos e máquinas.

As investigações apontam ainda que a liderança do grupo criminoso teria aplicado parte dos recursos provenientes do tráfico internacional de drogas para comprar cotas do São Caetano Futebol Clube, em São Paulo, no valor de R$ 9,2 milhões, utilizando um intermediário com histórico criminal, além de manter conexões com a alta cúpula de uma facção criminosa originária do Estado de São Paulo.

O clube afirmou que o vínculo com os envolvidos “cessou há vários anos” e que sua atual gestão “atua com transparência e responsabilidade”.


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