O nome
dos empresários é informado na solicitação do mandado que consta na decisão
judicial que autorizou a deflagração da Operação Além Mar.
Na
solicitação do mandado que consta na decisão judicial que autorizou a
deflagração da Operação Além Mar, proferida pela 4ª Vara Federal do Recife, vários
empresários constam como suspeitos de integrarem uma organização criminosa. Eles
seriam responsáveis pelo armazenamento e a logística do transporte da droga.
A
droga era armazenada no interior de São Paulo, para, em seguida, ser
transportada pela via terrestre, escondida em caminhões tanques de combustíveis
ou de cargas transportadas por empresas pernambucanas.
Nos
caminhões tanques eram criados compartimentos para esconder a droga, tornando
quase impossível sua detecção, já que não é possível esvaziar o combustível
durante as inspeções, mas o trabalho criterioso da inteligência da PF conseguiu
desvendar também essa forma de esconder os entorpecentes traficados.
Essas
empresas também atuavam no transporte de contêineres das regiões produtoras de
frutas (em meio das quais a droga era ocultada) para os portos de Natal, no Rio
Grande do Norte (principal destino por não ter "scanners") e do
Mucuripe, no Ceará, de onde a cocaína era "exportada" para a Europa e
para Cabo Verde.
Segundo
delegada da Polícia Federal, Adriana Vasconcelos, quatro ORCRIMs atuavam no
tráfico internacional de drogas. Essa organização criminosa, que na Operação Além Mar recebeu a designação de ORCRIM 3, era composta, em tese, por
empresários, empresas de transportes de cargas e motoristas.
Na
solicitação do mandado que consta na decisão judicial, os empresários
supostamente envolvidos na ORCRIM 3 seriam:
- Sergio Luiz da Silva e seus filhos, Ricardo Luiz da Silva e Leonardo Luis da Silva, vinculados à transportadora Silva e Silva Transportes e Logística Ltda (cuja razão social foi posteriormente alterada para RL LOG Transporte de Cargas e Logística Ltda), consta estabelecida na Rua Teotônio de Melo Filho, nº 248, Ibura, Recife/PE.
- Fernando Ferreira da Silva, Luciano Ferreira da Silva e Ubiraci Francisco da Silva, relacionados à Transportadora Ferreira LOG, nome fantasia da Base transporte Nacional Eirelli, estabelecida em Jaboatão dos Guararapes/PE e registrada em nome de Luciano, mas de propriedade de Fernando, tendo sido baixada em 01/08/2019, segundo o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).
- Sidnei Augusto Strapasson, responsável pela MSS Transportes Ltda.
- Francisco Aparecido Moscardini Junior, relacionado à Global Movimentações Ltda., apresenta endereço cadastrado na Rodovia BR 101 sul km 500, s/n, sala 3, zona rural, Escada/PE, mas, segundo as diligências policiais, a empresa não possui indicativo de funcionamento naquele município ou em outra localidade.
- Antonio Gilson Ramalho, Antonio Gilson Ramalho Filho, vinculados à Transportadora Onze de junho Ltda (Grupo Ramalho), com endereço cadastrado na Rodovia BR 101 km 126/127, loja A, bairro Jaguaribe, Escada/PE, no entanto nesse endereço funciona na verdade, o Posto de Combustíveis João Dias Ramalho de propriedade de Antonio Gilson Ramalho e Priscilla da Rocha e Silva Ramalho. O empresário já havia sido alvo da CPI dos Combustíveis da Assembleia Legislativa de Pernambuco - ALEPE, investigado por sonegação, em 2000.
- Valter Paixão Felix dos Santos, responsável pela RPS Transporte de Cargas Eirelli (nome fantasia Avantt Transportes) e pela E.M. de Santana transportes de Cargas (Santana Transportes). Que consta como endereço cadastrado na Rua Rio Oceânico, 422, sala 11 sequencial 7714289, Imbiribeira, Recife/PE. No entanto,constatou-se que a mesma não se encontra instalada naquele logradouro. O referido imóvel encontrava-se fechado, com o letreiro da empresa 'Disk Agua Viva'. Sua empresa de cargas, com filial em São Paulo, era a encarregada de transportar a droga para a capital pernambucana, e depois a enviava para a Europa, preferencialmente utilizando-se do Porto de Natal.
Outras
empresas transportadoras supostamente participantes do esquema criminoso seriam
a: "Santos Transportes de Cargas Eirelli e a Stella Alves de Freitas
Eirelli (Confiável Transportes)."
Segundo
a representação, a formação da ORCRIM 3 remete ao final do ano de 2017, quando
ocorreu uma migração do tráfico internacional de drogas através da contaminação
de containers para o Norte/Nordeste, em virtude da deflagração das operações
Brabo (SP) e Oceano Branco (SC), respectivamente, nos meses de setembro e
outubro de 2017.
Os
envolvidos nesse esquema poderão responder pelos crimes de tráfico
internacional de drogas, associação para o tráfico, organização criminosa e
lavagem de dinheiro.
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