Postagem em destaque

AUDITORIA DO TCU APONTA CONTROLE FRÁGIL CONTRA TRÁFICO DE COCAÍNA EM PORTOS BRASILEIROS

As fragilidades institucionais apontadas destacam a relação entre Receita e PF, a qual, segundo o TCU, se dá sem protocolos claros BRASÍLI...

Mostrando postagens com marcador Operação Alba Vírus. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Operação Alba Vírus. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

0

NARCOTRAFICANTE É CONDENADA NOVAMENTE MESMO APÓS ANULAÇÃO DE PROVAS


Ela é acusada de integrar um esquema de tráfico internacional de drogas e a maior exportadora de cocaína por meio do Porto de Santos

Na última semana, Karine de Oliveira Campos, conhecida como ‘Rainha do Pó’, acusada de integrar um esquema de tráfico internacional de drogas e a maior exportadora de cocaína por meio do Porto de Santos, foi condenada a prisão pela 5ª Vara Criminal Federal de Santos, no litoral de São Paulo. O marido dela, Marcelo Mendes Ferreira, também foi condenado.

Anulação de provas

A condenação de Karine, que acumula uma série de investigações e processos na justiça, ocorreu mesmo depois de uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em setembro de 2024, determinar a anulação das provas no processo. Desta forma, o caso retornou à Justiça em primeiro grau para uma nova decisão.

Segundo a defesa, a ação da PF ocorreu antes do mandado de busca e apreensão ser proferido e disponibilizado no sistema digital. A 5ª Vara Criminal Federal de Santos justificou que houve instabilidade do sistema e a representação foi processada via expediente físico, sendo incluída no meio eletrônico posteriormente.

Mandado Revogado

Antes da nova decisão condenatória, a traficante teve um mandado de prisão contra si revogado pela Justiça Federal de Santos, por ordem do ministro Ribeiro Dantas, do STJ.

O ministro anulou, e a Quinta Turma do STJ referendou, uma ação de busca e apreensão realizada na Operação Alba Vírus, que mirou o grupo criminoso liderado pela Rainha do Pó.

De acordo com o ministro, a busca realizada em uma imobiliária em Balneário Camboriú (SC) foi irregular. Além de anular os efeitos da busca e proibir o uso do material coletado, o ministro mandou cancelar o mandado de prisão até o fim do processo.

Defesa tentou anular o processo

Depois da decisão do STJ, a defesa de Karine acionou a Justiça para tentar anular demais prova do processo. Para os advogados, a decisão implicaria na anulação não só do material angariado na busca e apreensão, mas também de todas informações derivadas dela.

Justiça determinou o desentranhamento

Segundo o juiz federal, a partir da decisão do STJ, foi determinado o “desentranhamento dos autos de todos os elementos de prova colhidos na sede da Imobiliária Casa Forte Imóveis por força do mandado de busca e apreensão”.

Ele afirma que, desde agosto de 2019, quando a ação ocorreu, “nenhum outro elemento de prova derivado dela foi juntado aos autos”. Ele ainda ressalta que documentos arrolados pela defesa de Karine e outro acusado em alegações finais se referem “meramente a peças informativas, de opinião ou a decisões judiciais, e não efetivamente a novas provas”.

Outras provas, contudo, foram consideradas válidas para o curso do processo.

Condenação de Karine

Na última semana, o juiz federal Roberto Lemos dos Santos Filho analisou os autos sem as provas que foram anuladas e determinou uma nova sentença. Ele condenou os cinco réus pelo crime de associação ao tráfico, mas absolveu quatro deles, incluindo Karine e Marcelo, do delito de tráfico internacional de drogas.

O juiz considerou que Karine ocupava “posição de liderança dentro da estrutura hierárquica do grupo criminoso” e fixou a pena de 4 anos e 8 meses de prisão, em regime inicial semiaberto, além do pagamento de 1.088 dias-multa, a serem calculados com base no salário mínimo vigente na data dos fatos. A pena prevista foi aumentada em decorrência da transnacionalidade do delito.

Condenação do Marido

O marido dela foi condenado a 4 anos e um mês de reclusão, em regime inicial semiaberto, e o pagamento de 952 dias-multa.

Absolvida do crime de tráfico de drogas

Ela foi absolvida, na mesa decisão, dos crimes de tráfico de drogas em face de sua absolvição em instância superior, pelo TRF-3, “de modo que, à luz do princípio antes referenciado, reputo inviabilizada nova condenação pelos mesmos fatos, agravando-se a situação anterior desses acusados”.

Perda de bens

Segundo a PF, diversas empresas foram usadas para lavar o dinheiro do tráfico de drogas. Desta forma, o juiz Roberto Lemos determinou que dinheiro, joias, veículos e outros bens das empresas e pessoas investigadas fossem confiscados e destinados à União.

“Reputo ter ficado suficientemente comprovado que a maior parte do patrimônio apreendido no curso desta ação foi adquirido diretamente com proventos oriundos do tráfico ilícito de entorpecentes. Por outro lado, verifico que os acusados não lograram êxito em demonstrar a origem lícita dos recursos utilizados na aquisição desses bens”, determinou.

Outros condenados

Ainda na decisão de Roberto Lemos, outros três homens foram condenados por envolvimento com a quadrilha:

- Éder Santos da Silva foi absolvido pelo crime de tráfico internacional de drogas e condenado por associação ao tráfico a 4 anos e um mês de reclusão, em regime inicial fechado, e pagamento de 952 dias-multa;

- André Luís Gonçalves foi absolvido pelo crime de tráfico internacional de drogas e condenado por associação ao tráfico a 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime inicial aberto, e pagamento de 816 dias-multa;

- Pedro Marques Oliveira foi condenado por associação ao tráfico e uma única vez no crime de tráfico internacional de drogas a 12 anos e 8 dias de reclusão, em regime inicial fechado, e o pagamento de 1.745 dias-multa.

Foragida

Foragida desde 2011, quando foi colocada em prisão domiciliar, Karine Campos apareceu pela primeira vez como alvo de uma investigação em 2011. Ela foi alvo da Operação Maia, da Polícia Civil da Bahia.

No mesmo estado, em 2014, a Rainha do Pó apareceu como uma das investigadas na Operação Twister, da Polícia Federal.

Em 2019, a organização criminosa (ORCRIM) foi desarticulada na Operação Alba Vírus, deflagrada pela Polícia Federal (PF). Segundo a corporação, a quadrilha utilizou um carregamento de amianto, produto considerado tóxico e cancerígeno, para esconder 706 kg de cocaína e enviá-lo à Europa.

A droga foi interceptada após alerta da Interpol na África do Sul. A preparação foi registrada em vídeo como garantia aos compradores.

Na investigação, ela apareceu como líder da responsável pela exportação de mais de 6 toneladas de cocaína pelo Porto de Santos para países da Europa.

Em 2020, Karine, Marcelo e outros três integrantes da quadrilha foram condenados pelo crime de tráfico internacional de drogas, levando em consideração o envolvimento deles em diversas exportações de cocaína.

Procurada, a defesa do casal não se manifestou até a publicação desta reportagem.


A nossa missão é manter informado àqueles que nos acompanham, de todos os fatos, que de alguma forma, estejam relacionados com a Segurança Portuária em todo o seu contexto (Safety/Security). A matéria veiculada apresenta cunho jornalístico e informativo, inexistindo qualquer crítica política ou juízo de valor.    

* Texto: O texto deste artigo relata acontecimentos, baseado em fatos obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis e dados observados ou verificados diretamente junto a colaboradores.

* Direitos Autorais: Os artigos e notícias, originais deste Portal, tem a reprodução autorizada pelo autor, desde que, seja mencionada a fonte e adicionado o link do artigo.



Continue lendo ►

sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

0

STJ ANULA AÇÃO E ORDEM DE PRISÃO DE TRAFICANTE É REVOGADA


Foragida desde 2021, ela é apontada como a responsável por enviar cocaína para a Europa por meio do Porto de Santos ao longo dos últimos 10 anos

Um mandado de prisão contra a traficante Karine Campos, conhecida como Rainha do Pó no Porto de Santos foi revogado pela Justiça Federal em Santos, após ministro Ribeiro Dantas, do Superior Tribunal de Justiça (STJ) anular, e a quinta turma do STJ referendar,

De acordo com o ministro, uma ação de busca de busca apreensão realizada pela Polícia Federal (PF) em uma imobiliária em Balneário Camboriú (SC) na Operação Alba Vírus, para desarticular a organização criminosa (Orcrim) liderada por Karine Campos, foi irregular.

Além de anular os efeitos da busca e proibir o uso do material coletado, o ministro mandou cancelar o mandado de prisão até o fim do processo.

“Por fim, tendo em vista o retorno dos autos à 1ª instância, determino a expedição de contramandado de prisão ou alvará de soltura clausulado em favor da paciente até o trânsito em julgado da ação penal”, diz trecho da decisão de Ribeiro Dantas.

Traficante

Karine Campos é apontada por investigadores como a maior exportadora de cocaína por via marítima do Brasil.

Em 2020, ela foi condenada a 17 anos de prisão. Além do mandado de prisão revogado, a Rainha do Pó tem outra ordem de prisão contra ela expedida pela Justiça Federal do Rio Grande do Norte.

Operação Habeas Patter

A Orcrim da Rainha do Pó também foi investigada da operação Habeas Patter, realizada pela PF em 2023.

Nesse caso, o grupo criminoso liderado por ela é suspeito de pagar R$ 3,5 milhões para ter uma decisão favorável do então juiz federal Cândido Ribeiro, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, e soltar um traficante. O magistrado se aposentou por invalidez em 2023.

A apuração teve início com a apreensão de 175 kg de cocaína em Lisboa, Portugal, traficados por pessoas ligadas a Orcrim de Karine Campos.

A partir de mensagens, monitoramentos e dados armazenados na nuvem dos investigados, a PF mapeou a procura de parentes do traficante por advogados para soltá-lo.

Um dos encontros foi com o filho do magistrado. Segundo a PF, na conversa com uma irmã do traficante, o filho propôs R$ 3,5 milhões pela liberdade, “podendo os valores serem pagos após a concessão do alvará de soltura”.

À época, os investigadores chegaram a pedir a prisão do juiz, mas a ministra Laurita Vaz, do STJ, negou a solicitação.

Porto de Santos

Para os investigadores, ela é apontada como a responsável por enviar cocaína para a Europa por meio do Porto de Santos ao longo dos últimos 10 anos.

Ela chefiava uma Orcrim e gravava vídeos para comprovar como a droga seria enviada pelo maior porto do país. Os vídeos era enviados para os compradores dos carregamentos como garantia de que os entorpecentes tinham embarcado.

“Lacradinha. Aqui já “desmontemos” o pallet, certo? Ele vai sair desse jeito. Vai estar no segundo e no terceiro. Vocês vão tirar o primeiro e vai estar no segundo e no terceiro”, dizia Karine em um dos vídeos.

Saiu do presídio pela porta da frente

Por incrível que pareça, dois dos maiores traficante do Brasil saíram do presídio pela porta da frente. Assim como “André do Rap”, a “Rainha do Pó” foi libertada em 2021, quando o próprio STJ substituiu a pena em regime fechado por prisão domiciliar. Segundo a decisão, ela tinha dois filhos menores que necessitavam da presença da mãe. Desde então ela se encontra foragida da justiça.

Possíveis disfarces

Para tentar encontrá-la, a PF chegou a divulgar possíveis disfarces que podem ser utilizados por Karine Campos, os policiais divulgaram fotos de como a “Rainha do Pó” poderia ser encontrada. Com cabelos claros, presos, franja no rosto e até mesmo com óculos.


LEIA TAMBÉM: RAINHA DO PÓ' SUSPEITA DE COMPRA DE SENTENÇA ESTÁ NA MIRA DA POLÍCIA HÁ MAIS DE 10 ANOS


A nossa missão é manter informado àqueles que nos acompanham, de todos os fatos, que de alguma forma, estejam relacionados com a Segurança Portuária em todo o seu contexto. A matéria veiculada apresenta cunho jornalístico e informativo, inexistindo qualquer crítica política ou juízo de valor.    

* Texto: O texto deste artigo relata acontecimentos, baseado em fatos obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis e dados observados ou verificados diretamente junto a colaboradores.

* Direitos Autorais: Os artigos e notícias, originais deste Portal, tem a reprodução autorizada pelo autor, desde que, seja mencionada a fonte e adicionado o link do artigo.



Continue lendo ►

LEGISLAÇÕES