Dirigentes
sindicais representantes da Guarda Portuária de vários estados brasileiros
estiveram em Brasília na última terça-feira (14) para se mobilizarem contra o
Projeto de Lei (PL) 4330, que no seu texto original, possibilitava a terceirização
de todo e qualquer serviço.
Pela
manhã, ocorreu uma reunião na sede da Federação Nacional dos Portuários (FNP),
onde foi traçada a estratégia de trabalho. Mais de mil panfletos foram impressos
solicitando o apoio dos deputados federais à Emenda Aditiva de Plenário nº 46, do Deputado
Federal Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), a qual propunha a exclusão da Guarda Portuária
da possibilidade de terceirização, defendendo o argumento de que ela realiza
ações de estado, tendo poder de polícia administrativa, portanto não poderia ser
terceirizada.
No
corpo a corpo com os deputados no Congresso, muitos se prontificaram a defender
a categoria, outros, já se antecipando o que mais tarde viria a se confirmar, alegavam
que iriam defender a exclusão das empresas públicas no texto do projeto.
A
mobilização deu certo, diante da pressão de várias categorias no congresso,
eles acabaram cedendo, e excluíram as empresas públicas da possibilidade de
terceirização, ampla e irrestrita.
Corrente pela Aprovação da Emenda
Guardas portuários de várias partes do país participaram de uma corrente em prol da aprovação da Emenda de Plenário nº46, enviando e-mails para todos deputados federais, solicitando o apoio deles.
Protesto nos portos
De
acordo com Eduardo Guterra, presidente da Federação Nacional dos Portuários (FNP)
e dirigente da CUT, os trabalhadores dos portos de Santos, Rio, Vitória,
Salvador, Recife, Rio Grande e Belém fizeram atos públicos em frente às
empresas portuárias para marcar o dia de protesto.
Cerca
de 50 trabalhadores participaram da manifestação contra a terceirização na
porta da Codesp. O protesto reuniu empregados administrativos, estivadores,
jornalistas, engenheiros e pessoal de capatazia. A categoria se reuniu em
assembleia e decidiu fazer a manifestação.
O
presidente do SINDAPORT, Everandy Cirino dos Santos, explicou que o objetivo é
manter a categoria mobilizada porque quando o texto sobre a terceirização for
para o Senado Federal uma paralisação total das atividades no Porto de Santos
poderá ocorrer.
Ele
ressaltou que embora o texto aprovado pela Câmara dos Deputados não seja o
final, muitos portuários ficaram aliviados com a retirada das empresas públicas
do projeto de terceirização. Na noite de terça-feira, os deputados retiraram as
empresas públicas, as sociedades de economia mista e suas subsidiárias da
proposta que amplia a terceirização para todas as áreas das empresas (PL
4330/04). O projeto valerá apenas para a iniciativa privada.
“Por
essa razão, houve uma desmobilização dos empregados da Codesp. Porém, devemos
continuar atentos porque o projeto de lei ainda está sendo discutido e vai
prejudicar os trabalhadores, diminuir salários e provocar demissões”.
CODERJ
No
Porto do Rio de Janeiro, portuários também realizarão uma manifestação na
frente da sede da Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ). Várias faixas foram
estendidas repudiando o PL 4330. No Porto de Itaguaí-RJ, guardas portuários
realizaram uma operação padrão, ocasionando uma enorme fila na entrada dos
trabalhadores.
O Porto de Capuaba, em Vila Velha, suspendeu suas atividades no início da manhã. O ato foi organizado pelo Sindicato Unificado dos Trabalhadores nos Serviço Portuários (SUPORT), em protesto contra a aprovação do projeto de lei 4330/04, que legaliza a terceirização em todos os postos da cadeia produtiva.
O
movimento realizado em frente a sede da CODEBA, contou com intensa
participação, apesar da chuva e da ausência de transporte na cidade. Durante a
manifestação foi interditada dois terços da Avenida da França, no Comércio, foram
usadas palavras de ordem e faixas contra a tentativa do Congresso Nacional,
financiado por grupos empresariais interessados na desregulamentação indireta
das conquistas trabalhistas obtidas durante a História pela classe
trabalhadora, incluindo a CLT.
Paulinho é chamado de
traidor dos trabalhadores em protesto contra terceirização
O
presidente do Partido Solidariedade, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da
Força, foi citado no carro de som. "É a música do Paulinho. É o traidor
número um dos trabalhadores minha gente", disse uma liderança da Central
Única dos Trabalhadores (CUT).
A
crítica foi feita após tocar a música Vou Festejar, de Beth Carvalho, cuja
letra diz "você pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão". Os
manifestantes acusam Paulinho de ter articulado pela aprovação do texto base do
PL 4330, que libera a terceirização de atividades-fim da empresa.
Lula
O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou da presidente Dilma Rousseff, o
veto à lei que regulamenta e amplia a terceirização no país, que está em
votação na Câmara. Para Lula, é “uma questão de honra” barrar a proposta. Ao
discursar para uma plateia de sindicalistas, o ex-presidente afirmou que o
governo não pode permitir o retrocesso nos direitos trabalhistas.
“Não
deixar aprovar a lei 4.330 [da terceirização] é questão de honra da classe
trabalhadora”, afirmou Lula, ao discursar no 9º Congresso Nacional dos
Metalúrgicos da CUT, em Guarulhos.
Repercussão assusta Câmara
e pode brecar lei da terceirização
Ondas
surgidas na internet e nas ruas podem provocar uma reviravolta no futuro da Lei
da Terceirização (PL 4330/04). Com receio da reação contrária à tentativa de
relativizar os direitos trabalhistas, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
suspendeu a sessão da terça-feira (14), na qual estavam sendo votados pontos
específicos do projeto.
Cunha
decidiu adiar a sessão após apelos de líderes partidários. Da tribuna, alguns
deles admitiram preocupação com a repercussão negativa da Lei, cujo texto-base
foi aprovado na quarta-feira (08). André Figueiredo (CE), do governista PDT,
disse que seu partido é herdeiro do trabalhismo de Getúlio Vargas, o pai da
CLT, e não quer ficar conhecido como “traidor”. Ele reclamou que em alguns
aeroportos há sindicalistas da CUT e da CTB disseminando a ideia de “traição”.
Dos
28 partidos representados na Câmara, apenas três ficaram oficialmente contra o
projeto na semana passada. O PT foi um deles, ao lado de PCdoB e PSOL. Um dos
únicos seis, entre 61 peemedebistas, a votar contra o projeto, João Arruda
(PR), que presidiu a comissão especial do Marco Civil da Internet, disse a
Carta Capital que a onda anti-terceirização começou a se formar no fim da
semana passada.
Segundo
ele, em redes sociais e em conversas no Paraná, sua terra natal, foi possível
perceber um crescente sentimento contra o projeto. Suspensa a sessão, Arruda
apontou à reportagem um panfleto revelador do clima entre os deputados.
Intitula-se “Ladrões de Direitos” e exibe a foto de seis “Procurados” pelo
“crime” de “roubo de direitos”. “Essa lei rasga a carteira assinada. É muito
ruim para o trabalhador”, afirmou Arruda.
Sindicatos acordam após “sono
profundo”
Ao observar os atos, o pesquisador em
relações de trabalho Arnaldo Mazzei Nogueira, professor-doutor da Universidade
de São Paulo (USP) e da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP),
pergunta-se onde estavam os trabalhadores sindicalizados nas manifestações de
junho. “Os sindicatos estavam dormindo nesse ambiente onde tudo parecia normal.
Eles saíram tarde [às ruas], mas saíram.”
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UM VERDADEIRO ABSURDO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirNÃO CONSIGO ENTENDER COMO O CONGRESSO NACIONAL PERDE TEMPO COM UM PL
DESSA NATUREZA.
O CARA, AUTOR DO MESMO, SAIU ESCREVENDO O QUE ACHA COMO DEVEM SER AS RELAÇÕES DE TRABALHO - Dispõe sobre o contrato de prestação de serviço a terceiros e as relações de trabalho dele decorrentes - FERRA COM TODA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA CONSTRUÍDA APÓS DÉCADAS E DÉCADAS DE SITUAÇÕES ABSTRAÍDAS DA PRÁTICA DA RELAÇÃO CAPITAL X TRABALHO; COM AS CONVENÇÕES E ACORDOS COLETIVOS DE TRABALHO ESPECÍFICOS RENOVADOS E EXISTENTES HÁ DÉCADAS, FRUTOS DE MUITAS LUTAS E NEGOCIAÇÕES; ENQUADRA QUAISQUER ATIVIDADES (FORMA DE CONTRATAÇÃO, FORMAÇÃO, CONHECIMENTO AGREGADO) COMO SENDO PASSÍVEL DE MERA CASUALIDADE SABER EXECUTÁ-LAS, ONDE QUALQUER UM EM QUALQUER CIRCUNSTÂNCIA PODERÁ EXERCÊ-LAS (PEGA O CARA ALI NA ESQUINA, PÕE UMA FARDA E PÕE ELE PRA TRABALHAR ALI); IGNORA ÁREAS DE ATUAÇÃO E COMPETÊNCIAS QUE TÊM LEGISLAÇÕES PRÓPRIAS PARA OS QUE NELA DEVEM ATUAR, MESMO ATIVIDADES QUE SÓ O ESTADO PODE EXERCER, ETC.
UMA COISA ABOMINÁVEL ESSE PL, SEM PÉ NEM CABEÇA, RIDÍCULA, SEM NEXO, SEM RAZÃO DE SER, TRESLOUCADA, UM PURO ACHISMO, SEM SUSTENTABILIDADE JURÍDICA ALGUMA, UMA MERDA!!!!!!!!!!!!!!!
E O MAIS INCRÍVEL, ISSO AINDA CORRE RISCO DE SER APROVADO!!!!!!!!!!!!!
ÉGUA, PUTISGRILA, ISSO É O BRASIL!!!!!!!!!!!!!!
CILENO BORGES