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segunda-feira, 10 de abril de 2023

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OPERAÇÃO DESARTICULA ORCRIM INVESTIGADA PELO ENVIO DE TONELADAS DE COCAÍNA PARA A EUROPA

 

Operação Hinterland teve o apoio da Europol, da Senad SENAD/PY) e da Fiscalía; do Paraguai, da Polícia Nacional da França (Police Nationale – OFAST); da Alfândega da Alemanha (Zoll) e da Guarda Civil (Guardia Civil); da Espanha

A Polícia Federal (PF) e a Receita Federal do Brasil (RFB), com apoio da Agência da União Europeia para Cooperação Policial (Europol), da Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD/PY) e da Fiscalía, do Paraguai, deflagraram no dia 30 de março, a Operação Hinterland, voltada à repressão ao tráfico internacional de drogas da América do Sul para a Europa, promovido por organização criminosa estruturada em duas grandes empresas de logística marítima sediadas nos portos de Rio Grande (RS) e de Itajaí (SC).

Para o desenvolvimento e execução da Operação Hinterland, celebraram-se termos de Cooperação Jurídica e Policial Internacional com a Alemanha, Paraguai, França e Espanha, possibilitando a execução de diversas medidas no exterior.

A operação contou com a participação de 200 policiais federais e 12 auditores-fiscais e analistas-tributários da RFB para o cumprimento de 19 mandados de prisão preventiva e 37 mandados de busca e apreensão no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Amazonas e Rondônia, e em Assunção, no Paraguai.

Também foram executados 15 prisões, os sequestros de 87 bens imóveis, 173 veículos, uma aeronave, bloqueios de contas bancárias vinculadas a 147 CPFs e CNPJs, 66 bloqueios de movimentação imobiliária de 66 pessoas físicas e jurídicas e a proibição de expedição de GTAs (Guia de Trânsito Animal) por quatro investigados, totalizando a execução de 534 ordens judiciais. Além disso, na Espanha estão sendo realizadas diligências para localizar e apreender bens pertencentes a membros da organização criminosa.

Com as medidas executadas, a descapitalização da organização criminosa poderá chegar a 3,85 bilhões de reais, valor estimado das transações ilícitas identificadas durante o período da investigação.

Investigação

A Operação Hinterland teve início em março de 2021, depois que a Polícia Federal brasileira recebeu informações da alfândega alemã sobre uma apreensão em dezembro de 2020 de 316 kg de cocaína na cidade de Hamburgo, na Alemanha, em dezembro de 2020, a partir do Porto de Rio Grande.

Na sequência, outros dois casos foram registrados em 2021. No primeiro, a RFB apreendeu 1,113 tonelada avaliada em R$ 202 milhões.

Depois, a Polícia Federal localizou 2,7 toneladas da droga no centro de Pelotas, sul do Estado. A cocaína estava armazenada em uma casa.

Outro golpe nos negócios da organização ocorreu em 30 de novembro do ano passado, quando uma pequena embarcação que havia partido de Itajaí foi interceptada pela marinha francesa no Golfo da Guiné, quando foram apreendidas 4,6 toneladas de cocaína, avaliadas em 150 milhões de euros (cerca de R$ 824 milhões).

As informações iniciais davam conta de que uma empresa brasileira estaria sendo utilizada para o transporte de cocaína do Brasil para a Europa.

Com base na análise realizada pela Europol e pelas autoridades da França, Polícia Nacional (Police Nationale – OFAST); Alemanha, Alfândega (Zoll), Guarda Civil (Guardia Civil); Espanha, a Polícia Federal brasileira conseguiu mapear completamente a rede criminosa que até então operava na maior parte do tempo sob o radar.

A primeira prisão foi realizada em outubro de 2022 pela PF. Um alvo prioritário foi preso no Paraguai por suposto envolvimento na operação logística entre o Paraguai e o Brasil e na negociação direta com fornecedores no Paraguai e na Bolívia.

A investigação indicou que a droga produzida na Bolívia era remetida para o Brasil por um fornecedor paraguaio e ingressava no país pela cidade de Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul. Posteriormente, a cocaína era transportada em caminhões até os estados de Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e armazenada nas próprias empresas da organização criminosa ou em depósitos próximos aos portos de Rio Grande e Itajaí. A droga era inserida em cargas regulares com a intervenção e coordenação da alta administração das empresas de logística, sem o conhecimento dos contratantes, proprietários das cargas lícitas (normalmente de insumos que poderiam mascarar a droga quando submetida aos controles alfandegários). Já no continente europeu, o grupo comprador do entorpecente, furtava a parte da carga regular que continha a cocaína, para distribuição em diversos países da Europa.

O esquema, conforme a investigação da PF do Rio Grande do Sul, era promovido por duas empresas de logística marítima sediadas nos portos: a CTIL Logística e a Intersul Terminais, O esquema se organizava a partir de três núcleos: o do fornecedor, que é Paraguaio, o de transporte e logística, que seria o feito pela CTIL Logística e a Intersul Terminais, que seriam do mesmo grupo econômico, e o do comprador, ainda em investigação na Europa.

Os nomes dos investigados não foram revelados pela PF, mas segundo o site GZH, foi preso, em Balneário Camboriú, César Oliveira de Oliveira Júnior, dono da CTIL. Um irmão dele, Leandro Gonçalves de Oliveira, também foi capturado. No total, 15 investigados foram detidos.

Receita Federal do Brasil (RFB)

As apurações realizadas pela RFB constataram a incompatibilidade entre o volume de recursos recebidos e a operação de diversas empresas utilizadas pelo grupo criminoso. Empresas de fachada e o uso de interpostas pessoas com o intuito de ocultar a origem de valores obtidos com a prática criminosa e de bens adquiridos para usufruto de membros da quadrilha também foram evidenciadas. Além disso, verificou-se a realização de operações de exportação incoerentes sob o ponto de vista comercial, com o objetivo de encobrir o envio de carga ilegal.

Em dois anos de investigação, foi comprovado que a organização criminosa movimentou 17 toneladas de drogas que tinham como destino a Europa, sendo que 12 toneladas foram apreendidas.


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