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segunda-feira, 17 de junho de 2013

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ESPIONAGEM NO PORTO





Disfarçados de portuários, quatro agentes da Abin - o serviço secreto do governo - foram presos sob suspeita de bisbilhotar a vida do governador Eduardo Campos, pré-candidato à Presidência da República

É colossal o esforço do governo para impedir que decolem as candidaturas presidenciais do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e da ex-senadora Marina Silva (sem partido). Nos últimos meses, a presidente Dilma Rousseff reacomodou no ministério caciques partidários que ela havia demitido após denúncias de corrupção, loteou cargos de peso entre legendas desgarradas da base aliada e pressionou governadores do próprio PSB a minar os planos de Campos. Sob a orientação do ex-presidente Lula, Dilma trabalha para montar a maior coligação eleitoral da história e, assim, impedir que eventuais rivais tenham com quem se aliar. A maior parte dessa estratégia é posta em prática à luz do dia, como a volta dos “faxinados” PR e PDT à Esplanada, mas há também uma face clandestina na ofensiva governista, com direito a espionagem perpetrada por agentes do estado. Um dos alvos dessa ação foi justamente Eduardo Campos, considerado pelo PT um estorvo à reeleição de Dilma pela capacidade de dividir com ela os votos dos eleitores do Nordeste, região que foi fundamental para assegurar a vitória da presidente em 2010.

O Porto de Suape, no Recife, carro-chefe do processo de industrialização de Pernambuco, serviu de arena para o até agora mais arrojado movimento envolvendo essa disputa pré-eleitoral. No dia 11 de abril, a Polícia Militar deteve quatro espiões da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que fingiam trabalhar no local, mas há semanas se dedicavam a colher informações que pudessem ser usadas contra Campos. A Secretaria de Segurança Pública estadual já monitorava os agentes travestidos de portuários fazia algum tempo. Disfarçados, eles estavam no estacionamento do porto quando foram abordados por seguranças. Apresentaram documentos de identidade falsos e se disseram operários. Acionada logo depois, a PM entrou em cena. Diante dos policiais, os espiões admitiram que eram agentes da Abin, que estavam cumprindo uma missão sigilosa e pediram que não fossem feitos registros oficiais da detenção.

Em abril deste ano, um documento sigiloso obtido pelo jornal Estado de S.Paulo confirmou que o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI) mobilizou a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar portuários e sindicatos contrários à Medida Provisória 595, conhecida como MP dos Portos.

Identificado como “Ordem de Missão 022/82105”, de 13 de março de 2013, o ofício foi encaminhado a superintendências da Abin em 15 Estados litorâneos traz em destaque o alvo dos agentes: “Mobilização de Portuários”. O GSI confirma a autenticidade do documento. O teor da ordem desmente o general-chefe José Elito, ministro-chefe do GSI, que classificou como mentirosa a descoberta.

Naquela mesma oportunidade, o governador Eduardo Campos preferiu não tecer críticas ao suposto esquema de espionagem montado no complexo de Suape. O socialista se escorou no posicionamento dado pelo Governo Federal sobre o caso, negando o episódio e afastando a conotação política dada à informação publicada pelo Jornal Estado de São Paulo. O gestor estadual deixou transparecer desconhecimento sobre a suposta operação em solo pernambucano.

Vereado de Jaboatão está entre os espiões
 
                                               Edmilson Silva

Um dos quatro ‘espiões’ que teriam sido presos pela Polícia Militar de Pernambuco é o vereador de Jaboatão dos Guararapes, Edmilson Silva (PV). “Nada mais natural… Edmilson vive, portanto, uma situação curiosa. Durante o dia, como vereador, é um defensor das liberdades. Às escuras, como araponga, une-se aos colegas de repartição para violá-las”, diz um trecho da reportagem.

Segundo a publicação, os quatro agentes detidos trabalham na superintendência da Abin em Pernambuco. Edmilson, Mário Ricardo Dias de Santana, Nilton de Oliveira Cunha Junior e Renato Carvalho Raposo de Melo vinham sendo monitorados pela Secretaria de Segurança Pública Estadual há algum tempo. No momento da abordagem, os agentes travestidos de portuários apresentaram documentos de identificação falsos.

Depois que a PM revelou a farsa, os ‘espiões’ revelaram a verdade e pediram que não fossem feitos registros oficiais da detenção, já que estavam cumprindo missão sigilosa da Abin. No dia da prisão, o grupo estava em dois carros. O primeiro – Pálio (JCG-1781) – tinha placa fria e o outro – Peugeot (KHI-1941) – estava em nome da Abin.

À Veja, Edmilson negou o envolvimento na espionagem. “Fui ao Porto de Suape algumas vezes para visitar amigos. Mas, nunca fui detido ou preso, nunca usei documento falso, não há registro sobre isso”, disse, informando à revista que nenhum monitoramento contra cidadãos ou governantes é realizado nos dias atuais.

Político

Apesar de o chefe de segurança do GSI, general José Elito Siqueira, ter afirmado que a espionagem era apenas de “monitoramento de cenários para a presidenta”, a reportagem destaca o cunho político da ação. Diz que o PT faz um esforço colossal para impedir que novas candidaturas presidenciais surjam e coloquem a reeleição de Dilma em xeque.

Além de querer destruir a provável candidatura de Eduardo Campos, o texto cita que o PT orientou o Congresso Nacional a apoiar o PL que dificulta o surgimento de novos partidos e reduz o tempo de propaganda eleitoral e o recebimento de dinheiro do fundo partidário. A medida afeta em cheio a ex-senadora Marina Silva (sem partido) que luta para criar uma legenda, a Rede de Sustentabilidade.

Suape emite nota sobre a matéria

Em relação à reportagem da Veja, veiculada neste sábado (15), intitulada “Quatro agentes da Abin são presos por espionar Eduardo Campos”, o Complexo Industrial Portuário de Suape emitiu uma nota de esclarecimento desmentindo a prisão dos dos agentes.

Veja nota na íntegra:

1. A Polícia Militar de Pernambuco não efetuou qualquer prisão de agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no Complexo Industrial Portuário de Suape na manhã de 11 de abril de 2013. A Segurança Patrimonial do Porto apenas impediu a entrada dos agentes no porto organizado, considerado como área de segurança máxima, porque eles queriam ter acesso ao local sem identificação. O procedimento seria tomado com qualquer cidadão que desejasse fazer o mesmo.

2. Após revelarem que eram da Abin, os agentes insistiram em ter acesso à área sem identificação, o que não foi permitido devido ao ISPS Code cumprido rigidamente por Suape. Trata-se de um código internacional para a proteção de navios e instalações portuárias, criado pela Organização Marítima Internacional (IMO), entidade vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU). O código foi instituído em 2002, após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos.

3. Mediante a negativa de liberação de permanência no local sem a devida identificação, os agentes da Abin deixaram o local.

 

 

Fonte: Revista Veja / Jornal O Estado de São Paulo / Blog da Folha / Edição    Segurança Portuária Em Foco





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