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terça-feira, 17 de dezembro de 2019

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COLOMBIANO PRESO NA ESPANHA É EXTRADITADO PARA O BRASIL



Ele é suspeito de liderar um esquema que escondia drogas dentro de blocos de granito.
O traficante colombiano Juan Pablo Munhos Hernandes, preso em março de 2018 na Espanha, foi extraditado para o Brasil e chegou a Vitória na manhã da última quinta-feira (12), para ficar no Presídio de Segurança Máxima de Viana. Segundo a Polícia Federal, ele é o chefe de um grupo que traficava drogas, sobretudo cocaína, dentro de blocos de mármore e granito que eram mandados para exportação que saíam do Espírito Santo.
A extradição para o Brasil aconteceu porque foi o país onde ele cometeu o crime. Ele vai ficar preso preventivamente até a conclusão do processo.
A movimentação da Polícia Federal no Aeroporto de Vitória foi a parte final de uma investigação que começou há mais três anos, sobre tráfico internacional de drogas. Cocaína que saía do Brasil em um esconderijo quase perfeito: blocos de pedra. Nem os equipamentos de scanner e nem o faro dos cães conseguiam perceber os entorpecentes, que só foram encontrados com o auxílio de uma máquina.

Em uma das apreensões, em 2017, 123 kg de cocaína foram encontradas dentro de uma pedra de granito, mas não foi a única. Em outra situação foi preciso jogar uma esfera de metal para quebrar a pedra e encontrar a droga.
Investigação
A Polícia Federal explicou que a investigação começou seguindo quatro mexicanos. Eles entraram no Brasil em 2016, como turistas, mas não a passeio.
Eles alugaram um galpão, na cidade de Serra, região Metropolitana de Vitória, onde "recheavam" o granito com cocaína. A polícia monitorou a movimentação deles por vários dias, até conseguir flagrar o tráfico.
O mexicano Luiz Gerardo Origel acabou preso e foi condenado a 21 anos e cinco meses de prisão. Ele está no Presídio de Segurança Máxima de Viana.
Luiz Gerardo Origel foi condenado a 21 anos e cinco meses de prisão — Foto: Divulgação/Polícia Federal

A Justiça Federal também decretou a prisão de Oscar Gerardo Gusman, Jorge Gomar Franco e José Isabel Orozco, mas eles escaparam. Viajaram para o México antes que a prisão fosse decretada.
Mas a investigação da Polícia Federal revelou que os mexicanos não agiam sozinhos. Eles trabalhavam para um traficante colombiano, que acabou preso na Espanha. Juan Pablo Munhos Hernandes é apontado pela polícia como o chefe da quadrilha.
Segundo a polícia, ele se hospedava em um hotel de alto padrão em Vitória e pagou em dinheiro vivo o aluguel do galpão onde a droga era escondida nas rochas e também a empresa contratada para levar as pedras para a Itália. Essa empresa e o dono do galpão, de acordo com as investigações, não sabiam do tráfico.
Já Juan Pablo se apresentava como negociador de obras de arte. Nas redes sociais, demonstrava ter uma vida de luxo.
Juan Pablo ostentava uma vida de luxo — Foto: Divulgação/Polícia Federal

"Ele era uma pessoa acima de qualquer suspeita. Ostentava uma vida de luxo, muito dinheiro, inclusive era próximo a pessoas da alta sociedade por todas as cidades que ele passava", explicou o delegado federal Ramon Almeida da Silva.
Prisão na Espanha
O envolvimento de Juan Pablo no crime surpreendeu a polícia da Espanha, que mandou uma mensagem para a Polícia Federal do Brasil perguntando se era ele mesmo quem deveria ser preso, por ser um homem que frequentava a alta sociedade, era conhecido por pessoas famosas e circulava até em embaixadas.
Mensagem enviada pela polícia espanhola para a Polícia Federal do Brasil — Foto: Divulgação/Polícia Federal

Juan foi preso no dia 6 de março de 2018. A polícia anunciou a prisão dele com destaque na TV espanhola.
Extradição
A Polícia Federal do Brasil conseguiu a extradição de Juan Pablo. Ele vai ficar preso no Brasil, especificamente no Presídio de Segurança Máxima de Viana, no Espírito Santo, onde será processado e julgado.
Juan chegou no Aeroporto de Vitória escoltado. A Polícia Federal afirma que ele tem ligação com os maiores cartéis do México. A prisão dele desmonta um grande esquema de tráfico internacional.
"Ele pertence, integra um cartel que atua não só no México. Esse grupo está desmontado e o recado é muito claro. A Polícia Federal não vai investigar apenas os operadores, os traficantes pequenos, nós vamos buscar os líderes em todos os lugares do mundo", declarou o delegado Ramon Almeida da Silva.


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