Alvo da operação é apontado como líder do “Cartel do Sul”,
quadrilha especializada em tráfico internacional de drogas e lavagem de
dinheiro
Na manhã da
terça-feira (2/9) a Polícia Federal (PF), com o apoio do Gaeco (Grupo de
Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e do Ministério Público de São
Paulo, deflagrou a Operação Hetera para desarticular uma organização criminosa
envolvida com o tráfico internacional de drogas e a lavagem de dinheiro.
Cerca de 40
policiais federais foram designados para cumprir oito mandados de busca e
apreensão e cinco mandados de prisão temporária em São Paulo (São José do Rio
Preto), no Paraná (Curitiba), Santa Catarina (Itajaí, Itapema e Tijucas), Mato
Grosso do Sul (Ponta Porã,) e no Distrito Federal.
Investigação
De acordo com o Delegado
da Polícia Federal em São José do Rio Preto, Alexandre Manoel Gonçalves, o foco
na cidade foi a lavagem de dinheiro, após a identificação de um grupo que
movimentava recursos do tráfico e utilizava os valores ilícitos para a
aquisição de imóveis em nome de terceiros, com o auxílio de comerciantes
locais.
Os mandados
cumpridos nesta fase, expedidos pela 2ª Vara da Justiça Estadual de São José do
Rio Preto, miraram tanto operadores logísticos, incluindo piloto de avião, quanto
comerciantes que emprestaram nomes para aquisição de propriedades. A
investigação começou em 2021
O delegado explicou
que o grupo chegou a cogitar a instalação de pistas clandestinas na região de
Rio Preto para ampliar a logística do tráfico. Além do transporte aéreo, a
quadrilha se valia de caminhões registrados em nome de motoristas de fachada e
utilizava imóveis rurais para ocultar dinheiro. “Estamos lidando com uma
organização criminosa multimilionária. Combater esse tipo de rede exige atacar
o capital que a sustenta”, disse Gonçalves.
A investigação
apontou que a quadrilha atuava no Sul do país e que migrou para São José do Rio
Preto (SP), cidade onde a quadrilha construía uma boate de luxo para lavar o
dinheiro do tráfico, que teve a obra bloqueada pela justiça.
Apreensão de droga e valores em espécie
Durante a apuração
que deu origem a esta operação a PF apreendeu 217 kg de droga, além de R$ 7,2
milhões e US$ 798 mil em espécie.
O material foi
encontrado pela Polícia Rodoviária do Estado de São Paulo em um caminhão, pertencente a uma organização criminosa, interceptado
ainda em São Paulo e tinha como destino a cidade sul-mato-grossense de Ponta
Porã, na fronteira com o Paraguai.
Rei da Cocaína era o Alvo
De acordo com o
promotor do GAECO, Tiago Dutra Fonseca, Lindomar Reges Furtado, considerado o
“Rei da cocaína”, apontado como o líder do “Cartel do Sul”, quadrilha
especializada em tráfico internacional de drogas, utilizando os portos de Paranaguá,
no Paraná e Itajaí, em Santa Catarina, e também lavagem de dinheiro foi o
principal alvo da operação.
Em 2022, Lindomar
chegou a escapar de uma operação da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) e do
Ministério Público do Paraguai. Na época, câmeras de monitoramento do
condomínio de luxo onde ele morava, em Hernandarias, flagraram o momento em que
o brasileiro fugiu do cerco policial em uma caminhonete Toyota Hilux.
Segundo a imprensa
paraguaia, a Hilux pertencia a uma funcionária da Tabacalera del Este,
indústria de cigarros de propriedade do ex-presidente do Paraguai, Horacio
Cartes.
Lindomar também é
apontado como sócio da organização criminosa liderada pelo paraguaio Miguel
Ángel Insfrán Galeano e pelo uruguaio Sebastián Marset. A rede mantinha templos
religiosos e empresas de fachada na linha internacional com Mato Grosso do Sul.
Considerado pela PF
como um dos maiores traficantes do Brasil, foi preso em fevereiro deste ano no
Recreio dos Bandeirantes, região oeste do Rio de Janeiro, usando documento
falso em um condomínio de luxo. Ele também fazia cirurgias plásticas constantes
para mudar a aparência.
De acordo com a PF,
Lindomar usava o nome falso de Fabiano de França Pezzato. Com ele, foram
encontrados R$ 55 mil em espécie, joias e documentos. O traficante foi
encaminhado para o sistema prisional do Rio de Janeiro. Miguel, o “Tio Rico”,
foi preso também no Recreio dos Bandeirantes, em fevereiro de 2023, e Sebastián
Marset segue foragido.
Nome da operação
O nome da ação,
batizada de Operação Hetera, é decorrente do desejo dos criminosos em lavar
dinheiro por meio da construção de uma casa de prostituição de luxo.
Os investigados
poderão responder pelos crimes de tráfico de drogas, organização criminosa e
lavagem de dinheiro.
A nossa missão é manter informado àqueles que nos acompanham, de todos os fatos, que de alguma forma, estejam relacionados com a Segurança Portuária em todo o seu contexto (Safety/Security). A matéria veiculada apresenta cunho jornalístico e informativo, inexistindo qualquer crítica política ou juízo de valor.
* Texto: O texto deste artigo relata acontecimentos, baseado em fatos obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis e dados observados ou verificados diretamente junto a colaboradores.
* Direitos Autorais: Os artigos e notícias, originais deste Portal, tem a reprodução autorizada pelo autor, desde que, seja mencionada a fonte e adicionado o link do artigo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários publicados não representam a opinião do Portal Segurança Portuária Em Foco. A responsabilidade é do autor da mensagem. Não serão aceitos comentários anônimos. Caso não tenha conta no Google, entre como anônimo mas se identique no final do seu comentário e insira o seu e-mail.