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AUTORIDADE PORTUÁRIA DE SANTOS PUBLICA EDITAL DE CONCURSO PARA A GUARDA PORTUÁRIA

As inscrições serão aceitas durante os dias 1º de abril a 06 de maio. A data prevista para a prova é 23 de junho A Autoridade Portuária de...

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quinta-feira, 10 de julho de 2014

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GUARDA PORTUÁRIA DOBRA E DÁ SHOW NA NOITE DO RAPPA



Que o Rappa é uma das grandes bandas do cenário pop/rock nacional não há nenhuma dúvida. Fundada em 1993, no Rio de Janeiro, o grupo já vendeu entre álbuns de estúdio e ao vivo, álbuns de vídeo, singles, ep's e etc., mais de 5 milhões de cópias em todo o mundo.
Com 20 anos de história e um repertório recheado de letras que abordam as injustiças sociais que acontecem cotidianamente no Brasil, o Rappa é uma das bandas mais talentosas do mainstream tupiniquim, lotando ginásios, espaços e casas de espetáculos a cada apresentação.
Até aí tudo corriqueiro e muito natural para a trupe liderada pelo rastafári Marcelo Falcão que, sem saber e de forma no mínimo inusitada, aumentou ainda mais sua legião de fãs ao conquistar também a simpatia de um grupo de empregados da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp).
A admiração dos doqueiros teve início no último dia 27 de junho, quando o Rappa trouxe para Santos o show da aclamada tour nacional Nunca Tem Fim, realizado no Terminal Marítimo de Passageiros Giusfredo Santini, administrado pela operadora portuária Concais S.A.
Principal atração do Zero 13 Festival, a banda reuniu mais de 11 mil pessoas, segundo estimativas da Polícia Militar, que foram brindadas com uma apresentação considerada impecável pela crítica especializada, apesar dos problemas decorrentes da realização em local e condições totalmente impróprios. E foi aí que os portuários também se tornaram atrações mesmo sem subirem ao palco.
Autorizados pela Codesp a trabalharem excepcionalmente em regime de dobra, os profissionais da corporação foram os verdadeiros astros da noite ao fazerem uso de um simples apito de trânsito seus instrumentos musicais. Com pulmão, virtuosismo e pegada firme, a rapaziada garantiu com extrema habilidade e habitual competência o mínimo de organização possível no sistema viário em torno do complexo portuário, transformado grosseiramente no Circo Voador santista.
Além disso, longe das caras e bocas e principalmente das entonações características dos grandes "band leaders", os músicos da Codesp foram os verdadeiros responsáveis pelos principais graves e agudos da noite para garantir a segurança no fluxo de pessoas. De quebra, asseguraram ainda um ganho extra com a "canja" improvisada, seguindo à risca a letra de "Pescador de Ilusões", um dos clássicos do Rappa, que crava "valeu a pena". Será?
Apesar da memorável performance dos artistas, cariocas e santistas, o precário e pouco eficiente sistema de infraestrutura existente no local, ressalte-se, para eventos de tal natureza, ficou patente e foi um verdadeiro fiasco em termos de organização e oferta de serviços ao público. Nesse sentido, as críticas foram muitas conforme matéria publicada no periódico A Tribuna dois dias após a realização do show.
Para o presidente do Sindaport, Everandy Cirino dos Santos, a direção da estatal precisa rever o aditamento contratual que autoriza a realização de diversos eventos no local. "Não só a Codesp, mas a Secretaria de Portos (SEP) e o próprio Tribunal de Contas da União (TCU) devem rever o documento firmado pelo ex-presidente José Roberto Serra com a direção da Concais".
De acordo com o dirigente, a Autoridade Portuária também agiu em desacordo com suas próprias deliberações. "Se a dobra foi liberada para um show de rock em pleno Porto de Santos, sob condições adversas em meio a um pesado trânsito de caminhões e composições férreas, também deve ser na vida cotidiana da empresa, principalmente em determinados setores considerados essenciais".
Na avaliação do sindicalista, os guardas portuários da Codesp foram os verdadeiros astros da noite e principais responsáveis para que o show não se transformasse em mais uma trágica experiência, a exemplo do que aconteceu naquele fatídico novembro de 1997, quando 8 jovens perderam a vida (7 por asfixia e 1 por traumatismo craniano) em um show dos Raimundos, no Clube de Regatas Santista. Outros 80 ficaram feridos.
Cirino alerta para o fato de o terminal portuário receber um público duas vezes maior do que o ginásio do extinto "Azulão" da Ponta da Praia.  "Apenas para refrescar a memória dos responsáveis e organizadores do show do Rappa, inclusive os administradores da Codesp e da Concais, na triste noite dos Raimundos cerca de cinco mil adolescentes lotaram o ginásio do Regatas, ou seja, menos da metade num espaço que era infinitamente maior".
Considerado um dos maiores clubes da Baixada Santista, o Regatas aliava o charme e a beleza de sua suntuosa sede com as diversas dependências para a prática esportiva bem como o vistoso e imponente ginásio, que além de jogos também recebeu grandes atrações, nacionais e internacionais, tais como Elis Regina e os lendários Harlem Globetrotter, entre outros. Mesmo assim, foi palco de uma noite que marcou de forma negativa a história cultural da cidade. Ao que parece, a tragédia de Santa Maria (RS) também já caiu no esquecimento.
Apesar das críticas, o mandatário do Sindaport garante não será contra qualquer iniciativa de caráter cultural. "Desde que seja feita com responsabilidade e organização, sobretudo em locais adequados e não na faixa primária do cais, até porque porto é lugar de navios". As irregularidades verificadas na noite do último dia 27 serão levadas ao conhecimento do Ministério Público, da Casa Civil, da SEP, e demais órgãos competentes, garantiu Cirino.
Para o sindicalista, ao permitir a alteração no contrato original firmado com a operadora, a Codesp abriu um "perigoso" precedente. "Daqui a pouco as demais empresas vão querer aditar seus respectivos contratos para poderem atuar em outras atividades na vacância de navios, e aí o maior porto do país vai se transformar num grande show, não de música, mas de horrores", concluiu.
Mesmo na qualidade de coadjuvantes, os guardas portuários estiveram à altura de Xandão (guitarras), Lauro Farias (baixo), Felipe Boquinha (bateria), Falcão (vocal) e DJ Negralha. Com um repertório variado que navegou nos ritmos e estilos vindos do reggae, funk, hip hop, MPB, grooves dub, rap, samba-rock, e rock and roll, a galera da Rodrigo Silva mandou bem. Showzaço.



Fonte: Ass.Com. Sindaport / Denise Campos De Giulio




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