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segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

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PF DEFLAGRA OPERAÇÃO FUZANGLONG CONTRA FURTO DE CONTÊINERES NO PORTO DO MUCURIPE

Porto do Mucuripe — Foto: Divulgação

O objetivo foi aprofundar a investigação que apura autoria criminosa do furto de 12 contêineres

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã do dia 25/11, a Operação Fuzanglong no Porto do Mucuripe, em Fortaleza, no litoral do Ceará. O objetivo foi aprofundar a investigação que apura autoria criminosa do furto de 12 contêineres.

Participaram da ação 60 policiais federais e 4 auditores e analistas da Receita Federal do Brasil (RFB), em cumprimento de onze mandados de busca e apreensão, expedidos pela 11ª Vara da Justiça Federal.

As ordens judiciais foram cumpridas em Fortaleza, nos bairros como o Centro, Meireles, Luciano Cavalcante, Jardim América, Serviulz, Pirambu e em Maracanaú.

A PF identificou alguns suspeitos da participação no furto dos contêineres, com representação e deferimento judicial das buscas nos endereços residenciais e comerciais dos investigados, sendo 3 empresários (um homem e uma mulher chineses e uma cearense), sócios em duas empresas de importação, e mais 4 pessoas, sendo que pelo menos um é funcionário vinculado diretamente à Companhia Docas do Ceará (CDC), e mais três prestadores de serviço do Porto.

Foram apreendidos computadores, celulares, mídias e alguns documentos, entre eles, contratos comerciais.

Os endereços vistoriados pelos policiais federais e auditores pertencem tanto a pessoas físicas como jurídicas. Os nomes das pessoas e das empresas não foram divulgados. Entre elas estão as sedes administrativas das duas empresas, no Centro da cidade, e dois depósitos de mercadorias, um no bairro Luciano Cavalcante e outro nas proximidades da Avenida Monsenhor Tabosa, no Meireles.

Investigação

Segundo o delegado Olavo Pimentel, da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários (Delefaz), a investigação se iniciou em 2021, quando o Porto do Mucuripe realizou investigação interna e descobriu que 12 contêineres com mercadorias haviam sido desviados.

Os contêineres, que estavam destinadas para doação quando foram furtadas, armazenavam em seu interior mercadorias importadas irregularmente da China, apreendidas pela Receita Federal em 2019, que foram avaliadas em R$ 11 milhões.

A PF acredita que eles foram levados de dentro do pátio do Porto entre 2020 e 2021 e nunca mais foram encontrados.

SAIBA MAIS: PF INVESTIGA DESAPARECIMENTO DE CONTÊINERES NO PORTO DE FORTALEZA

Furto qualificado

O delegado Olavo Pimentel, titular da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários (Delefaz), da Polícia Federal no Ceará, confirmou para o Diário O Povo, que o crime investigado é o de furto qualificado. "Obviamente que um material desses, com esse valor, não desaparece. Alguém levou. O crime a princípio investigado é o de furto. Com a participação de pessoas que trabalham no próprio Porto", informou. Ele admitiu que, a partir da dinâmica dos fatos e do total de pessoas participantes, também poderá ser incluída a acusação de associação criminosa.

Entre as mercadorias, "basicamente de origem chinesa, havia roupas, tapetes, brinquedos e vestuário em geral", descreveu Pimentel.

Os contêineres modelo Dry, de 40 pés, e que vazios pesam quase duas toneladas, teriam saído pelo portão da frente da Companhia Docas do Ceará, que administra o porto.

O sumiço/furto dos contêineres foi percebido no dia 22 de setembro de 2021, mas o fato em si teria sido cometido muitos meses antes. Em outubro de 2019 e em junho de 2021, a Companhia Docas havia sofrido dois ataques cibernéticos e a empresa, que pertence ao governo federal, demorou a melhorar suas barreiras virtuais para conter as invasões.

O POVO publicou detalhes dessa investigação, que apontou que o ataque hacker foi disparado por um grupo da Romênia chamado TNT (Tirana Hacker Team).

Segundo o delegado Olavo Pimentel, apesar do envolvimento de um funcionário, a Companhia Docas do Ceará não está sendo diretamente investigada. "Já ouvimos a diretora, tomamos o depoimento dela para esclarecimentos", confirmou. A diretora presidente da CDC, engenheira Mayhara Chaves, havia sido intimada no início deste ano, dentro do inquérito. Servidores portuários e terceirizados também foram chamados pela Polícia Federal para falar sobre o furto dos contêineres.

"Esse material apreendido vai passar por análise da perícia. Vamos analisar principalmente o material de informática encontrado. Havia mercadorias nos depósitos das empresas (onde foram feitas apreensões), mas vamos averiguar. Não temos como apontar ainda se são as mesmas mercadorias”, disse Pimentel.

Os autores do crime podem responder por furto qualificado e associação criminosa, sem prejuízo da descoberta de outros crimes, em decorrência da análise do material apreendido durante a operação.

Nome da operação

O nome da operação, Fuzanglong, remete à mitologia chinesa, "dragão chinês dos tesouros escondidos". À época que os contêineres desapareceram, o porto estava sem o aparato completo de vigilância eletrônica de mercadorias e entrada de pessoas.


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