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terça-feira, 14 de outubro de 2025

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PF DEFLAGRA OPERAÇÃO DE COMBATE AO TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS E À LAVAGEM DE CAPITAIS


As investigações revelaram que o grupo utilizava embarcações pesqueiras para o transporte de drogas e contava com uma rede de colaboradores

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã da última quarta-feira (08/10), a Operação Eclesiastes com o objetivo de desarticular organização criminosa voltada ao tráfico internacional de drogas e à lavagem de capitais. Relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) indicaram movimentações superiores a R$ 1 bilhão em um complexo esquema de ocultação de valores.

As investigações revelaram que o grupo utilizava embarcações pesqueiras para o transporte de drogas e contava com uma rede de colaboradores em vários estados do país. Um empresário paraense, já falecido, era apontado como principal responsável pela logística e pela movimentação financeira ilícita, que era realizada por meio de empresas de fachada e “laranjas”.

Foram cumpridos 19 mandados de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão, além do sequestro judicial de bens e valores que podem alcançar R$ 1,5 bilhão, conforme decisão da 4ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Pará.

As diligências ocorreram no bairro do Jurunas, em Belém, Ananindeua e municípios da região metropolitana, com o apoio de expressivo efetivo policial.

Apreensões

Na operação, foram apreendidos documentos, celulares, veículos de luxo e valores em espécie, além do bloqueio judicial de contas bancárias e imóveis residenciais.

Prisões

Um dos 19 presos na operação foi Marcelo Pantoja Rabelo, mais conhecido como "Marcelo da Sucata". Ele é apontado como lidera de um grupo de extermínio no Pará, mandante de seis homicídios em 2016. É suspeito também de ter atropelado e matado um policial militar, em julho de 2020. Fugiu do local sem prestar socorro. Foi detido em 2019 em Fortaleza (Ceará) em posse de um apartamento de luxo, mas respondia processo em liberdade.

Escrivã e filho

Ao ser preso, Marcelo estava em um apartamento, no Edifício La Ville, localizado na Rua dos Mundurucus, junto com a namorada, a escrivã da Polícia Civil Ana Suellen Carvalho, e o filho dela, Marcello Victor Carvalho de Araújo, de 24 anos.

Em nota, a defesa de Marcelo da Sucata disse que "a prisão ocorreu baseada em fatos apurados em sede de inquérito policial federal, inquérito que ainda se encontra tramitando em caráter sigiloso, mas que o acesso já foi requerido por essa defesa técnica ao juízo competente". Ainda segundo a defesa, "já estão buscando meios jurídicos e legais para restituir a liberdade do suspeito, que inclusive na tarde de hoje estará participando de uma audiência de custódia".

Outro preso foi Vildemar Rosa Fernandes, filho do ex-prefeito de São Miguel do Guamá, Nenê Lopes (MDB), conhecido na cidade como ‘Prefeitinho’.

A Polícia Federal revelou ainda que ‘Prefeitinho’ já havia sido preso no ano passado por envolvimento em fraudes ambientais e garimpo ilegal na zona rural de São Miguel do Guamá.

Investigação

De acordo com as investigações, o grupo utilizava embarcações pesqueiras para o transporte de drogas e contava com uma rede de colaboradores em vários estados do país.

A PF informou que um empresário paraense, já falecido, era apontado como principal responsável pela logística e pela movimentação financeira ilícita, que era realizada por meio de empresas de fachada e "laranjas".

O grupo também é investigado por financiar garimpos ilegais e pela entrada irregular de ouro no país, demonstrando a interligação entre os crimes de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e mineração ilícita.

Filho de Escrivã foi morto

Segundo a PF, durante o cumprimento de um dos mandados, o filho da escrivã, Marcello Victor Carvalho de Araújo, 24 anos, reagiu à abordagem policial, investiu contra um policial, desferindo um soco em seu rosto e tentando tomar-lhe a arma e que, diante da agressão e da iminência de novo ataque, foram efetuados disparos e, embora tenha recebido atendimento imediato, não resistiu aos ferimentos.

A família contesta a versão da PF. Em depoimento, a tia do jovem, Ana Carolina Carvalho, relatou que os policiais arrombaram a porta do apartamento onde a vítima estava com a mãe e o namorado dela.

"Os policiais entraram no apartamento bastante alterados. O primeiro tiro atingiu meu sobrinho fora do quarto. Assustado, ele correu para dentro, e eles o seguiram, disparando novamente, e ele caiu", disse.

Segundo a família, Marcello teria sido confundido com o verdadeiro alvo da operação, Marcelo Pantoja Rabelo, que era namorado da mãe dele e afirmam que Marcello não ofereceu resistência.

Segundo a avó da vítima, mãe da escrivã Ana Suellen Carvalho de Araújo, Marcelo Sucata era apenas ficante da filha. “Ele era ficante da minha filha. A nossa família não tinha envolvimento com ele. “A minha filha se identificou como policial civil, mas mesmo assim eles mataram o meu neto”, disse a avó da vítima.

A informação foi reforçada pela tia de Marcelo Carvalho. “A gente não sabe a índole dele [Marcelo da Sucata]. Não tínhamos contato com ele. Ele não era namorado, era apenas ficante. Mesmo que o meu sobrinho tivesse reagido, a PF não tinha o direito de executar ele”, declarou.

Marcello morava com a mãe, Ana Suellen Carvalho. “Eles arrombaram o apartamento para prender um outro Marcelo. Um homônimo…Nem o Marcello nem a mãe dele estavam sobre qualquer investigação da Polícia Federal”, assegura Mário Rivera, filho de Ana Maria e primo da vítima.

Formado em educação física, ele trabalhava como auxiliar administrativo na Polícia Civil. Marcello também era sobrinho-neto da promotora do Ministério Público do Pará (MPPA), Ana Maria Magalhães.

Polícia Federal

A PF reafirma versão de confronto e descarta erro em operação e negou que tenha ocorrido erro de endereço ou de pessoa.

Segundo o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, a morte ocorreu durante o cumprimento de uma medida judicial, após Araújo avançar contra um dos agentes no interior da residência.

“Durante a execução da medida, o jovem se deparou com a equipe tática em um dos corredores do imóvel. De forma inesperada, ele avançou contra o primeiro agente, desferindo-lhe um golpe e tentando alcançar sua arma de fogo. Diante da ameaça à integridade dos policiais, houve reação imediata, com uso proporcional da força, fato que infelizmente ocasionou a morte do jovem”, informou a PF em nota oficial.

Durante coletiva de imprensa, o diretor-geral da PF refutou essa hipótese: “A equipe cumpriu o mandado de busca e apreensão na residência do investigado e também o de prisão. O investigado não foi para sua residência, mas para a de uma terceira pessoa. Na manhã seguinte, cumprimos o mandado de prisão no local onde o real alvo estava. Desfaço qualquer desinformação sobre equívoco de endereço ou de pessoas”, declarou.

A corporação ressaltou ainda que o preso é amplamente conhecido pelas forças de segurança devido à sua extensa ficha criminal e histórico de atuação violenta, e que a diferença física entre ele e o jovem morto é “absolutamente evidente”, o que tornaria impossível a alegação de confusão.

A PF instaurou um inquérito policial para apurar todas as circunstâncias da ação. Foram realizadas perícias no local, apreensão das armas utilizadas para exames forenses e oitivas das pessoas envolvidas, sob acompanhamento do Ministério Público Federal e supervisão do Poder Judiciário.

“Lamentamos o ocorrido, mas temos confiança de que o sistema de justiça criminal funcionará. O inquérito foi instaurado, as armas apreendidas e as perícias estão em andamento. O caso está sob controle do Ministério Público e do Judiciário”, afirmou o diretor-geral da PF.

A corporação informou ainda que os policiais diretamente envolvidos na ocorrência ficarão afastados de atividades operacionais por tempo indeterminado, até a conclusão das investigações.

Ministério Público

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) para apurar as circunstâncias da morte.

O MPF informou que a investigação foi iniciada ainda na quarta-feira e que já foram requisitadas informações à Superintendência Regional da PF no Pará, ao Instituto de Criminalística e ao Instituto Médico Legal (IML).

Nota - Operação Eclesiastes

A Polícia Federal vem a público esclarecer, de forma transparente e responsável, os fatos relacionados ao cumprimento de mandados judiciais no âmbito da Operação Eclesiastes. A ação foi deflagrada com o objetivo de desarticular organização criminosa voltada ao tráfico internacional de drogas e à lavagem de capitais. Relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) indicaram movimentações superiores a R$ 1 bilhão em um complexo esquema de ocultação de valores.

Em uma das diligências, foi dado cumprimento a um mandado de prisão em desfavor de um dos líderes de organizações criminosas do tipo narcomilícia, atuante ainda em grupos de extermínio, tráfico internacional de entorpecentes, contrabando e ocultação de patrimônio oriundo de atividades ilícitas.

Desta forma, no dia 8/10, amparada por mandado de prisão, expedido pela Justiça Federal e em estrita observância aos preceitos legais, a Polícia Federal ingressou na residência em que se encontrava este alvo de alta periculosidade para dar cumprimento ao mandado judicial.

Conforme fala do Diretor-Geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues: “A equipe cumpriu o mandado de busca e apreensão na residência desse investigado e também cumpriu mandado de prisão. Nessa noite o investigado não foi para sua residência, foi para a residência de uma terceira pessoa. Nossa equipe identificou e na manhã seguinte deu cumprimento ao mandado de prisão no local onde o efetivo e real alvo da operação estava localizado. Aqui eu desfaço qualquer desinformação em relação a equívoco de endereço ou de pessoas.”

Durante a execução da medida judicial, um jovem que se encontrava na residência se deparou com a equipe tática em um dos corredores do imóvel. De forma inesperada, ele teria avançado contra o primeiro agente, desferindo-lhe um golpe e tentando alcançar sua arma de fogo. Diante da ameaça à integridade dos policiais, houve reação imediata, com uso proporcional da força, fato que infelizmente ocasionou na morte do jovem.

Ressalte-se que o homem preso é amplamente conhecido por todas as forças de segurança pública, em razão de sua extensa ficha criminal e de seu histórico de atuação violenta. A diferença de idade, compleição física e traços faciais entre o investigado e o jovem é absolutamente evidente, o que torna inverossímil a alegação de confusão.

A Polícia Federal instaurou inquérito policial para apurar todas as circunstâncias do ocorrido. Foram realizadas perícia no local do incidente, a apreensão das armas utilizadas para realização de exames forenses e as oitivas das pessoas envolvidas, sob acompanhamento do Ministério Público Federal e supervisão do Poder Judiciário.

O Diretor-Geral afirmou ainda que “lamentamos esse ocorrido, mas temos a confiança de que o sistema de justiça criminal funcionará, nós já instauramos Inquérito Policial para apurar isso, fizemos perícia de local por peritos vindos inclusive de Brasília, preservando todo o ambiente, fizemos a apreensão das armas para fazer perícia balística, ouvimos todas as pessoas envolvidas e vamos, sob o controle do Ministério Público e sob o crivo do Poder Judiciário, esclarecer cabalmente todo esse episódio.”

Importante salientar que foram realizados exames no corpo da vítima por peritos criminais federais no Instituto Médico Legal, com acompanhamento de servidores da Polícia Científica do Pará.

Como medida de praxe e com foco na preservação do efetivo, os policiais diretamente envolvidos na ocorrência ficarão afastados de atividades operacionais por tempo indeterminado.

A Polícia Federal lamenta profundamente o desfecho da ocorrência, reitera sua confiança nas instituições de controle e reafirma seu compromisso com a transparência, a legalidade e a elucidação completa da verdade real.

Nome da operação

A Operação Eclesiastes recebeu esse nome em referência ao versículo 12:14 do livro de Eclesiastes, na Bíblia. Este versículo diz: "Porque Deus há de trazer a juízo toda obra e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau".

O nome foi escolhido para simbolizar o objetivo da investigação da Polícia Federal, que era desvendar uma complexa rede criminosa e levar a julgamento as ações que estavam escondidas. A referência bíblica evoca a ideia de que "tudo o que está encoberto será revelado" para que a justiça seja feita.


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