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sexta-feira, 18 de julho de 2014

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CARTÉIS LATINOS-AMERICANOS USAM LOGOMARCAS PARA IDENTIFICAR DROGAS


Foto: Agência de Combate às Drogas dos EUA
Os Los Urabeños, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), a La Familia Michoacana e outras organizações do narcotráfico utilizam logomarcas distintas para identificar suas cargas de cocaína enviadas a El Salvador, Bolívia e Argentina.
O uso de logomarcas para identificar remessas de cocaína tornou-se tão comum que os órgãos de segurança pública estão catalogando as insígnias para rastrear as atividades de narcotráfico dos grupos do crime organizado.
A Comunidade Latino-Americana e do Caribe de Inteligência Policial (CLACIP), formada por 25 órgãos de segurança da região, está catalogando a utilização de logomarcas pelas organizações de narcotráfico.
Colômbia, El Salvador, Bolívia e Argentina são alguns dos países onde as logomarcas estão sendo adotadas para identificar os grupos do crime organizado responsáveis por cargas específicas. As forças policiais latino-americanas registraram milhares de logotipos usados por organizações criminosas transnacionais e gangues locais. Isso inclui emblemas de times de futebol e até caricaturas de desenhos animados associados a rotas do narcotráfico.
Traficantes usam cada vez mais as logomarcas
Os grupos do narcotráfico que operam na América Latina e na região do Caribe estão usando logomarcas para identificar suas cargas de cocaína com cada vez mais frequência, diz Erubiel Tirado, diretor do Programa de Estudos de Segurança Nacional da Universidade Ibero-Americana (UIA), na Cidade do México.
De acordo com Tirado, os cartéis adotam logomarcas para se distinguir uns dos outros e difererenciar seu “produto” do de outros narcotraficantes. As logomarcas indicam que os traficantes produziram e pretendem distribuir determinados volumes de drogas.
“Selos ou logomarcas tornaram-se uma marca de certificação ou sinal de identificação dos cartéis de drogas”, explica Tirado. “Antes, eles se identificavam com uma assinatura.”
Geralmente, grandes cargas de cocaína têm duas logomarcas de identificação. O produtor de cocaína coloca a primeira diretamente sobre a droga antes de ser embalada. Esse selo representa a origem da droga e atesta sua qualidade e pureza. Existem laboratórios envolvidos na produção ou no armazenamento de drogas para cartéis diferentes, de forma que esses locais adotam selos, logomarcas ou decalques diferentes para identificar a quem pertence a cocaína antes de ser transportada para países como Colômbia, El Salvador, Bolívia e Argentina.
A segunda logomarca é a marca do fornecedor, de acordo com o blog do argentino Norberto López Camelo, ex-comandante de uma unidade de polícia provincial na Argentina responsável por investigar o tráfico de drogas.
Segundo uma reportagem do jornal Semana, grandes cargas de drogas normalmente pertencem a mais de um cartel de drogas. Chefões do narcotráfico às vezes trabalham juntos para coordenar grandes remessas e reduzir os custos do transporte. Nessas parcerias, os diferentes cartéis marcam sua carga com suas respectivas logomarcas.
De acordo com Tirado, os barões do narcotráfico sabem que as autoridades estão rastreando as logomarcas e estão tentando se adaptar. “Chefes das drogas sabem que este tipo de rótulo pode ser uma ferramenta útil para as autoridades usarem como prova para processá-los”, afirma Tirado. “Por esse motivo, os chefes diversificaram e expandiram suas seleções de marcas nas drogas para escapar da justiça.”
Colombianos iniciaram adoção de logos
As primeiras organizações do narcotráfico a utilizar logomarcas para identificar cocaína foram as colombianas e depois as mexicanas. Nos anos 80, os cartéis de Cáli e Medellín marcavam suas cargas com selos ou símbolos para evitar o furto de drogas.
A logomarca aplicada a drogas depende da criatividade do produtor ou do grupo criminoso. Organizações criminosas transnacionais adotam caricaturas, combinações de letras ou símbolos, emblemas de times de futebol, imagens de desenhos animados, números romanos, marcas de automóveis e logomarcas da mídia.
Em abril de 2014, agentes da Polícia Nacional da Colômbia apreenderam 7 toneladas de cocaína no porto de Cartagena, 1.200 km ao norte de Bogotá. As drogas estavam escondidas em pacotes dentro de um contêiner com o número 800, com a logomarca da fabricante de veículos KIA e o símbolo da Yamaha.
As autoridades acreditam que os pacotes de cocaína marcados com o número 800 pertenciam aos Los Urabeños, e os demais, a um grupo mexicano de narcotráfico. A polícia não forneceu mais detalhes, pois o caso ainda está sendo investigado.
Em fevereiro de 2014, agentes da Diretoria Antinarcóticos do Equador apreenderam 949 kg de cocaína durante a “Operação Amanhecer”. As drogas estavam escondidas dentro de um barco de pesca a pouco mais de 16 km da Ilha de Puna, na província de Guayas. Os pacotes de cocaína estavam etiquetados com logomarcas de empresas de automóveis, como BMW, Toyota e Volvo. As autoridades suspeitam que a cocaína pertencia à La Familia Michoacana (LFM), organização criminosa transnacional baseada no México. O cartel transporta drogas através do Equador em direção ao México.
Em junho de 2009, agentes de segurança colombianos apreenderam 342 kg de cocaína no município de Tumaco. As autoridades informaram que a droga pertencia a uma facção das FARC. Os pacotes tinham o símbolo de um urso panda e as letras KTM.
Em outubro de 2011, agentes da Polícia Nacional da Colômbia apreenderam 400 kg de cocaína na cidades de Cáli e Córdoba. Os pacotes com a droga tinham a logomarca da rede de televisão CNN. As autoridades suspeitam que a carga pertencia aos Irmãos Calle Serna, também conhecidos como Los Comba. Eles são chefes do Los Rastrojos, grupo de narcotráfico baseado na Colômbia que fornece cocaína aos cartéis mexicanos de drogas.
Em El Salvador, as forças de segurança identificaram cerca de 21 cargas de drogas com logomarcas estampadas nos pacotes. Entre estas, havia imagens dos desenhos animados Piu-Piu (dos Looney Tunes), Hello Kitty, Popeye e caricaturas do Batman e da série mexicana cômica de TV “El Chavo del Ocho”.
Catálogos de logomarcas do narcotráfico
A CLACIP compilou um catálogo com cerca de 500 logomarcas utilizadas por organizações de tráfico de drogas.
A União Europeia (EU) está formando um catálogo com as logomarcas adotadas por grupos do narcotráfico, entre as quais imagens da FIFA, da Coca-Cola e do Vaticano, o emblema do time de futebol argentino Club Atlético Boca Juniors e outros. As autoridades da UE esperam que o catálogo ajude as forças de segurança a estabelecer vínculos entre as drogas apreendidas em países diferentes para identificar rotas do tráfico de drogas.
“Sempre que há uma apreensão de drogas e os [agentes] antidrogas encontram algum tipo de logomarca no local da ocorrência, eles começam a procurá-la no catálogo internacional. Se não a encontram, informam à CLACIP para que a organização possa incluí-la no catálogo e alertar os outros membros”, disse Marco Tulio Lima, chefe da Divisão Antinarcóticos (DAN) da polícia de El Salvador, ao jornal El Mundo.
De acordo com Tirado, catalogar as logomarcas usadas pelos traficantes de drogas é uma maneira de os agentes da lei monitorarem as atividades dos grupos do crime organizado e as rotas usadas por eles.


Fonte: Diálogo




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