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quarta-feira, 31 de março de 2021

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AUTORIDADES SUSPEITAM QUE ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS DO BRASIL ESTEJAM UTILIZANDO O PARAGUAI PARA ENVIAR COCAÍNA PARA A EUROPA

 

Apreensão de 23 toneladas de cocaína em portos na Alemanha e Bélgica aponta nova rota de tráfico

No mês passado, 23 toneladas de cocaína que saíram do Paraguai foram apreendidas em portos de Hamburgo na Alemanha e Antuérpia na Bélgica. É a maior apreensão da droga na história do Continente Europeu. A rota marítima é a mesma usada por traficantes brasileiros que usam o Paraguai como entreposto da cocaína vinda do Peru e da Bolívia.

Os tabletes de cocaína estavam escondidos em latas de 18 litros de argamassa embarcadas em contêineres em portos do Rio Paraguai com destino à Europa.

Cocaína encontrada em Hamburgo estava escondida em latas — Foto: Divulgação Zollfahndungsamt Hamburg/Via Reuters

A maior parte, 16 toneladas, foi descoberta em 12 de fevereiro em cinco contêineres no Porto de Hamburgo. Informados por policiais alemães, policiais belgas encontraram 7,3 outras toneladas armazenadas no Porto de Antuérpia, na Bélgica.

O único preso até agora foi um holandês de 28 anos, suspeito de ser o responsável pela importação da droga. A investigação continua na Alemanha, Holanda e Bélgica para permitir possíveis novas detenções.

Em Hamburgo, esses contêineres, que foram considerados suspeitos, passaram por uma minuciosa revista. A droga foi escondida em latas, sob uma primeira camada de recipientes contendo mástique (um tipo de resina).

A cocaína apreendida na Alemanha estava em 1.728 latas de 18 litros de tinta da marca Fox Colors, produzida e exportada pela empresa Pinturas Tupá S.A., pertencente a Diego Benitez. Em sua página na internet, a empresa informa que exporta para a Europa e para o Brasil.

Agentes do Senad vistoriam fábrica de tintas suspeita de ligação com tráfico (Foto: Divulgação)

“Graças a um trabalho de investigação muito profissional, conseguimos apreender uma quantidade recorde de cocaína”, saudou o secretário de Estado das Alfândegas alemão, Rolf Bösinger, referindo ter sido um “golpe desferido contra o crime organizado ligado ao narcotráfico”.

O ministro do Interior do Paraguai Arnaldo Giuzzo informou que a polícia paraguaia já tinha alertado autoridades de vários países europeus sobre megacarga de cocaína que havia deixado os portos do país.

Segundo investigações policiais, tanto a cúpula da organização criminosa Primeiro Comando da Capital - PCC, quantos membros de outras organizações que atuam de forma autônoma, estão envolvidos em remessas de droga para a Europa através do Paraguai.

Após ter consolidado o acesso aos canais de produção em países vizinhos e a distribuição no Brasil, o PCC agora expandiu suas operações de "exportação" pelos portos do Paraguai, eliminando intermediários para aumentar a margem de lucro.

INTERPOL

O Projeto AMEAP auxilia as autoridades nacionais a identificar ameaças à segurança e combater grupos do crime organizado envolvidos no tráfico ilícito de drogas na África, Oriente Médio e Ásia e Pacífico.

Busca promover e fortalecer a cooperação e o intercâmbio de inteligência relacionada às drogas entre as agências, permitindo que os países se beneficiem de nossos bancos de dados policiais globais. Ao aumentar o acesso ao fluxo de informações geradas pelos países membros em diferentes regiões, a probabilidade de uma investigação e ação penal bem-sucedidas aumenta muito.

O projeto AMEAP auxilia autoridades nacionais no combate as drogas (foto: Divulgação Interpol)

O projeto, que é apoiado pelos Emirados Árabes Unidos e pela Fundação INTERPOL para um Mundo Mais Seguro.

Outras Apreensões

Janeiro 2021 - Duas toneladas de cocaína escondidas em contêineres com carvão vegetal que saíram do Paraguai e do Brasil foram apreendidas no dia 18 de janeiro em dois portos da Espanha. Essa é uma das rotas utilizadas pela quadrilha comandada pelo ex-major da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul Sérgio Roberto de Carvalho.

Sacos de cocaína encontrados em carga de carvão vegetal no porto de Barcelona (Foto: La Nación)

Outubro 2020 - Carregamento semelhante, com 2.900 kg em sacos de carvão vegetal, foi descoberta em outubro do ano passado, em contêineres no Porto de Villeta, no Rio Paraguai, antes de ser embarcado para a Europa. Cidade de 37 mil habitantes, Villeta fica na margem do Rio Paraguai, a 250 km do território sul-mato-grossense.

Pelo menos 12 pessoas foram presas. Entre elas brasileiros e paraguaios, segundo informou as agências internacionais de notícias, o coordenador de Investigação Aduaneira da Espanha, Nelson Báez. Duas famílias são acusadas de liderar o esquema a partir do Brasil e do Paraguai. Os nomes e os locais onde residem não foram informados.

Policiais paraguaios em depósito de empresa de exportação (Foto: ABC Color)

Segundo Báez, a cocaína saiu dos portos paraguaios e brasileiros e foram interceptados nos portos de Barcelona e Algeciras escondidos em 40 toneladas de carvão vegetal.

Conforme as autoridades espanholas, a quadrilha envolve pessoas residentes nas províncias de Murcia e Sevilla que operam através de empresas aparentemente legais de importação de carvão da América do Sul para a Europa.

Ministério Público do Paraguai fez buscas no depósito de carvão da empresa ligada ao carregamento, em Mariano Roque Alonso, cidade pertencente ao Departamento (equivalente a Estado) Central, na região da capital Asunción. 

O dono do depósito é Cristian Turrini, ex-diretor da TV Pública do Paraguai e um dos presos por envolvimento com a carga. Além dele também foi preso Alberto Ayala Jacquet, proprietário dos contêineres onde foi encontrada a droga.

Policiais paraguaios em depósito de empresa de exportação (Foto: ABC Color) 

A carga recorde de cocaína foi descoberta por investigação iniciada há cinco meses, depois de grande quantidade da droga apreendida também em sacos de carvão, em um porto da Bélgica.

Com informações repassadas por policiais belgas, os agentes antinarcóticos da Polícia Nacional passaram a investigar a rota. Segundo o comissário Gilberto Fleitas, a droga veio da Bolívia, possivelmente de avião. Os containers seriam embarcados rumo ao porto da Bélgica e depois até Israel, mas os agentes da Aduana do Porto de Terport, em Villeta, retardaram a liberação, a pedido da polícia.

Operação Echelon                                     

Parte do diálogo da dupla Gilmar e Tiaguinho, que o Ministério Público vê como prova de planos do PCC de expansão para o exterior, foi reproduzido na denúncia da Operação Echelon, do Ministério Público Estadual de São Paulo.

Assinada pelo promotor Lincoln Gakiya, do Núcleo de Presidente Prudente (SP) do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), a denúncia detalha o funcionamento da organização e identifica integrantes da chamada "Sintonia dos Outros Estados e Países" - segmento que cuida do PCC no Norte, Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil, além de Bolívia e Paraguai.

Para Camila Nunes Dias, autora do livro PCC - Hegemonia nas prisões e monopólio da violência - e professora da Universidade Federal do ABC, há no Paraguai cerca de 500 batizados, entre brasileiros e paraguaios, em sua maioria em prisões no país vizinho. Ela observa que, desde o fim dos anos 1990, várias organizações criminosas brasileiras migraram para países vizinhos, em especial o Paraguai, não só por uma estratégia comercial, mas também por acreditarem que eram lugares seguros.

 

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