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quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

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CARGUEIRO COM 4,5 TONELADAS DE COCAÍNA PROCEDENTE DO BRASIL É INTERCEPTADO NA ESPANHA

 

O navio saiu do Porto de Santos. Apura-se se a droga faria escala na África ou seria transferida para aviões ao passar pela Galícia

Uma operação conjunta do Serviço de Vigilância Aduaneira, da Unidade de Drogas e Crime Organizado (Udyco) da Polícia Nacional e da Equipa de Crime Organizado (ECO) da Guarda Civil interceptou, a 80 milhas náuticas (pouco mais de 120 quilômetros) a leste das Ilhas Canárias, um navio com 4.500 kg de cocaína, escondido na área reservada ao combate a incêndios nos porões do navio.

Navio

O navio, batizado de Blume, de bandeira togolesa, pertence a uma empresa de Hong Kong, a mesma, curiosamente, da que chegou esta semana ao Porto de Savona, na Itália, com uma tonelada de cocaína e que também saiu do Porto de Santos.

Navio Blume - Foto: Reprodução

Segundo as autoridades espanholas, o navio deixou o Porto de Santos, no Brasil, no dia 20 de dezembro. E, supostamente, seu destino era Riga, na Letônia.

                     O navio Blume, anteriormente chamado de East Sun – Foto: VesselFinder

Colaboração internacional

A investigação partiu de uma colaboração internacional, a partir da troca de informações produzidas entre o Centro de Análise e Operações do Atlântico para o narcotráfico (MAOC-N) e o Centro de Inteligência contra o Terrorismo e o Crime Organizado (Citco), que determinou o possível envolvimento de uma embarcação suspeita de tráfico ilícito de drogas entre a América do Sul e a Europa.

Diante das informações coletadas pela inteligência policial espanhola e pelas unidades centrais de investigação, a Subdiretoria de Vigilância Aduaneira montou um dispositivo aeronaval para localizar o cargueiro. E, paralelamente, mobilizou seu navio de operações especiais Fulmar, baseado no Porto de La Luz, especializado em intervenções relacionadas ao narcotráfico e ao contrabando.

Abordagem

A abordagem, realizada pelo Navio de Operações Especiais 'Fulmar' do Serviço de Fiscalização Aduaneira da Agência Tributária, foi de grande complexidade, dado o estado do mar e as grandes dimensões do cargueiro, que mede 100 metros de comprimento.

Navio Flumar - Foto: El País

No momento da abordagem, os agentes observaram que o cargueiro transportava cerca de 200 toneladas de café como mercadoria declarada, bem abaixo da capacidade real de carga do navio, o que chamou a atenção dos funcionários encarregados da operação.

Posteriormente, em inspeção nas áreas comuns do cargueiro, foi detectada a presença de um número indeterminado de fardos habitualmente utilizados para o tráfico de cocaína, na área reservada ao combate a incêndios nos porões do navio

Local onde a droga foi localizada – Foto: Narcodiario

Numa primeira estimativa considerou-se que o navio poderia transportar cerca de três toneladas de cocaína. No entanto, após a pesagem de todos os fardos o total foi elevado para mais de 4.500 toneladas.

                          Navio Blume no Porto de Santa Cruz de Tenerife - Foto: Guardia Civil

Os responsáveis ​​pela operação decidiram transferir o Blume para o Porto de Santa Cruz de Tenerife com a escolta do Fulmar, onde atracou na doca de Los Llanos na quinta-feira (19). A partir desse momento, foi realizada uma importante operação de segurança no referido enclave da zona portuária, na qual participaram várias unidades da Polícia Nacional e da Guarda Civil ao longo de várias horas.

Tripulantes presos

Imediatamente, toda a tripulação a bordo da embarcação foi presa. No total, eram 15 pessoas, dois cidadãos de nacionalidade albanesa e 13 de nacionalidade paquistanesa.

Os detidos vão responder pelo crime de tráfico de drogas e estão à disposição judicial. A investigação cabe ao Tribunal Central de Instrução na qualidade de Guarda do Tribunal Nacional.

Rota da Cocaína

Estas apreensões fazem parte da operação denominada "Rota Atlântica da Cocaína", conhecida por ser utilizada por barcos pesqueiros, mercantes e cargueiros que, procedentes da América do Sul, fazem o transbordo de entorpecentes no meio do Atlântico para sua posterior introdução na Europa continente.

Em relação à possível rota da cocaína apreendida, há duas alternativas em investigação. A primeira, que o objetivo era uma descarga na zona de Dakhla, na África Ocidental, um sistema que tem sido cada vez mais utilizado ultimamente por redes de droga que operam a partir da América do Sul, para posterior transporte para a Europa através de diferentes rotas.

A segunda, que a droga continuasse seu caminho com o mercador rumo ao Norte. O destino pretendido era Riga, na Letônia, e sua viagem incluía uma passagem por uma área muito próxima à costa da Galícia, a menos de 100 milhas de distância, o que facilitaria muito a chegada dos famosos planadores para coletar mercadorias ilícitas em alto mar.

Ligação com o PCC

Segundo Josmar Jozino, colunista do site UOL, agentes da Polícia Federal (PF) e da Receita Federal do Brasil (RFB) investigam se os 4.500 kg de cocaína encontrados no Blume foram exportados à Europa por narcotraficantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) ou ligados à facção criminosa, como integrantes da máfia italiana Ndrangheta ou dos balcãs.

As autoridades brasileiras consideram o PCC o maior fornecedor de cocaína para os países da Europa Ocidental. A facção costuma usar os portos de Santos, Paranaguá, Itajaí (SC), Salvador (BA) e outros do Nordeste para fazer as remessas da droga introduzidas em contêineres.

Os técnicos da RFB, porém, acreditam que as 4,5 toneladas de cocaína não saíram do Porto de Santos e suspeitam que o transbordo da droga foi feito no meio do Atlântico por tripulantes de outra embarcação. Os agentes analisaram as filmagens na área portuária santista e não notaram nada de estranho.

Outros fatos que levam a crer que a droga não foi inserida no Porto de Santos são a quantidade, o modo como foi embalada e o local onde estava armazenada, diferentes de todas as apreensões efetuadas naquele porto.

Para a Procuradoria Antidrogas do Tribunal Nacional da Espanha, o transbordo é uma prática comum na chamada "Rota Atlântica" da cocaína é muito utilizada por barcos pesqueiros, mercadores e cargueiros procedentes da América do Sul.


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