Segundo a Receita Federal, importação irregular ocorria pelo
Porto de Paranaguá
No dia 28 de agosto,
foram deflagradas três operações contra a lavagem de dinheiro criminoso por
meio do setor de combustíveis resultaram no cumprimento de mais de 400 mandados
judiciais, incluindo 14 de prisão e centenas de buscas e apreensões, em pelo
menos oito estados.
As medidas judiciais
levaram ao bloqueio e sequestro de mais de R$ 3,2 bilhões em bens e valores. Os
grupos criminosos movimentaram, de forma ilícita, aproximadamente R$ 140
bilhões.
Segundo a Polícia
Federal (PF) e a Receita Federal do Brasil (RFB), o esquema tem a participação
de integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), e uma das frentes envolvia
a importação irregular de metanol por um terminal no Porto de Paranaguá.
De acordo com as investigações,
o combustível chegava ao país pelo complexo paranaense, com documentação
correta que indicava como destino endereços de empresas químicas ou de
biodiesel para uso industrial. Porém, motoristas envolvidos no esquema
desviavam o produto para postos de combustíveis da Grande São Paulo e outras
regiões, burlando a fiscalização. Os agentes indicaram que o metanol chegava a
compor até 50% da gasolina vendida, superando “em muito” o limite de 0,5%
permitido pela ANP.
A operação “Carbono Oculto”, da Receita Federal do Brasil (RFB) e do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), criada para combater fraudes no setor de combustíveis com possível envolvimento da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), investiga os fundos de investimentos envolvidos na aquisição do terminal PAR 50, do Porto de Paranaguá, privatizado em 2023, tendo como gestora e operadora a empresa Liquipar Operações Portuárias S.A., um dos alvos da operação.
Nota da Liquipar
A Liquipar Operações
Portuárias esclarece que jamais movimentou qualquer carga de combustíveis,
incluindo metanol, no Terminal PAR50, no Porto de Paranaguá. Desde que assumiu
a administração do terminal, em abril de 2024, a Liquipar ainda não realizou
nenhuma operação, inclusive, seus tanques permanecem vazios e nenhum tipo de
produto foi movimentado até o presente momento.
A ordem de serviço,
que é emitida pela Autoridade Portuária e é indispensável para o início das
operações, só foi expedida em junho de 2025. Até então, o terminal não estava
apto a operar, o que tornaria tecnicamente impossível qualquer movimentação de
cargas nesse período.
É importante
ressaltar que o licenciamento concedido pelo órgão ambiental IAT, não contempla
a movimentação de metanol, limitando-se apenas a diesel, biodiesel e etanol;
Essas informações podem
ser facilmente comprovadas:
- Pelas guias de importação, que não registram qualquer operação realizada pela Liquipar;
- Pelas estatísticas oficiais disponíveis no site da Portos do Paraná;
- Pelo ofício expedido pela Autoridade Portuária (PROTOCOLO nº: 24.368.330-0) em 6 de agosto de 2025 no qual solicita explicações pela ausência de movimentação junto ao terminal da Liquipar, o que comprova de forma inequívoca e incontroversa, que até o presente momento, não há qualquer movimentação de produtos no PAR 50, área arrendada cujo arrendatário é a Liquipar;
- Todas as operações portuárias são controladas e fiscalizadas pela ANTAQ, Receita Federal, Portos do Paraná e demais autoridades competentes;
- O investimento de R$ 572 milhões anunciado pela empresa tem como objetivo exclusivo a modernização, a segurança e a ampliação da infraestrutura do terminal, de acordo com o previsto no contrato de arrendamento, em conformidade com todas as exigências legais e ambientais.
- A Liquipar é por definição um terminal portuário destinado ao armazenamento de líquidos em tanques fixos, ela não realiza transporte de mercadorias ou tampouco formula combustíveis.
- A Liquipar atua com absoluta transparência e está à disposição das autoridades para cooperar com as investigações, prestando todos os esclarecimentos necessários, em coerência com seu compromisso com a legalidade, a segurança e o desenvolvimento do Porto de Paranaguá.
Nota da Portos do
Paraná
A empresa pública
Portos do Paraná – Autoridade Portuária, responsável pela administração do
Porto de Paranaguá, informou que não foi alvo da operação da Polícia Federal e
que a empresa citada atua em terminal privado na área portuária.
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