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sexta-feira, 19 de novembro de 2021

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POLÍCIA FEDERAL DESARTICULA QUADRILHA QUE ENVIAVA COCAÍNA PARA A EUROPA PELO PORTO DE SÃO SEBASTIÃO

 

Operação Calvary foi realizada em conjunto com a Receita Federal e em colaboração com a Europol

Na manhã de ontem, quinta-feira (18), a Polícia Federal (PF) em conjunto com a Receita Federal do Brasil (RFB) e em colaboração com a Europol - European Police Office, deflagrou a Operação Calvary. Cerca de 150 policiais federais e 8 servidores da RFB participam da ação.

O objetivo foi desarticular uma organização criminosa dedicada ao tráfico internacional de cocaína, com atuação em diversos atos de lavagem de dinheiro.

Ao todo foram cumpridos 36 mandados de busca e apreensão, 6 mandados de prisão preventiva, 4 mandados de prisão temporária e 7 mandados de interdição de atividade econômica, nos Estados de São Paulo, Bahia, Mato Grosso, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Os mandados foram expedidos pela 6ª Vara Federal de São Paulo/SP.

Também foi determinado o sequestro de um navio de longo curso, o qual pertence ao grupo criminoso investigado e seria utilizado no transporte transoceânico de cocaína, bem como fora determinada a interdição da atividade de uma rede de postos de combustível no Estado da Bahia.

Apreensões

Foram sequestrados 28 imóveis (localizados em 4 Estados) e cinco carros de luxo — entre eles dois Porsches, uma BMW, uma Mercedes e um Volvo e valores custodiados em contas bancárias de 53 pessoas físicas e jurídicas (incluindo contas abertas em Portugal e na Bélgica).

Em Santa Catarina foi apreendido um Porsche 718 Boxter, em um endereço não divulgado, na Meia Praia, na cidade de Itapema, no Litoral Norte.

Segundo as investigações, há suspeita de que ele também era proprietário de um apartamento de luxo na cidade, comprado em nome de outra pessoa (“laranja”), que ele utilizava para passar temporadas ao lado da mulher.

Também foi apreendido armas, relógios e dinheiro, tanto do Brasil, como de outros países.




Ao todo, estima-se que os bens apreendidos/sequestrados durante a investigação superam R$ 40.000.000,00 (quarenta milhões de reais).

Navio apreendido

O navio panamenho Srakane, atracado no Porto de Santos, no litoral paulista, está entre os bens apreendidos pelos agentes durante a operação. Ele foi usado pela organização criminosa para transportar cocaína ao exterior.

Segundo as autoridades, o líder da quadrilha conhecido pela alcunha de "Don Corleone", em alusão ao personagem mafioso do filme "O Poderoso Chefão", assumiu as dívidas da embarcação e confirmou ser o proprietário de fato.

De acordo com o delegado Datahyde, ele vinha pagando por reparos no navio, mas uma grande apreensão de cocaína, em outubro do ano passado, causou prejuízo financeiro milionário à quadrilha e adiou os trabalhos. – Eles pretendiam usar o navio no tráfico de drogas. Como tiveram prejuízo, o reparo atrasou – explicou ele.

O navio foi alvo de uma operação de combate ao crime no mar que encontrou trabalhadores de três países europeus em situação de abandono em abril deste ano.

A embarcação ficou, durante meses, atracada no Porto de Santos com 15 tripulantes em condições precárias e limitado acesso a alimentos. Uma fiscalização do Ministério Público do Trabalho (MPT) constatou as irregularidades na ocasião.

Rede de Combustíveis para Lavagem de dinheiro

Na Bahia, foram interditados seis postos de combustíveis, usados para lavar dinheiro, nos municípios de Candiba, Caetité, Lagoa Real, Lajedo do Tabocal e Maracás. Os estabelecimentos fazem parte da Rede Chefão.

O proprietário da rede de combustíveis foi alvo de mandado de busca e apreensão. O nome dele não foi informado.

Investigação

As investigações, que tiveram início em janeiro de 2021, revelaram a existência de organização criminosa com atuação em remessas de cocaína para Europa, por meio, principalmente, de embarcações transoceânicas.

O grupo articulou a exportação de 2.700 kg de cocaína, em outubro de 2020, a partir do Porto de São Sebastião, no litoral de São Paulo, utilizando o navio denominado UNISPIRIT, de bandeira Antigua e Barbuda, com tripulação russa, que tinha como destino final a cidade de Cadiz, no sudoeste da Espanha.

Parte da droga, escondida no meio de carga de milho, foi apreendida no Brasil (1.500 kg), durante fiscalizaçãoconjunta da RFB, PF e GPort, e a outra parte na Espanha (1.200 kg), após comunicação às autoridades daquele país. As apurações indicam, no entanto, que outros portos eram usados pelo grupo, como o de Salvador.

No bojo das investigações ainda foi determinado a quebra do sigilo bancário e fiscal de 66 pessoas, incluindo 39 pessoas jurídicas suspeitas de serem utilizadas pelos investigados para prática de lavagem de dinheiro.

Modus operandi

Segundo as investigações, a organização criminosa atuava na logística do tráfico internacional de drogas em larga escala, sobretudo a cocaína. As remessas eram enviadas à Europa, para destinos como Espanha, Portugal e Bélgica.

Segundo o delegado Luccas Dathayde, "Don Corleone" (Sua identidade não foi revelada), era como o chefe da quadrilha era identificado em aplicativos de conversa criptografados.

A droga não era fornecida pela quadrilha, mas eles se dispunham a fazer essa remessa do Brasil para o exterior por meio de embarcações. A quadrilha planejava a logística de transporte até o porto e, a partir do porto, até a Europa. Tudo era planejado e comunicado aos proprietários do entorpecente.

“Ele se comunicava com seus comparsas por meio desses aplicativos, tratavam sobre as empreitadas criminosas, sobre as remessas de droga, e o apelido dele nesse aplicativo era Don Corleone”, explicou o delegado Luccas Dathayde.

De acordo com o delegado, a quadrilha usava doleiros para trazer o dinheiro da Europa para o Brasil e pagar operações logísticas por meio de contas tituladas por laranjas e pessoas fictícias. Seus integrantes também adquiriam imóveis e colocavam em nome de pessoas jurídicas inexistentes. Entre os imóveis, estão sítios no Paraná e apartamentos em Santa Catarina e São Paulo, base das operações da organização criminosa.

“Eles estão implicados em vários atos de lavagem de dinheiro”, afirmou Dathayde.

Nome da operação

A operação foi batizada de “Calvary” em alusão ao cemitério no qual Don Corleone, do filme “O Poderoso Chefão I”, foi sepultado, uma vez que o líder da organização criminosa é chamado pelos demais integrantes do grupo de “Don”, em referência ao personagem.


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