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segunda-feira, 31 de outubro de 2022

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PF E INTERPOL PLANEJAM PARCERIAS PARA AUMENTO DA SEGURANÇA NOS PORTOS BRASILEIROS

 

Um dos pontos apontados é a necessidade da criação de canais seguros de comunicação, rede de confiança e ferramenta de tráfego de informações, entre todos os cooperados

O representante da Interpol no Brasil, Rodrigo Carnevale, e o Presidente da Comissão Nacional de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis (Conportos), Del. Da polícia Federal (PF), Marcelo João da Silva, planejam parcerias para a realização de ações integradas para combater o tráfico internacional de drogas nos portos brasileiros.

O estreitamento da relação foi divulgado em uma Live, evento on-line, realizado pelo Comitê de Segurança da Associação de Terminais Portuários Privados (ATP), realizada no dia 11 de outubro, sobre cooperação interagências na proteção portuária.

Segundo Carnevale, é necessária a “criação de canais seguros de comunicação, rede de confiança e ferramenta de tráfego de informações, entre todos os cooperados, para fortalecer a comunicação” e aumentar a segurança nos portos.

Segundo Marcelo João, o tráfico de drogas é o crime mais comum no modal marítimo e está no foco de todas as forças de segurança. Os órgãos de investigação têm aprimorado sua atuação, para barrar a ousadia das organizações criminosas.

“Para que a droga chegue ao porto, em vários momentos o aparato da segurança falhou antes. O porto é a última linha de defesa em relação à questão criminal. Os números provam que cada vez é crescente a apreensão de drogas”, afirmou Marcelo João.

“Hoje a gente está enxergando uma nova metodologia de trabalho, incluindo a busca de [drogas] em trabalho subaquático no casco do navio”, afirmou.

Alice Casanova, mestre em estudos marítimos pela Escola de Guerra Naval, observou que o crime organizado transnacional tem utilizado os portos internacionais como “portões” de saída e entrada para o tráfico internacional de cocaína, além de armas, mercadorias falsas ou contrabandeadas, entre outros ilícitos.

“A droga é escondida dentro de containers de maquinários, eletrônicos, commodities e em compartimentos dos navios”, disse.

Casanova falou sobre a criação de redes de segurança, contando com diversos órgãos e agências.

“A rede de segurança teria como objetivo promover a troca de informação e conhecimento acerca da avaliação de ameaças do crime organizado, disseminar boas práticas de segurança pública e fomentar a sinergia entre agências públicas e atores privados a fim de fortalecer a cooperação interagências na proteção do ambiente portuário”, explicou Alice.

De acordo com o Presidente da Conportos, o desafio de ações por parte dos setores público e privado é atuar com agilidade e flexibilidade, para responder à altura no combate às organizações criminosas, que mudam seus formatos e modos de operação constantemente.

O representante da interpol no Brasil, ressaltou que agilidade e confiança são motivos de sucesso da cooperação na Interpol, que reúne 195 países.

“Agilidade porque precisa que as informações tramitem muito rápido. A gente consegue resposta de um dia para o outro ou até no mesmo momento. A confiança entre países, por sua vez, se fortalece nos encontros que a Interpol promove. A única coisa com a qual a gente tem muito cuidado é em relação ao tráfego das informações, que ocorre em rede segura, separada e privada”, disse.

Rodrigo Carnevale, da Interpol e Marcelo João da Conportos concordam que ações integradas, ágeis e flexíveis, entre os setores públicos e privado, são imprescindíveis no combate ao crime organizado, que tem encontrado barreiras no sistema portuário devido ao grande número de apreensões de drogas que seriam traficadas para outros países.

Participantes

Também participaram do evento o diretor-presidente da ATP, Murillo Barbosa; e o coordenador do comitê de Segurança da entidade, Roberto Almeida, que é representante da Vale.

De acordo com Barbosa, a discussão sobre a cooperação na proteção portuária reforça o compromisso da ATP de atuar em defesa de políticas públicas que colaborem para o desenvolvimento e a segurança do segmento.

Acesse a Live gravada em: https://youtu.be/jUXv2JbBB5c

Clique Aqui e acesse a apresentação da Alice Casanova, mestre em estudos marítimos pela Escola de Guerra Naval.


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