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quarta-feira, 20 de julho de 2016

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PF PRENDE DOIS EMPRESÁRIOS DO PORTO NA OPERAÇÃO “MAR NEGRO”


Um dos caminhões apreendidos pela Polícia Federal

Ambos são acusados de retirar ilegalmente e contrabandear ao menos 80 toneladas de combustível no cais santista

Dois empresários que atuam no Porto de Santos foram presos ontem pela Polícia Federal (PF). Cada um é proprietário de uma firma especializada em recolher resíduos oleosos produzidos por navios. Ambos são acusados de retirar ilegalmente e contrabandear ao menos 80 toneladas de combustível de embarcações.
Além dos detidos, outras 13 pessoas foram indiciadas por envolvimento na organização criminosas, que é investigada pela Polícia Federal há um ano. Entre eles estão dois tripulantes, um chinês e um búlgaro, que são chefes de máquina de dois cargueiros de bandeiras estrangeiras. Os demais são funcionários e colaboradores das firmas.
Na operação deflagrada, apelidada de Mar Negro, 60 policiais cumpriram 12 mandados de busca e apreensão em cidades da Baixada Santista e em Itajaí (SC). As ordens judiciais foram autorizadas pela 6ª Vara Federal de Santos e tinham como alvos as sedes das companhias e as residências dos proprietários.
Foram apreendidos documentos e computadores que possam comprovar como funcionava o esquema ilegal. Enquanto um dos empresários foi encontrado logo pela manhã, o outro foi achado durante a tarde – ambos em Santos. Os nomes dos envolvidos, assim como o das empresas não foram informados pela Polícia Federal, que continua com as investigações.
Desvio de Combustível
Ao todo, 10 empresas têm hoje autorização para recolher os resíduos oleosos de embarcações no cais santista, de acordo com a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). Elas são especializadas em retirar o material produzido durante as viagens, como o óleo conhecido como Sludge, e destiná-los para o tratamento correto.
De acordo com o delegado Ciro Moraes, chefe do Núcleo Especializado de Polícia Marítima (Nepom), duas delas aproveitavam essa credencial para cometer o ilícito. Com a conivência de tripulantes, funcionários preenchiam os caminhões–tanques destinados à coleta de resíduos oleosos com o combustível (Full Oil) que poderia ser prontamente revendido no Brasil.
Em um dos flagrantes ocorridos no ano passado, a compra de 40 toneladas desse óleo foi negociada entre a firma local e a tripulação do navio por US$ 12 mil (R$ 40 mil, aproximadamente).
“Esse combustível não era para abastecer outras embarcações em Santos. Era revendido para outros usos, como para caldeiras a óleo, fora da região”, explica o delegado.
Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça ajudaram a polícia a interceptar a negociação e flagrar outro desvio no cais, que resultaria no contrabando de mais 40 toneladas pela outra empresa envolvida. Como a prática era rotineira, as investigações ainda não conseguiram estabelecer o quanto as firmas conseguiram enriquecer ilicitamente e o quanto foi contrabandeado no total.
Máfia do Óleo
Ainda não há indícios de que a organização desmantelada ontem esteja ligada àquela que, em 2001, foi também responsável por desviar combustível de navios no Porto de Santos por meio de barcaças. No entendimento do delegado-chefe da PF, Júlio Cesar Baida Filho, trata-se de situações distintas e, por enquanto, sem relação.
Há 15 anos, Máfia do Óleo, como ficou conhecida a fraude, foi descoberta pela PF, mas também abrangia outros portos do País, como o do Rio de Janeiro. Além do desvio do combustível, conforme as investigações dos casos avançavam vários assassinatos foram relacionados aos crimes, que passaram a ser acompanhados pelo Ministério Público Federal (MPF).

Fonte: Jornal A Tribuna

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COMENTÁRIOS

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2 comentários:

  1. Já que a policia federal tornou público o inquérito ,e falou em nome de duas empresas ele deveria realmente colocar esses nomes que saõ das duas empresas envolvidas,porque se não,eles estão prejudicando todas as outras empresas,já que tornou a público,divulgem os nomes,tem varias empresas que trabalham legalmente, e estao sendo prejudicadas.

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