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quinta-feira, 17 de março de 2022

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GOLPE NO NARCOTRÁFICO: UMA PODEROSA REDE BRASILEIRA QUE INTRODUZIU DUAS TONELADAS DE COCAÍNA PELO PORTO DE VALÊNCIA CAI

 

Três detidos em Valência em abril de 2021 deram origem a uma investigação internacional que resultou na detenção de 27 narcotraficantes e na apreensão de quatro toneladas de droga

Três detidos no Porto de Valência, em abril de 2021, quando retiravam 300 kg de cocaína num caminhão, como o Levante-EMV anunciou com exclusividade na sua época, foi o início de um grande golpe no narcotráfico com o desmantelamento de uma organização liderada por dois poderosos narcotraficantes brasileiros, presos em seu país. Trata-se da Operação Turia, levada a cabo por agentes das equipas periféricas da UCO da Guarda Civil, neste caso o ECo de Alicante e Pontevedra, com a detenção de 7 pessoas em Valência e Barcelona e mais 20 no Rio de Janeiro, Brasil. A rede é acusada de importar 3.900 kg de cocaína de alta pureza em contêineres, metade deles, 2.021 kg, através do Porto de Valência.

A investigação divulgada agora começou precisamente com a apreensão desses 300 kg e de três homens detidos em abril de 2021, quando saíram do Porto de Valência com o estoque camuflado em um caminhão. Os presos foram o caminhoneiro, um “socorrista” (especialista em abrir contêineres para recuperar mochilas com drogas) e um “notário” da organização, ou seja, um homem de confiança que fiscaliza o processo. A cocaína estava camuflada dentro de um contêiner com carga legal, no caso, cereais em grão, oriundo do Porto de Santos, no Brasil.

Essa chegada ocorreu apenas um mês depois que outros três homens foram presos no porto valenciano quando também saíram com 300 kg de cocaína em um caminhão após uma entrada bizarra na área portuária, típica de um roteiro de Berlanga, que acabou por entregá-los. A droga também estava escondida em um contêiner, este contendo açúcar, vindo do mesmo porto brasileiro, embora, inicialmente, as fontes da investigação consultadas por este jornal afirmem que não há provas para imputar aquele embarque a eles também.

A investigação já então iniciada pela equipa da Guarda Civil de Alicante contra o crime organizado (ECO), já em contato com os seus colegas do ECO de Pontevedra, permitiu apurar as ligações internacionais daquele evento ocorrido em Valência, que colocou em curso, esta ambiciosa operação policial internacional, com total envolvimento da Guarda Civil em conjunto com as autoridades brasileiras, norte-americanas (principalmente a DEA) e belgas, além da Europol.

Graças a essa investigação conjunta, na qual os dados coletados por cada país foram compartilhados ao longo de sucessivos encontros, foi possível conhecer e identificar os principais líderes dessa importante rede criminosa, de Dubai ao Brasil, e a apreensão de mais de 3.900 kg de cocaína só na Espanha, todos eles realizados pela Guarda Civil, em conjunto com a Agência Fiscal através das Alfândegas.

De fato, para aquele esconderijo de abril de 2021, um 'gancho perdido' (sistema pelo qual os traficantes de drogas introduzem cocaína em grandes mochilas dentro de um contêiner com carga legal sem que os proprietários saibam, para o qual a resgatam no porto de destino antes que seja despachado ao seu legítimo proprietário), teve enormes coincidências não só com o de março, mas também com outros três carregamentos capturados no outono seguinte também no Porto de Valência, o que confirmou que todos foram enviados pelos próprios narcotraficantes.

As remessas interceptadas no final de 2021 foram confiscadas em Valência em 21 de setembro (450 kg), 19 de outubro (535 kg) e 28 de dezembro (736 kg). Somam-se a esses embarques outros 1.900 kg interceptados no Porto de Barcelona, ​​1.000 em janeiro de 2021 e mais 900 em janeiro deste ano.

Tiroteios com traficantes de drogas no Brasil

A fase final da operação foi realizada simultaneamente na Espanha e no Brasil. Em Barcelona, ​​os agentes prenderam cinco supostos membros da organização e, além da cocaína, um deles confiscou 300 pés de maconha em um cultivo 'indoor' durante uma das cinco buscas domiciliares realizadas em Barcelona. Além disso, diversos veículos de última geração, aparelhos celulares criptografados de grande interesse para a investigação, joias e o bloqueio de mais de 20 contas bancárias de diversas empresas ligadas a esse grupo criminoso, criadas para facilitar a importação da droga e a transferência de dinheiro para o Brasil através de Dubai.

Simultaneamente, a Polícia Federal (PF), do Brasil, na qual chamou a operação de “Operação Turfe” e da qual participaram agentes da UCO transferidos para aquele país, prendeu 20 suspeitos de tráfico de drogas, incluindo os dois principais líderes, e realizou 30 buscas domiciliares, algumas delas produzindo intensos tiroteios com traficantes de drogas antes de sua prisão. Os principais detidos são qualificados pela Europol com o termo militar de High Value Targets (HVT, na sigla em inglês: Alvos de alto valor).

Toda a investigação foi supervisionada pelo Tribunal Central de Instrução 1 do Tribunal Superior Nacional e pela Procuradoria Especial Antidrogas, informou a UCO.


Fonte: levante-emv


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