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sexta-feira, 1 de março de 2024

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MINISTRO DO STF AUTORIZA EXTRADIÇÃO DE NARCOTRAFICANTE DA MÁFIA CALABRESA

 

Vincenzo Pasquino, apontado como integrante da máfia calabresa ‘Ndrangheta, foi preso ao lado de Rocco Morabito, conhecido como “rei da cocaína”

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, oficiou, no dia 19 de fevereiro, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, para a adoção de ‘providências necessárias’ à extradição para a Itália do prisioneiro Vicenzo Pasquino, apontado como integrante da máfia calabresa ‘Ndrangheta, seja extraditado de volta para Itália.

Vincenzo Pasquino, que está preso no Brasil desde maio de 2021, teve sua extradição autorizada pelo STF em dezembro de 2022, após a Primeira Turma da Corte dar o aval para a entrega dele aos investigadores italianos. No entanto, o italiano entrou com um pedido de refúgio no Brasil. O processo ficou suspenso desde então.

Em dezembro, Moraes autorizou o prosseguimento da extradição. O processo estava suspenso desde fevereiro de 2023, em razão da pendência de finalização do pedido de refúgio feito por Pasquino.

O Ministério da Justiça afirmou que "cabe ao Secretário Nacional de Justiça a autorização da entrega do extraditando". "Dados específicos sobre a efetivação da medida não podem ser fornecidos a fim de preservar a segurança da operação e por se tratar de informação de inteligência policial", diz a pasta em nota.

Conare negou pedido de refúgio

O ministro destacou que a solicitação foi negada por unanimidade pelo Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), ligado ao Ministério da Justiça, negou a solicitação. Como não houve a interposição de recurso por parte da defesa do mafioso, a decisão permitiu que o processo de extradição à Itália fosse retomado.

Ao justificar a negativa para o pedido de refúgio, o governo brasileiro alegou um "relato inconsistente e contraditório".

Despacho do Ministro

“Oficie-se ao Ministério da Justiça e Segurança Pública sobre o deferimento do pedido de extradição, para que adote as providências necessárias à entrega do súdito estrangeiro às autoridades italianas”, escreveu Moraes no despacho de 16 de fevereiro.

Máfia ‘Ndrangheta

Pasquino foi preso em 24 de maio de 2021 em um flat na praia de Tambaú, em João Pessoa, na Paraíba, ao lado de seu comparsa, também italiano, Rocco Morabito, conhecido como “rei da cocaína”, que foi extraditado pelo Brasil em julho de 2022.

Os dois são membros do Ndrangheta, considerado pela Europol um dos grupos criminosos mais poderosos do mundo. A organização tem ligação com o PCC e com outros grupos terroristas do Paquistão e do Sul da Ásia, informou a denúncia do Ministério Público da Itália.

Condenado na Itália

Em setembro passado, o mafioso foi condenado, na segunda instância pela Justiça de Turim, a 14 anos e meio de prisão por tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. No entanto, Pasquino era procurado desde 2019, quando a Justiça de sua terra natal expediu mandado de prisão contra ele.

"Vincenzo Pasquino é um traficante internacional. Alvo de um procedimento penal da direção setorial antimáfia de Torino, porque pertence ao clã da ‘Ndrangheta chefiado por Nicola e Patrick Assisi", explicou o procurador italiano Giovanni Bombardieri.

De acordo com o jornal La Stampa, Pasquino foi acusado de promover uma associação internacional que "importava toneladas de cocaína" do Brasil para a Itália.

Nicola e Patrick Assisi, pai e filho

Nicola e Patrick Assisi, pai e filho, foram presos num apartamento de luxo em Praia Grande, na Baixada Santista, em 8 julho de 2019. Na cobertura, foi encontrado um passaporte em nome de Vicenzo Pasquino. Depois da captura dos dois, Pasquino tomou o lugar deles e passou a negociar em nome das principais famílias mafiosas o transporte de carregamentos de drogas com destino ao Piemonte e à Calábria, segundo documentos citados pelo diário local.

Família Nirta "Versu", de San Luca

Segundo o site O Globo, ao longo do trabalho que desencadeou a Operação Eureka, deflagrada em maio passado em oito países da Europa, os investigadores descobriram a existência de ao menos três associações criminosas, segundo a agência Ansa. Uma delas era a família Nirta "Versu", de San Luca, que conta com um braço de atuação no Brasil e era representada por Pasquino.

A análise dos vínculos entre as famílias mafiosas levou a descobertas sobre a fuga de Pasquino e de Morabito, de quem era parceiro. Morabito, chamado de "rei da cocaína", negociou a entrega de armas de guerra com uma facção paulista como forma de pagamento por carregamentos de cocaína enviados à Europa por meio de portos no Brasil, informou a Europol, durante a Operação Eureka.


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