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terça-feira, 30 de setembro de 2025

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OPERAÇÃO DESARTICULA CÉLULA DE ORCRIM ESPECIALIZADA NO TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS


A investigação teve inicio com a apreensão de 469,3  kg de cocaína no Porto de Vila do Conde, em Barcarena, no Pará

A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em São Paulo – FICCO/SP participou na manhã da última terça-feira (23/09), da Operação Vila do Conde, que teve por objetivo apurar os crimes de narcotráfico transnacional e de lavagem de dinheiro.

A ação contou ainda com apoio da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP) e da Receita Federal do Brasil (RFB). A PM empenhou 68 policiais do Comando de Policiamento de Choque, entre eles o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) e o Comando de Operações Especiais (COE).

Participaram da operação 20 auditores-fiscais e analistas-tributários da Receita Federal e 160 policiais federais.

Foram expedidos pela 4ª Vara Federal de Belém, 22 mandados de prisão preventiva, 40 mandados de busca e apreensão, além do Bloqueio de mais de R$ 290 milhões em bens nos estados de: São Paulo, Pará, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás.

Dinheiro em espécie apreendido na operação - Foto: Divulgação PF

Dos 11 locais na cidade de São Paulo, alvo de mandado de busca, dois foram na escola de samba Império de Casa Verde. As ordens judiciais também foram executadas nas cidades de Guarujá, Leme, Sorocaba, Embu das Artes, Praia Grande e Caieiras.

Dinheiro e relógios de luxo estão entre itens apreendidos nas casas dos suspeitos. 

Relógios apreendidos - Foto: Divulgação PF

As imagens da operação mostram a apreensão de artigos de luxo em posse dos investigados, como joias e relógios das marcas Tommy Hilfinger e Rolex — cujo modelo mais “modesto” custa em torno de 40.000 reais.

Relógios apreendidos - Foto: Divulgação PF

Grandes quantidades de dinheiro vivo também foram apreendidas pela PF. O valor total, no entanto, não foi divulgado.

Foto: Divulgação PF
Alvos da Operação

De acordo com a Polícia Federal, um dos 22 alvos de mandado de prisão foi o vice-presidente da Liga das Escolas de Samba de São Paulo, e presidente da escola Império de Casa Verde, Alexandre Constantino Furtado.

Alexandre Furtado - Presidente da Escola de Samba Império da Casa Verde - Foto: Império/Facebook

Para efetuar a sua prisão, o mandado foi realizado na casa dele e também no endereço da escola, na Vila Baruel, na zona norte de São Paulo.

Segundo as investigações, Alexandre usava a sede da escola de samba, na zona norte da capital, como espécie de escritório, onde recebia “clientes” e contatos ligados ao esquema. Embora tenha investido financeiramente na agremiação, não foi identificada nenhuma operação de lavagem de dinheiro envolvendo a instituição.

Segundo a PF, conhecido como “Teta”, Furtado em 2006, o carnavalesco já havia entrado na mira da polícia, suspeito de estar envolvido com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Outro nome de destaque é o de Fernando Cavalcanti Ribeiro, conhecido como “Chupeta”. Ele é dono de empresas em diferentes setores, como painéis de LED usados em jogos de futebol e no Carnaval de São Paulo, restaurantes e companhias de saneamento básico.

A defesa deles não foi localizada pela reportagem, nem emitiu qualquer nota.

Segundo o delegado Alexandre Custódio Neto, da Polícia Federal, três foragidos já eram monitorados como estando fora do Brasil, e a entidade vai atuar em conjunto com a Interpol para a localização e prisão deles.

“Já estamos trabalhando com a NCA, da Inglaterra, com o apoio da polícia da Alemanha também, na tentativa de localizar e realizar a prisão desses foragidos, que estão na difusão vermelha; tanto brasileiros quanto estrangeiros, que são compradores da cocaína”, afirmou Neto.

Segundo a apuração, o grupo movimentou mais de R$ 290 milhões, usando doleiros e empresas de fachada para ocultar patrimônio e reinvestir os lucros em negócios formais.

Investigação

A investigação teve inicio com a apreensão de 469,3 kg de cocaína, ocorrida em 09/02/2021, no Porto de Vila do Conde, em Barcarena, no Pará, quando servidores da RFB descobriram a droga acondicionada em um contêiner, em meio a uma carga de quartzo, que tinha como destino o Porto de Rotterdam, na Holanda.

Porto de Vila do Conde - PVC - Pará

Durante a investigação, foi possível identificar a forma de atuação da organização criminosa (ORCRIM), bem como o papel de cada grupo envolvido — desde os responsáveis pelo fornecimento da droga até aqueles encarregados pelo seu embarque para o exterior.

O trabalho investigativo desvendou toda a logística empresarial voltada à lavagem dos ganhos ilícitos, envolvendo empresas fictícias e investimentos em segmentos formais do mercado, como restaurantes e prestadores de serviços diversos.

Dentre os membros da ORCRIM, há um contador que seria responsável pela lavagem do dinheiro oriundo do tráfico de drogas e pela ocultação de bens pertencentes aos principais líderes do grupo.

Origem e logística da droga no Brasil

Segundo a investigação, a logística de transporte da droga dentro do Brasil envolvia em duas regiões: Sorocaba (SP) e Belém (PA). Essas áreas são pontos de coleta ou passagem para o material ilícito.

Ilustração da dinâmica da Organização Criminosa - Divulgação Receita Federal

Um grupo de logística, ligado aos chefes da organização, é responsável por coordenar a movimentação da droga do interior do país, que sai de Sorocaba (SP), passa por Belém (PA) e culmina no envio da droga para o Porto de Vila do Conde, localizado em Barcarena, Pará.

FICCO/SP

As ações policiais desencadeadas na FICCO são produto de cooperação interagências, com foco na inteligência de segurança pública.

A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em São Paulo - FICCO/SP é composta atualmente pela Polícia Federal (PF), Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP/SP), Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo (SAP/SP) e Secretaria Nacional de Políticas Penais.


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