A investigação teve inicio com a apreensão de 469,3 kg de cocaína no Porto de Vila do Conde, em
Barcarena, no Pará
A Força Integrada de
Combate ao Crime Organizado em São Paulo – FICCO/SP participou na manhã da última
terça-feira (23/09), da Operação Vila do Conde, que teve por objetivo apurar os
crimes de narcotráfico transnacional e de lavagem de dinheiro.
A ação contou ainda
com apoio da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP) e da Receita
Federal do Brasil (RFB). A PM empenhou 68 policiais do Comando de Policiamento
de Choque, entre eles o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) e o Comando de
Operações Especiais (COE).
Participaram da operação 20 auditores-fiscais e analistas-tributários da Receita Federal e 160 policiais federais.
Foram expedidos pela 4ª Vara Federal de Belém, 22 mandados de prisão preventiva, 40 mandados de busca e apreensão, além do Bloqueio de mais de R$ 290 milhões em bens nos estados de: São Paulo, Pará, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás.
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Dinheiro em espécie apreendido na operação - Foto: Divulgação PF |
Dos 11 locais na
cidade de São Paulo, alvo de mandado de busca, dois foram na escola de samba
Império de Casa Verde. As ordens judiciais também foram executadas nas cidades
de Guarujá, Leme, Sorocaba, Embu das Artes, Praia Grande e Caieiras.
Dinheiro e relógios de luxo estão entre itens apreendidos nas casas dos suspeitos.
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Relógios apreendidos - Foto: Divulgação PF |
As imagens da
operação mostram a apreensão de artigos de luxo em posse dos investigados, como
joias e relógios das marcas Tommy Hilfinger e Rolex — cujo modelo mais
“modesto” custa em torno de 40.000 reais.
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Relógios apreendidos - Foto: Divulgação PF |
Grandes quantidades
de dinheiro vivo também foram apreendidas pela PF. O valor total, no entanto,
não foi divulgado.
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Foto: Divulgação PF |
De acordo com a
Polícia Federal, um dos 22 alvos de mandado de prisão foi o vice-presidente da
Liga das Escolas de Samba de São Paulo, e presidente da escola Império de Casa
Verde, Alexandre Constantino Furtado.
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Alexandre Furtado - Presidente da Escola de Samba Império da Casa Verde - Foto: Império/Facebook |
Para efetuar a sua
prisão, o mandado foi realizado na casa dele e também no endereço da escola, na
Vila Baruel, na zona norte de São Paulo.
Segundo as
investigações, Alexandre usava a sede da escola de samba, na zona norte da
capital, como espécie de escritório, onde recebia “clientes” e contatos ligados
ao esquema. Embora tenha investido financeiramente na agremiação, não foi
identificada nenhuma operação de lavagem de dinheiro envolvendo a instituição.
Segundo a PF, conhecido
como “Teta”, Furtado em 2006, o carnavalesco já havia entrado na mira da
polícia, suspeito de estar envolvido com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Outro nome de
destaque é o de Fernando Cavalcanti Ribeiro, conhecido como “Chupeta”. Ele é dono
de empresas em diferentes setores, como painéis de LED usados em jogos de
futebol e no Carnaval de São Paulo, restaurantes e companhias de saneamento
básico.
A defesa deles não
foi localizada pela reportagem, nem emitiu qualquer nota.
Segundo o delegado
Alexandre Custódio Neto, da Polícia Federal, três foragidos já eram monitorados
como estando fora do Brasil, e a entidade vai atuar em conjunto com a Interpol
para a localização e prisão deles.
“Já estamos
trabalhando com a NCA, da Inglaterra, com o apoio da polícia da Alemanha
também, na tentativa de localizar e realizar a prisão desses foragidos, que
estão na difusão vermelha; tanto brasileiros quanto estrangeiros, que são compradores
da cocaína”, afirmou Neto.
Segundo a apuração,
o grupo movimentou mais de R$ 290 milhões, usando doleiros e empresas de
fachada para ocultar patrimônio e reinvestir os lucros em negócios formais.
Investigação
A investigação teve
inicio com a apreensão de 469,3 kg de cocaína, ocorrida em 09/02/2021, no Porto
de Vila do Conde, em Barcarena, no Pará, quando servidores da RFB descobriram a
droga acondicionada em um contêiner, em meio a uma carga de quartzo, que tinha
como destino o Porto de Rotterdam, na Holanda.
Durante a
investigação, foi possível identificar a forma de atuação da organização
criminosa (ORCRIM), bem como o papel de cada grupo envolvido — desde os
responsáveis pelo fornecimento da droga até aqueles encarregados pelo seu
embarque para o exterior.
O trabalho
investigativo desvendou toda a logística empresarial voltada à lavagem dos
ganhos ilícitos, envolvendo empresas fictícias e investimentos em segmentos formais
do mercado, como restaurantes e prestadores de serviços diversos.
Dentre os membros da
ORCRIM, há um contador que seria responsável pela lavagem do dinheiro oriundo
do tráfico de drogas e pela ocultação de bens pertencentes aos principais
líderes do grupo.
Origem e logística da droga no Brasil
Segundo a investigação,
a logística de transporte da droga dentro do Brasil envolvia em duas regiões:
Sorocaba (SP) e Belém (PA). Essas áreas são pontos de coleta ou passagem para o
material ilícito.
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Ilustração da dinâmica da Organização Criminosa - Divulgação Receita Federal |
Um grupo de
logística, ligado aos chefes da organização, é responsável por coordenar a
movimentação da droga do interior do país, que sai de Sorocaba (SP), passa por
Belém (PA) e culmina no envio da droga para o Porto de Vila do Conde,
localizado em Barcarena, Pará.
FICCO/SP
As ações policiais
desencadeadas na FICCO são produto de cooperação interagências, com foco na
inteligência de segurança pública.
A Força Integrada de
Combate ao Crime Organizado em São Paulo - FICCO/SP é composta atualmente pela
Polícia Federal (PF), Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP/SP),
Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo (SAP/SP) e
Secretaria Nacional de Políticas Penais.
A nossa missão é manter informado àqueles que nos acompanham, de todos os fatos, que de alguma forma, estejam relacionados com a Segurança Portuária em todo o seu contexto (Safety/Security). A matéria veiculada apresenta cunho jornalístico e informativo, inexistindo qualquer crítica política ou juízo de valor.
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